A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
CABO PM MORRE EM CONFRONTO COM TRAFICANTES
Polícia faz operação para encontrar bandido que matou PM na Rocinha. Cabo do Batalhão de Choque foi a nona vítima na comunidade em menos de dois meses. Athos Moura e Ana Claudia Costa - O GLOBO, 4/04/12 - 3h45
RIO - Cerca de 150 policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Batalhão de Choque e da Coordenadoria de Inteligência fazem uma operação na Rocinha, na Zona Sul, em busca do assassino do cabo da PM Rodrigo Alves Cavalcante, do Batalhão de Choque.
O PM foi morto a tiros na madrugada desta quarta-feira quando fazia patrulhamento a pé no alto da comunidade com outros sete policiais, por volta de 0h30m. Ele é a nona pessoa assassinada na comunidade desde fevereiro. A Rocinha está ocupada pela polícia desde novembro do ano passado. Segundo o coordenador de Policiamento da Rocinha, major Edson Raimundo dos Santos, oito policias patrulhavam o beco 99 quando abordaram um homem suspeito, que não obedeceu à ordem de parar e fugiu atirando para trás. O disparo atingiu o cabo Rodrigo pelas costas. De acordo com o major, mais à frente, os policiais encontram uma pochete com munições de 9 milímetros e uma identificação. De acordo com a polícia, o suspeito se chama Edilson Tenório de Araújo, que já tem passagem por tráfico de drogas.
O cabo foi atingido no ombro esquerdo, na altura da axila. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Miguel Couto, no Leblon, mas não resistiu aos ferimentos. O cabo Rodrigues, que é filho de um policial militar, será sepultado com honras militares. A data e o local do enterro ainda não estão definidos.
O ataque aos policiais aconteceu dois dias após o coordenador de Policiamento da Rocinha ter anunciado que a Polícia Militar adotaria um Plano B no policiamento da área. Aos invés de patrulharem apenas os principais acessos da comunidade, os policiais também percorreriam becos e vielas a pé.
A decisão foi tomada após as mortes na comunidade. No domingo, Alexandre da Cunha Fernandes, de 30 anos, conhecido como Dante, foi morto com um tiro na testa enquanto bebia na frente de um bar, na Estrada da Gávea com a Via Ápia. Testemunhas contaram que dois homens numa moto se aproximaram de Alexandre, e que o carona, portando uma pistola, disparou uma única vez.
No último dia 26, Vanderlan Barros de Oliveira, conhecido como Feijão, que presidia uma das quatro associações de moradores da Rocinha, foi executado pelas costas com três tiros de pistola. Um dia depois da morte do líder comunitário, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, ao visitar o Complexo do Alemão, afirmou que iria aumentar o número de policiais na Rocinha.
No dia 16 de fevereiro, uma disputa entre traficantes rivais na Rocinha deixou dois mortos. Há cerca de um mês, três homens foram encontrados mortos a tiros na comunidade. E um suspeito ferido nesse mesmo tiroteio acabou morrendo quando estava sendo socorrido no hospital.
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