Comandante do batalhão de São Gonçalo é preso por envolvimento com o tráfico. Tenente-coronel assumiu após a prisão de Cláudio Oliveira, acusado de participar de execução de juíza - WALESKA BORGES e HECULANO BARRETO FILHO - O GLOBO, 19/12/11 - 10h36
RIO - O tenente-coronel Djalma Beltrami, atual comandante do 7º BPM (São Gonçalo), foi preso na manhã desta segunda-feira, durante uma operação da Polícia Civil para cumprir mandados de prisão contra policiais militares e traficantes. Ele é um dos alvos da Operação Dezembro Negro, deflagrada nesta madrugada pela Delegacia de Homicídios de Niterói, com o apoio de outras unidades especializadas e da Corregedoria Geral Unificada (CGU). Segundo o delegado Alan Luxardo, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, são 11 mandados de prisão contra traficantes e 13 contra policiais militares.
Os PMs são acusados de cobrar propinas semanais de bandidos do Morro da Coruja, em Neves, desde que Beltrami assumiu o comando do batalhão de São Gonçalo. Os valores seriam entre R$ 5 a R$ 10 mil. As investigações sobre o grupo começaram há sete meses, a partir de homicídios praticados por traficantes daquela comunidade, e contam com escutas telefônicas autorizadas pela Justiça.
O tenente-coronel Djalma Beltrami assumiu o batalhão há três meses, depois das denúncias da participação do então comandante do 7º BPM (São Gonçalo), o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira na morte da juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros, próximo à sua residência, em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói.
Desde o início da manhã, os agentes também estão no Morro da Coruja. Na chegada dos policiais à comunidade, houve troca de tiros, e um bandido morreu. Cerca de cem agentes participam da operação.
Beltrami chegou ao quartel às 8h25m, no banco do carona de um Gol prata. O tenente-coronel entrou na unidade, e logo em seguida um PM foi à porta do quartel para dizer que o oficial trocaria a farda. Às 9h05m, ele deixou o local acompanhado do corregedor da PM, num carro da Corregedoria Geral Unificada (CGU), escoltado por outros quatro veículos daquela unidade. Ele estava à paisana e parecia bastante agitado, gesticulando muito. Pouco antes de entrar no veículo, abaixou a cabeça, parecendo inconformado com a prisão. O tenente-coronel foi levado para a DH de Niterói.
Comandante também é árbitro de futebol
Como tenente-coronel do 14º BPM (Bangu), coordenou trocas na retomada do Complexo do Alemão, na Zona Norte, em novembro do ano passado. Juiz de futebol, Beltrami se despediu dos gramados em maio deste ano, ao apitar a decisão do Troféu Carlos Alberto Torres entre Madureira e Boavista. Ele pertencia aos quadros da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) desde 1989 e da CBF desde 1995. Na ocasião, o árbitro recebeu uma placa da Ferj em agradecimento aos serviços prestados ao futebol.
Um dos jogos mais marcantes de sua carreira no futebol foi o duelo entre Náutico e Grêmio, em Recife, uma das decisões da Série B do Campeonato Brasileiro de 2005. Conhecida como "A Batalha dos Aflitos", a partida terminou com quatro jogadores gremistas e um do Náutico expulsos. Belatrami anotou dois pênaltis a favor do time pernambucano, que ainda assim conseguiu perder por 1 a 0.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
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