
SUA SEGURANÇA | HUMBERTO TREZZI - ZERO HORA 09/12/2011
Amelhor notícia dos últimos tempos no campo da segurança pública é este anúncio feito pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que serão concursados 2,8 mil novos policiais federais e rodoviários federais. É que as polícias em geral vivem a síndrome do cobertor curto: quando deslocam pessoal para blitze contra a embriaguez ao volante, falta gente para o serviço de rotina na interceptação dos que andam em alta velocidade, por exemplo. Quando a Polícia Federal reforça o contingente nas fronteiras para combater narcotráfico, em locais longínquos e sem estrutura, acaba desguarnecendo o front do combate a crimes cibernéticos.
E segurança pública se faz, sobretudo, com recursos humanos. Lógico que com trabalho de inteligência, mais do que com músculos – mas os experts são, antes de tudo, pessoas. E sem a realização de concursos não há pessoal. As 1,5 mil vagas para a Polícia Rodoviária Federal ainda são pouco, diante da carência. Existem hoje 9,2 mil policiais rodoviários federais atuando, mas deveriam ser 13 mil, de acordo com seu plano contingencial. No Rio Grande do Sul, são 685 atuando, quando deveriam ser 1,4 mil, conforme cálculos de Francisco Cossio, presidente do sindicato da PRF, ao lembrar que alguns postos rodoviários em estradas gaúchas têm apenas um agente atuando.
Menos mal que, além de reforço programado pelo ministério, os agentes saem ganhando bem, o que sempre ajuda a não serem seduzidos pelas ofertas de criminosos. O salário inicial na PRF é de R$ 5,6 mil. O da PF, ainda melhor, R$ 7,5 mil iniciais. Para quem está disposto a migrar para postos de vigilância Brasil afora, uma grande pedida.
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