PMs podem ser expulsos após invasão a quartel dos bombeiros - MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO - FOLHA ONLINE, 22/06/2011
O sargento Marcos Roberto de Carvalho Faria e o cabo Jorge Carra da Conceição podem ser expulsos da Polícia Militar do Rio por participarem da invasão ao quartel do Corpo de Bombeiros, no último dia 3. Os dois estão sendo submetidos ao conselho de disciplina da corporação que avalia se houve crime militar ou não. Se for comprovada a culpa, um colegiado decidirá pela expulsão dos PMs. A decisão foi publicada no Boletim Interno da Polícia Militar do Rio.
Por determinação do comandante-geral da corporação, o coronel Mário Sérgio Duarte, a dupla já teve a carteira e as armas recolhidas. O sargento Faria é lotado no batalhão de Cabo Frio (25º BPM) e o cabo Conceição na Diretoria Geral de Pessoal. Uma perícia médica foi realizada para avaliar as condições psicólogicas dos policiais.
No dia 3 de junho, cerca de 3.000 pessoas, entre bombeiros, PMs, mulheres e crianças invadiram o Quartel Central dos Bombeiros, no Centro do Rio. Na manhã seguinte, 429 bombeiros e dois policiais foram presos pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais). Entre eles, o sargento Faria e o cabo Conceição.
Os bombeiros que participaram da invasão respondem pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar (carros e mobiliário), dano a estabelecimento (quartel) e inutilização do meio destinado a salvamentos (impedir que carros saíssem para socorro).
A pedido do Ministério Público, o processo foi desmembrado. A ação principal agora se refere a 415 bombeiros. Outra ação reúne acusações aos 14 militares considerados líderes do movimento, enquanto uma terceira envolve os dois PMs acusados de auxiliar os bombeiros.
A categoria reivindica a anistia dos membros da corporação denunciados. A anistia para esses crimes e o consequente trancamento do processo só podem ser concedidos por uma lei federal.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
BOMBEIROS - POLICIAIS MILITARES PODEM SER EXPULSOS POR PARTICIPAREM DA INVASÃO
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