Tiroteio entre polícias. Polícia Civil indicia por tentativa de homicídio PMs que trocaram tiros com agentes do Denarc em Canoas. Policiais estavam em viaturas discretas e alegaram que pensavam estar diante de traficantes - Cid Martins - radio gaúcha, ZERO HORA, 16/12/2011 | 13h14
A 3ª Delegacia de Polícia de Canoas concluiu o inquérito que apurou a troca de tiros entre quatro PMs do setor de Inteligência do Comando Metropolitano e cinco agentes do Denarc, no início de outubro.
Como um dos agentes levou um tiro de raspão na cabeça, a delegada Anita Klein, responsável pelo caso, entendeu que houve tentativa de homicídio simples. Durante o tiroteio, todos os policiais estavam em viaturas discretas e alegaram que pensavam estar diante de traficantes. Eles investigavam separadamente uma suposta entrega de drogas no bairro Estância Velha.
A delegada não quis se manifestar e encaminhou o inquérito para a Justiça. O procedimento está com a promotora Gisele Soares, do Ministério Público Estadual (MPE). Na próxima semana, ela deve devolver para a Polícia Civil pedindo mais investigações. Também aguarda resultado do Inquérito Militar.
Na quinta-feira, a Rádio Gaúcha informou que a Brigada Militar absolveu os PMs por entender que não houve transgressão disciplinar, nem mesmo indício de crime. Na Justiça Militar, o caso pode ser arquivado ou encaminhado para a promotoria que pode ou não oferecer denúncia. Se a Justiça ainda entender que houve crime doloso contra a vida, também pode encaminhar para a Justiça comum.
Brigada Militar absolve PMs envolvidos em troca de tiros com agentes do Denarc em Canoas. Inquérito para apurar o caso foi concluído na corporação e vai para Justiça Militar - Cid Martins, RADIO GAÚCHA, ZERO HORA. 15/12/2011 | 17h43
A Brigada Militar (BM) concluiu o inquérito instaurado para apurar a troca de tiros entre quatro policiais militares (PMs) do Setor de Inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) e cinco agentes do Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc). O incidente ocorreu no início de outubro, no bairro Estância Velha, durante investigação de suposta entrega de drogas no local.
Apesar da gravidade dos fatos, o comandante do 15ºBPM, em Canoas, disse que os responsáveis pelo inquérito entenderam que não houve transgressão disciplinar, nem mesmo indício de crime por parte dos PMs. O tenente-coronel Mário Ikeda ainda ressaltou que agora, na Justiça Militar, o caso pode ter três caminhos.
— Foi para a Justiça Militar, que pode entender por arquivamento ou oferecer denúncia na Justiça Militar. Se entender que houve crime doloso contra a vida, pode encaminhar para Justiça comum — explicou o comandante.
A Polícia Civil (PC) também instaurou inquérito sobre o caso. Durante a troca de tiros, em outubro, todos os policiais estavam em viaturas discretas e alegaram que pensavam estar diante de traficantes. Um agente do Denarc foi ferido na cabeça com um tiro de raspão.
Polícias Civil e Militar divergem sobre quem atirou primeiro em troca de tiros em Canoas. Inquéritos foram instaurados pelas instituições e devem ficar prontos em até 60 dias - ZERO HORA E RÁDIO GAÚCHA, 04/10/2011 | 19h39
Correção: Das 14h48min até as 19h30min, este site informou equivocadamente que a Brigada Militar apontou ter imagens que indicariam que os policiais civis iniciaram o confronto. Na verdade, a BM informa ter imagens que comprovariam que a viatura da Polícia Civil estaria sem giroflex. A informação de que policiais civis teriam iniciado o confronto é baseada em relatos de PMs envolvidos no titoreio, e não imagens. O texto foi corrigido.
Os dois inquéritos instaurados para apurar o tiroteio entre policiais militares e civis em Canoas ganharam novos ingredientes na tarde desta terça-feira. O caso ocorreu na madrugada e envolveu agentes do Denarc, da polícia civil, e policiais militares, todos em viaturas discretas. O conflito de versões gira em torno de quem teria dado o primeiro tiro.
O diretor do Denarc, Joel de Oliveira, afirmou que seus policiais foram encurralados e acrescentou que os agentes só dispararam depois que um colega foi ferido de raspão na cabeça. A Brigada Militar, com base nos relatos de PMs envolvidos na ocorrência, informa que os policiais civis iniciaram o confronto.
Ainda nesta tarde, comandantes das corporações garantiram que o episódio não vai abalar a boa relação entre as duas polícias.
Sobre o confronto:
A Polícia Civil alega que estava averiguando uma denúncia quando foi surpreendida por uma viatura discreta da Brigada Militar, que verificava, no mesmo local, um veículo com atitude suspeita. Não foram feitas abordagens e os policiais das duas instituições, até então, acreditavam que se tratavam de criminosos.
A versão do Denarc é que, durante a perseguição, os policiais colocaram o giroflex nas viaturas e que os PMs teriam iniciado os disparos. Nesta tarde, no entanto, a Brigada Militar informou que imagens de vídeo da prefeitura de Canoas mostrariam o contrário: os veículos estariam sem giroflex. Além disso, a BM informa que agentes da Polícia Civil teriam iniciado o tiroteio. A BM também anexou à investigação as gravações do rádio comunicador da viatura em que os PMs pediriam apoio e destacariam a atitude suspeita dos veículos.
O subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Altair Cunha, entende que a confusão ocorreu pelo fato de não ter sido usada uma viatura identificada.
— Foi um acidente de percurso o que ocorreu ali, mas está sendo investigado pela Corregedoria — disse o coronel, que preferiu não fazer uma avaliação sobre os resultados das investigações, pois acredita que seria precipitada.
Já o chefe de Polícia do Estado, delegado Ranolfo Vieira Júnior, acredita que ajustes devem ser feitos para evitar futuros confrontos. Ele entende ainda que a relação entre as corporações não será arranhada.
— É um fato lamentável sob todos os aspectos. Gravíssimo. No entanto, somos obrigados a dizer que, infelizmente, não foi a primeira vez e não será a última — disse o delegado. — Indo na esteira do que falou o coronel Altair, isso jamais vai macular a relação que a Policial Civil tem com a Brigada Militar. Estamos passando por um bom momento de integração — concluiu Ranolfo Vieira Júnior.
Análise das imagens:
O delegado da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, Sílvio Huppes, garante que as imagens captadas por câmeras de segurança não são conclusivas em relação ao tiroteio.
— As imagens não são nítidas em relação ao giroflex e em nenhum momento mostram os disparos. Não há câmeras próximas. Tem uma que fica há uns 100 metros, mas só gravou as viaturas passando. Não tem como afirmar quem deu o primeiro tiro — disse o delegado. — Temos que ouvir testemunhas para buscar a conclusão — explicou Huppes.
Além de imagens de vídeo, gravações de rádio e depoimentos, foram apreendidos projéteis, três viaturas e nove armas. A Corregedoria da Brigada Militar tem até 60 dias para concluir a apuração. Já a 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, com apoio da Corregedoria, tem no mínimo 30 dias.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
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