A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
DELEGADA REAGE CONTRA AS BENEVOLÊNCIAS DA JUSTIÇA
REAÇÃO À JUSTIÇA. Frustrada, delegada pede transferência. Policial reclama do Judiciário que, no entender dela, estaria soltando suspeitos com agilidade - ZERO HORA, 16/06/2011
Conhecida por promover a integração entre os órgãos de segurança de Farroupilha, a delegada da Polícia Civil Roberta Bertoldo da Silva, 34 anos, surpreendeu. Insatisfeita com a atuação do Poder Judiciário na cidade, que estaria liberando rapidamente suspeitos de crimes, Roberta colocou o cargo de titular da DP à disposição.
A delegada foi além: ela conclamou os farroupilhenses a encaminhar denúncias de crimes para o Fórum em vez da polícia. O desabafo aconteceu no programa Panorama da rádio local Spaço FM, na terça-feira. Ontem, Roberta afirmou à reportagem do jornal Pioneiro que desistiu de deixar a cidade.
A servidora protocolou um pedido de transferência ao delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva no início desta semana. Silva indeferiu a solicitação porque seria necessário ter outro delegado disponível para assumir a função de Roberta.
Trabalhando desde março do ano passado em Farroupilha, ela diz estar sendo pressionada pela população para derrubar os índices de violência. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, a cidade registra uma média de 50 ocorrências de crimes contra o patrimônio por mês. Entretanto, a delegada ressalta que a maioria dos presos em flagrantes ou em investigações volta às ruas em poucas semanas, o que estimula a reincidência.
O estopim da revolta foi a soltura de uma mulher presa com um irmão por tráfico de drogas, na sexta-feira, dia 10, no bairro Industrial. A Justiça liberou a suspeita no dia seguinte porque o irmão assumiu sozinho a posse de cinco buchas de cocaína e 31 pedras de crack, além de dinheiro. A droga, no entanto, estava na bolsa da mulher.
Para Roberta, porém, a decisão desconsiderou a investigação que vinha sendo conduzida desde o ano passado por policiais civis e militares. Segundo relato da delegada, várias denúncias indicavam que esses traficantes agiam no bairro. No período, ela não solicitou um mandado de busca e apreensão por ter conhecimento de que juízes não autorizam investidas baseadas apenas em informações anônimas.
“Quem responde é a polícia”
Em maio, uma testemunha compareceu na DP e confirmou em depoimento o nome dos suspeitos, todos com antecedentes por tráfico. A partir disso, Roberta solicitou os mandados, deferidos pela Justiça. A apreensão de drogas na sexta-feira, segundo a delegada, comprovou a prática. Entretanto, ao conceder a liberdade a um dos suspeitos, Roberta acredita que a Justiça colocou em descrédito o trabalho conjunto das polícias.
– Somos muito cobrados em Farroupilha. Só que existe uma vontade muito grande para liberar suspeitos. Mas quem responde pela criminalidade é a polícia – finalizou a delegada.
O diretor do Fórum de Farroupilha, juiz Luiz Augusto Domingues de Souza Leal, preferiu não se manifestar.
Roberta Bertoldo da Silva, delegada da Polícia Civil em Farroupilha - "Existe uma vontade muito grande para liberar suspeitos de crimes. Mas quem responde pela criminalidade é a polícia. Nosso trabalho cai em completo descrédito, mas temos consciência de que fizemos um bom trabalho, tanto BM quanto Civil. Como diz o velho ditado: os incomodados que se retirem."
DETALHE ZERO HORA - Menos rigidez. A partir do dia 5 de julho, ficará mais difícil mandar para trás das grades suspeitos. A nova lei só prevê prisão preventiva para crimes com penas maiores de quatro anos e em que exista clamor público.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Parabéns, delegada Roberta Bertoldo da Silva, da Polícia Civil do RS. Nós que estamos indignados com o crescimento da violência diante de legisladores ausentes e de uma justiça benevolente e descompromissada com a ordem pública, lhe saúdam. Esta atitude corajosa e determinada é exemplo para todos os que trabalham e trabalharam nas forças policiais gaúchas, e uma voz para todos os brasileiros que clamam por segurança. Só não vê quem não quer que as leis e a justiça brasileira estão tornando inúteis os esforços e o risco de vida dos policiais no combate a bandidos cruéis e bem armados, e colocando em risco em vida e o patrimônio dos cidadãos de bem. Sedm justiça, a polícia é inoperante e o brasileiro terá paz social.
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