A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
O VELHO PÉ NA PORTA
SUA SEGURANÇA | Humberto Trezzi - ZERO HORA 05/04/2012
A cena é impressionante. De alpargatas de couro e boina na cabeça, o veterano policial civil Luiz Fernando Centeno, 57 anos, mete o calcanhar na porta até arrombá-la. É a velha pedalada, método favorito das polícias, quando tudo o mais negociações, sutilezas falha.
Emblemática e até nostálgica, a pedalada de Centeno provocou debate nas redes sociais.
Principalmente entre colegas do inspetor, que tem mais de 30 anos de Polícia. Policial civil lotado em Caxias do Sul, Rafael Silveira condenou a atitude pelo Facebook: “Folclórica e gauchescamente é muito bonito, mas em total desacordo com as técnicas policiais. É com gracejos como esse que vidas de policiais são ceifadas e famílias ficam enlutadas”.
O também policial Ricardo Menna Barreto Farina, lotado na Delegacia de Repressão ao Roubo de Veículos em Porto Alegre, rebateu o comentário: “Posso te afirmar que esse colega da foto colocou no presídio muito assaltante e salvou a vida de dois colegas num tiroteio pesado...”.
A verdade é que coragem nunca faltou para Centeno, para quem o conhece há anos, como eu. Uma vez interceptou, com sua equipe, uma quadrilha de assaltantes nos arredores de Taquara. Bandidos e policiais levaram bala, mas os criminosos foram presos. O problema é que ser policial exige também cautela. Alpargata não é a ferramenta ideal para arrebentar uma porta, convenhamos. O agente parece ter saído direto de uma lida no campo para a operação policial, que visava a prender um dos mais cruéis traficantes de Viamão. Na próxima vez, quem sabe alguém convence o homem a botar um equipamento de proteção? Tudo tem hora, inclusive o folclore.
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