A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
POLICIAIS DESVIAVAM ARMAS APREENDIDAS
Ação busca prender policiais que desviavam armas apreendidas. Dezoito pessoas, sendo 13 policiais, já foram presas nesta manhã - Athos Moura e Isabel de Araújo - O GLOBO, 13/12/11 - 10h56
RIO - A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança desencadeou a Operação Herdeiros, na manhã desta terça-feira, para desarticular duas quadrilhas que revendiam para traficantes materiais apreendidos em ações policiais clandestinas ou regulares em comunidades. Até agora, 18 mandados de prisão foram cumpridos, sendo 11 contra PMs e dois contra policiais civis. Outros dois acusados já cumprem pena no Complexo de Gericinó. Um traficante continua foragido.
De acordo com as investigações, armas e drogas apreendidas eram vendidas principalmente para bandidos da Favela do Jacarezinho, na Zona Norte. Os policiais envolvidos contavam com mediadores para negociar com os traficantes. O principal intermediador é o ex-militar do Exército Asdrubal Bacon Dias Marques Junior, o Juninho.
A Secretaria de Segurança divulgou um trecho de uma escuta telefônica autorizada pela Justiça em que Juninho explica sua função na quadrilha. Ele utiliza o telefone de um bandido conhecido como Neném:
— O Neném tem que me dar hoje R$ 1.190, o Neném. Quer que eu te fale o que eu tô fazendo? O colega chega me oferecendo os negócios. Eu não trabalho, eu pego e boto o Neném pra vender. Eu só faço o contato da polícia com o bandido. Aí o Neném pega a maconha toda e vende, cocaína e vende, e me dá sempre a metade do lucro, sem eu fazer nada.
Equipes da Corregedoria Geral Unificada prenderam o cabo da PM André Luiz Menezes dos Santos, em seu apartamento, na Rua Alberto Mendes Júnior, em Cascadura. O policial era lotado no 41º BPM (Irajá). André não abriu a porta de sua residência, que precisou ser arrombada. Uma pistola calibre 40, usada em serviço pelo cabo, foi apreendida. Também foram averiguados dois veículos que André alegou serem de amigos, um Hillux e um Corolla.
Durante as investigações, dez pessoas já haviam sido presas por porte ilegal de armas, drogas ou munição. Um dos presos foi o ex-chefe da segurança da Câmara de Vereadores de Niterói, que já foi afastado do cargo. Além de fazer parte do esquema, ele estava com uma carteira falsa da Polícia Civil.
A Operação Herdeiros está sendo realizada na região metropolitana e conta com o apoio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil. Os policiais também cumprem 24 mandados de busca e apreensão.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário