A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 25 de junho de 2011
CASO JUAN - PMERJ VAI APURAR DESAPARECIMENTO E CONDUTA POLICIAL
Apuração. Caso Juan: PM vai confrontar dados de GPS de carro do 20º BPM (Mesquita) com depoimentos de policiais envolvidos em desaparecimento de jovem - 24/06/2011 às 18h03m; O Globo
RIO - A Polícia Militar divulgou nota na tarde desta sexta-feira informando que o comando do 20ºBPM já solicitou os dados do GPS da viatura do Grupamento de Ação Tática (GAT) em que estavam os quatro policiais que atenderam a um chamado feito pelo 190 na noite de segunda-feira, na comunidade Danon. Naquela noite, o jovem Weslley Felipe de Moraes, de 14 anos, e dois traficantes foram atingidos em um tiroteio entre policiais e bandidos. Uma sindicância foi aberta na terça-feira pelo 20ºBPM (Mesquita) com o objetivo de apurar o que aconteceu no tiroteio daquela noite. Na mesma sindicância, será apurado se no sumiço do menino Juan Moraes - irmão de Weslley - há envolvimento dos quatro policiais que atenderam a um chamado feito pelo 190. A PM vai colocar à disposição dos investigadores da 56ªDP (Comendador Soares) todas as informações que forem apuradas pela sindicância. Ainda segundo a nota da corporação, a abertura de sindicância é procedimento padrão quando há lesão corporal em qualquer tipo de ação policial.
O objetivo da solicitação dos dados do GPS da viatura dos policiais do GAT é comparar o trajeto deles com o que foi dito por eles no depoimento inicial, dado ao comandante do batalhão na terça-feira. Na quarta-feira, o comando determinou a apresentação dos quatro à delegacia de Polícia Civil que vai investigar o desaparecimento. Os quatro policiais foram retirados do Grupamento de Ação Tática enquanto prosseguem as investigações.
Os pais dos dois meninos foram recebidos na tarde de quarta-feira pelo coronel Sérgio Luiz Mendes Afonso, comandante do batalhão, que se colocou à disposição. A Polícia Militar informa também que já estão fora de perigo os dois policiais - soldado Batalha e cabo André Dias - que foram baleados durante o protesto dos moradores daquela comunidade. Batalha foi baleado no rosto e Dias, na panturrilha, ambos por arma de calibre 38. Os dois estavam no local garantindo a segurança da manifestação quando dois homens em uma moto roubada surgiram e começaram a trocar tiros. Um dos suspeitos, ainda não identificado, foi morto e o outro conseguiu fugir.
A Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core) dará proteção a Weslley. Ele foi a última pessoa a ver o irmão Juan, de 11 anos, desaparecido desde o confronto.
Atingido por dois disparos no ombro e na perna esquerda, Weslley está internado no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna.
- Ele só pergunta pelo irmão desaparecido. Não quer mais voltar a morar naquele lugar - afirmou a mãe, Rosinéia Maria de Moraes, de 31 anos.
Moradores teriam visto Juan ser levado num Gol
O pedido de proteção foi feito na quinta-feira pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Por volta das 20h30m, os irmãos retornavam da Estrada de Madureira, onde deixaram duas crianças de quem a mãe cuidava, quando se depararam com o tiroteio num beco no fim da Rua Paulo Lemos, usado como atalho pelos moradores. Weslley teria visto o irmão caído no beco antes de correr até a casa de um vizinho.
Rosinéia não larga mais a foto do filho, na esperança que alguém o encontre. Na quinta-feira, ela conversou com o delegado adjunto da 56ª DP (Comendador Soares), Rafael de Faria Ferrão, onde o caso foi registrado. O delegado vai ouvir os moradores que teriam visto Juan ser levado num Gol pela polícia após o confronto.
- Segundo a mãe deles, o Weslley disse que viu o irmão baleado na localidade, mas os policiais militarem dizem que não viram o menino - disse o delegado, que pretende ouvir testemunhas do tiroteio para saber exatamente o que aconteceu na comunidade Danon.
Emocionado, o pai de Juan disse que não aguenta mais ficar sem uma resposta.
- Estou procurando meu filho, morto ou vivo. Tenho que vê-lo. Ainda tenho esperança - desabafou o eletricista Alexandre da Silva.
A mãe de Juan também contou que está sofrendo com o desaparecimento:
- Não estou aguentando chorar mais, parece que está tapando o pulmão, está tapando tudo.
O 20º BPM investigará internamente se PMs têm algum envolvimento no desaparecimento de Juan.
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