A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 21 de junho de 2011
FURTOS NO CENTRO - POLÍCIA PRENDE, MAS EM CINCO HORAS BANDIDO É SOLTO
IMPUNIDADE GARANTIDA. Ladrão fica preso só cinco horas. Identificado a partir de fotos publicadas ontem por Zero Hora, punguista foi detido à tarde e ficou livre no começo da noite - JULIANA BUBLITZ, ZERO HORA 21/06/2011
O homem flagrado roubando o telefone celular de uma jovem em plena luz do dia, em um dos pontos mais movimentados de Porto Alegre, foi detido pela Brigada Militar na tarde de ontem. Apenas cinco horas depois, apesar de ter confessado o crime na 17ª Delegacia da Polícia Civil (17ª DP), foi solto e, para desgosto dos PMs responsáveis pela prisão, retornou às ruas.
Ontem, em reportagem especial, Zero Hora publicou quatro fotografias, feitas por um investigador particular, revelando a ação do ladrão. O criminoso atacou a vítima às 15h de sábado, em frente ao Mercado Público, no Centro.
– Ouvimos os gritos da guria, mas não demos muita bola, porque isso já é comum aqui – disse o funcionário de um açougue no Mercado.
Ontem, devido à repercussão do caso, policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM) saíram às ruas atrás do suspeito. Às 15h, perto do Chalé da Praça XV, a pouca distância do local do crime, avistaram o jovem. Ele usava exatamente as mesmas roupas do sábado e estava na calçada, observando os pedestres que passavam.
No posto do 9º BPM, o rapaz identificou-se como Douglas Anderson de Oliveira da Silva, 20 anos, e negou envolvimento. Na sua ficha, não havia antecedentes criminais. Ao chegar à 17ª DP, ele foi recebido pela delegada-adjunta Shana Luft Hartz, que olhou as fotos e perguntou:
– És tu aqui, né? Nem de roupa tu trocaste?
Algemado, o rapaz riu e disse que não tinha tomado banho. Contou que morava na rua. Depois, ainda sorrindo, admitiu:
– Sou eu mesmo aí. Não sabia que tinha gente me cuidando. Nem tinha visto o jornal.
– O que tu fizeste com o telefone? – quis saber a delegada.
– Troquei por pedra – confessou o rapaz.
Delegada disse que não tem base para manter a prisão
Depois de ter sido encaminhado para confecção de carteira de identidade, ele prestou depoimento e, às 20h, foi embora caminhando, como se nada tivesse acontecido.
Frustrada, a delegada explicou que não tinha base legal para prendê-lo, porque não foi configurado flagrante. Além disso, não se sabia da vítima, que não teria registrado ocorrência. Para reverter a situação, Shana fez um apelo: pede que a jovem da fotografia e outras possíveis vítimas se apresentem:
– Sem isso, não temos o que fazer.
O telefone de contato da 17ª DP, localizada na Rua Voluntários da Pátria, 1.500, é (51) 3226-6465.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Para quê polícia? Pra que justiça? Para que senadores e deputados? Para que Leis? Os americanos, ao lançarem o programa "tolerância zero", acreditavam que prevenindo e punindo os pequenos furtos, estariam evitando no futuro os crimes hediondos. Aqui no Brasil, a postura das autoridades nos Poderes de Estado trata os pequenos crimes descaso e benevolências, abrindo os caminhos para as ocorrências de crimes cruéis. os efeitos desta postura podem ser comprovadas nos noticiários policiais.
Este caso lembra a gang da Gorda e outras gangs que agiam no centro. Todos os bandidos e bandidas foram identificadas e presas, mas a maioria permanece livre, leve e solto. Agora, será ainda pior, pois a lei os protege ainda mais e amarra os policiais, tornando inútil o esforço de prestar segurança à população.
Ainda lembro da campanha política onde a maioria absoluta dos candidatos eleitos e não eleitos prometiam segurança, educação e saúde. A Lei da impunidade aprovada recentemente prova a traição destes "representantes".
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