Delegados irão à Justiça. A questão previdenciária não ficará apenas nas manifestações de rua. WANDERLEY SOARES, REDE PAMPA, O SUL, 03/06/2011
A Asdep (Associação dos Delegados de Polícia do RS), que ganhou uma força maior desde que Wilson Muller Rodrigues assumiu sua presidência tendo Ivair Maynart como vice, está pronta para cobrar na Justiça o destino da contribuição da categoria que deveria ser destinado, por lei, para o IPE (Instituto de Previdência do Estado). O desvio dessa contribuição para o caixa único do Estado, o que vem ocorrendo em sucessivos governos, é considerado por Muller como um ato criminoso contra a categoria e o governo deverá prestar contas sobre isso.
O líder dos delegados gaúchos ressaltou que a decisão não é uma sustentação contra o atual governo, mas uma busca de conter uma obscura política administrativa de burocratas que se igualam de governo para governo ao arrepio da lei. Sigam-me.
Quarta-feira última, em defesa do IPE, o ex-governador Jair Soares realizou uma palestra na sede da Asdep diante de lideranças das organizações policiais e do Judiciário. Tirante o PSDB e o PMDB, os demais partidos não compareceram, ainda que convidados. O encontro foi absolutamente técnico num campo em que Jair Soares é considerado um guru. Quem não compareceu deixou de assistir uma belíssima aula. Eu a acompanhei da minha torre. Como é sabido, os políticos que estão no poder evitam esses encontros, pois têm olhos de lince e ouvidos de mercador.
Explosão de banco
Quatro homens explodiram a agência do Banco do Brasil em Nova Roma do Sul, na Serra Gaúcha, na madrugada de quinta-feira. A quadrilha chegou em um Vectra, rendeu o segurança e atirou contra as câmeras de vigilância. A 200 metros do banco há um posto da Brigada Militar, de onde um soldado acompanhou a movimentação. Os bandidos perceberam a presença do policial e efetuaram vários disparos, três deles acertaram a base da Brigada Militar. Em seguida, o PM escutou duas fortes explosões. Conforme o gerente do banco relatou à Brigada Militar, apesar do estrago, nada foi roubado. Desde 2010 já são 14 ataques a banco no Estado com uso de explosivos. Banrisul Assaltantes arrombaram, na manhã de quinta-feira, um caixa eletrônico do Banrisul instalado ao lado de uma farmácia na avenida Fernandes Bastos, no Centro de Tramandaí, no Litoral Norte do Estado. Os criminosos abriram o terminal com a ajuda de um maçarico. A polícia descobriu o crime quando encontrou um Renault Clio, na praia de Imbé. No veículo, os policiais encontraram as ferramentas usadas no arrombamento.
Execuções
Um jovem de 18 anos matou dois adolescentes em Gravataí e voltou ao local do crime. Os irmãos de 14 e 15 anos foram executados a tiros na noite de quinta-feira no bairro Residencial Rondon. Segundo a polícia, Elivelton Simões Mendes, 18 anos, observava o trabalho dos agentes quando foi denunciado por populares. Ao ser abordado, confessou a autoria do crime. Mais uma vez, a causa das execuções foi o tráfico de drogas.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
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