ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

PROTÉGENES FLAGRADO EM CONVERSAS COM ATUANTE MEMBRO DO GRUPO DE CACHOEIRA

Ouça os diálogos entre Protógenes e integrante do grupo de Cachoeira. Deputado do PC do B-SP aparece em conversas com Dadá, faz-tudo do esquema do contraventor, gravadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo. 11 de abril de 2012 | 5h 41. estadão.com.br

O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas com Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá, um dos mais atuantes membros do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Os diálogos revelam o empenho do deputado em orientar Dadá na investigação aberta contra ele próprio, no ano passado. Os grampos foram realizados durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, a mesma que identificou a participação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de deputados estaduais. A ligação entre o contraventor e os parlamentares pode ser alvo de CPI no Congresso.

Abaixo, ouça trechos de parte dos diálogos gravados:

Áudio 1: Protógenes dá orientações sobre o depoimento de Dadá

http://radio.estadao.com.br/audios/audio.php?idGuidSelect=B7FD29CD3B4940C3B52BAA5317345437

Áudio 2: Deputado marca encontro com Dadá em aeroporto

http://radio.estadao.com.br/audios/audio.php?idGuidSelect=E8D7BFB48518425AA676E27734BE6AE3

Áudio 3: Dadá marca encontro com Protógenes em hotel

http://radio.estadao.com.br/audios/audio.php?idGuidSelect=C1F0538D21BC4032AE46466C6486C99F


Protógenes diz desconhecer diálogo com integrante do grupo de Cachoeira. Gravações da PF feitas na Operação Monte Carlo, que levou à prisão do contraventor, trazem conversas entre o deputado do PC do B-SP e faz-tudo do esquema de jogos ilegais; parlamentar nega vínculo. 11 de abril de 2012 | 8h 10 - do estadão.com.br

O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) afirmou desconhecer a existência dos diálogos gravados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, revelados pelo Estado, que indicariam a ligação entre o parlamentar com Idalberto Matias Araújo, o Dadá, um dos mais atuantes integrantes do esquema do bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira. "Não reconheço [que seja eu falando]", disse Protógenes em entrevista à rádio Estadão ESPN, na manhã desta quarta-feira, 11.

Segundo as investigações da PF, o parlamentar apareceria em ao menos seis conversas suspeitas com o Dadá, que esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha e, nas conversas, recebe orientações do ex-delegado sobre como agir para embaraçar a investigação aberta pela corregedoria da PF sobre desvios no comando da operação que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas - a Satiagraha. "Desconheço essa conversa. Se realmente existiu, não há no diálogo nenhuma ligação com o sistema Cachoeira", afirmou o deputado após ouvir a um dos trechos aos quais o Estado teve acesso.

As ligações foram feitas para o celular do deputado, no ano passado. Numa das conversas, Protógenes lembra ao araponga para só falar em juízo. "E aí, é aquela orientação, entendeu?, diz ele, antes do depoimento de Dadá. O araponga foi identificado na Operação Monte Carlo - que o levou e ao bicheiro Cachoeira à prisão, em fevereiro -, como o encarregado de cooptar policiais e agentes públicos corruptos, de obter dados sigilosos para a quadrilha e de identificar e coordenar a derrubada de operações de grupos concorrentes. Ele está preso desde o mês passado, acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e exploração de máquinas caça-níqueis.

"Realmente não tenho lembrança nenhuma [desses diálogos]. Quero saber de algum diálogo existente com o sistema Cachoeira. Na manchete [do jornal] dá entender que tenho alguma vinculação. Foi até bom essa entrevista para poder esclarecer a população de tamanha irresponsabilidade", disse Protógenes. O deputado confirmou conhecer Dadá e já ter tratado de assuntos profissionais com ele. Disse, no entanto, não saber de suas ligações com Cachoeira e que ficou surpreso quando soube da prisão.

"Se eu tivesse envolvimento, esse trabalho [da PF] iria revelar. E não seria o autor do requerimento de CPI depois dos pedidos de prisão", afirmou. Para ele, o teor das gravações não o proíbe de integrar a comissão. Nessa terça-feira, 10, Câmara e Senado optaram por uma CPI mista, que deve começar a trabalhar na próxima semana. Pelas regras da Câmara, Protógenes poderia ser o relator do processo. "Com certeza [me sentiria à vontade para ser relator]. Não tinha relação de amizade constante, intensa [com Dadá]", afirmou.

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