Sargento da BM é morto a tiros por policiais civis paranaenses em Gravataí. Ariel da Silva, 40 anos, foi atingido quando saía da casa do pai - ZERO HORA, 21/12/2011
Um sargento da Brigada Militar de folga foi morto a tiros por agentes da Polícia Civil do Paraná em Gravataí, na Região Metropolitana. Ariel da Silva, 40 anos, foi atingido por quatro disparos de metralhadora na Avenida Planaltina, nas proximidades da ERS-020, por volta de 1h30min da madrugada desta quarta-feira.
Silva estaria visitando o pai, que mora nas redondezas e voltava para casa em uma motocicleta. De acordo com a versão que os policiais civis deram na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Gravataí (DPPA), o sargento teria passado pelo Renault Logan dos agentes, com placas de Curitiba, e atirado contra o carro. Em resposta, de dentro do veículo parado, os policiais civis reagiram e dispararam contra o militar, que chegou a ser conduzido com vida ao Hospital Dom João Becker, onde morreu.
Os policiais do Paraná estariam no Rio Grande do Sul para uma operação especial que envolveria cárcere privado. Eles apresentaram os mandados de prisão. Segundo o diretor da Delegacia Regional Metropolitana, delegado Leonel Carivali, os policiais vieram para o Estado cumprir uma ação sigilosa.
— Eles iriam fazer contato nesta manhã com o Deic [Departamento Estadual de Investigações Criminais] para unir força na investigação — disse o delegado.
Agentes da cúpula da Polícia Civil do Paraná estão em deslocamento para o Rio Grande do Sul para tratar do caso.
Ariel da Silva estava há 21 anos na Brigada Militar, conforme a corporação, e trabalhava atualmente na área de Inteligência. Ele deixa uma mulher e uma filha adolescente. A Brigada Militar deve abrir uma sindicância paralela para investigar o caso.
Equipe da polícia paranaense é enviada para investigar morte de sargento no RS. Policial militar foi morto a tiros por policiais civis do PR na madrugada desta quarta-feira - Carlos Wagner
Um delegado e três agentes da Polícia Civil do Paraná estão no Rio Grande do Sul para acompanhar e auxiliar na investigação da morte do sargento da Brigada Militar Ariel da Silva, de 40 anos, ocorrida em Gravataí na madrugada desta quarta-feira.
O episódio causou imensa repercussão na polícia paranaense. Uma nota de esclarecimento está sendo preparada para opinião pública, informou o assessor de imprensa Giovani Santos.
Ainda não está confirmado, mas os policiais do Paraná que mataram o sargento pertenceriam ao Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), a tropa de elite dos paranaenses, que cuida de casos de extorsão e sequestro.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É um absurdo isto. É uma vergonha. É o terceiro caso de conflito insdtitucional entre as polícias por falta de relação, integração e sistema. As Secretarias de Segurança são uma falácia neste país, pois só servem para dividir, criar facções partidárias, intervir em questões de comando e chefia, fomentar conflitos entre os órgãos da segurança pública. No Brasil, não existe sistema criminal envolvendo Judiciário, Polícias, MP, Defensoria e Prisional. Cada um trabalha isoladamente fazendo relações por ofício e longos prazos, sem compromisso com o preso, com a vítima, com o esforço de cada um e com a sociedade que clama por paz social e por justiça. A perda de vida em erros não pode ser colocada embaixo do tapete jogando a responsabilidade apenas nas polícias. É um erro de ESTADO.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
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