Justiça como alvo. Identificados PMs que acessaram dados de juíza ameaçada de morte na Capital. Investigações apontam envolvimento de um atendente do Ciosp e de um policial que faz o patrulhamento ostensivo. José Luís Costa - ZERO HORA, 09/04/2012 | 03h57
Investigações do Ministério Público (MP) e do Tribunal de Justiça do Estado (TJ) levaram à identificação de pelo menos dois PMs que teriam acessado informações pessoais da juíza Elaine Maria Canto da Fonseca, transferida da 2ª Vara do Júri de Porto Alegre após ameaças de morte dirigidas a ela e a familiares.
Um deles trabalha no Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp), de onde os dados foram repassados a um colega lotado em um quartel da zona norte de Porto Alegre.
É comum PMs do patrulhamento ostensivo ligarem para o Ciosp, solicitando, por exemplo, consultas sobre nomes de pessoas, para verificar se elas são foragidas, ou sobre placas de carros, checando se são furtados ou roubados.
Foi em meio a essa rotina que, em uma madrugada, os dados da juíza foram pesquisados a pedido de um policial militar que estaria de serviço na rua.
Os nomes foram descobertos durante a investigação. Como todos os acessos aos computadores ficam registrados, rapidamente chegou-se ao nome do PM atendente do Ciosp que entrou no Consultas Integradas, o sistema de segurança pública do Estado.
Interpelado, o servidor do Ciosp revelou qual colega havia telefonado. Procurado, o PM negou que tivesse ligado para o Ciosp e alegou que alguém poderia ter se identificado com o nome dele para fazer a consulta. As versões dos PMs estão sob investigação porque pairam dúvidas sobre elas.
Não é descartada a possibilidade de que as informações tenham sido “vendidas” para terceiros, como já ocorreu com dados armazenados no Consultas Integradas, que reúne registros pessoais de todos os gaúchos, incluindo apenados, cadastros de armas e de veículos.
Contudo, existe a certeza de que a pesquisa foi o ponto de partida para intimidar a juíza. Pelo menos uma das ligações ameaçadoras teria origem do mesmo chip de celular que, dias antes, foi utilizado para solicitar os dados de Elaine junto ao Ciosp.
Caso é considerado sem precedentes no Estado
Pela complexidade, o caso é tratado com reservas pelas autoridades e considerado sem precedentes no Estado.
— É comum ouvir relatos vindos do fundo das cadeia de que um determinado preso promete matar o juiz que o condenou, mas isso nunca passou de desabafo. Por causa da origem das ameaças e pelo fato de a juíza ser muito atuante, é o caso com mais fatos que demonstram ter havido risco potencial à autoridade da juíza — diz o coronel Ladimir da Silva, coordenador do Núcleo de Inteligência do Judiciário (NIJ), organismo responsável pela segurança dos magistrados, criado em 2003, após o assassinato de dois juízes, em São Paulo e no Espírito Santo.
Os autores das ameaças estariam monitorando os passos da juíza e saberiam, inclusive, que ela se sentiu mal durante uma audiência e foi atendida em um hospital.
O TJ designou uma equipe de seguranças para garantir a proteção dela e de seus familiares 24 horas por dia. Da 2ª Vara do Júri, ela foi convocada para a 18ª Câmara Cível do TJ.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
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O Cel José Macedo mandou este seguinte comentário:
ResponderExcluirBengochea. A respeito do que está postado hoje em Mazelas Policiais - PMs ACESSARAM DADOS DE JUIZA AMEAÇADA - Morris West no seu livro de 1978 fazia praticamente um alerta sobe a informática e o uso indevido da mesma por qualquer funcionário, item 2 abaixo. Imagina o controle do cidadão por governos arbitrários, totalitários, pois a informática substitui o "dedo duro", o alcaguete. O espião social degrada a cidadania. É por estas e outras que um Instituição Pública tem que ter instrumentos legais que preservem a mesma de maus servidores. Macedo
PROTEUS – LIVRO DE MORRIS WEST - EDITADO EM 1978
1. A AUTORIDADE QUE COBRA IMPOSTOS PODE INVADIR SUAS TRANSAÇÕES MAIS PARTICULARES; E O QUE NÃO PODE PROVAR, PODE PRESUMIR À FALTA DE PROVAS
EM CONTRÁRIO;
2. UM FUNCIONÁRIO PODE REQUISITAR, FICHAR E TRANSMITIR, SEM O SEU CONSENTIMENTO, OS PERMENORES MAIS INTÍMO DE SUA VIDA PRIVADA; E SUA RECUSA EM COMUNICÁ-LOS PODE SIGNIFICAR UMA PRESUNÇÃO DE CRIMES OCULTOS;
3. O ESPIÃO SOCIAL, O GRAVADOR E CONVERSAS TELEFÔNICAS, O MASCATE DE ENGENHOS PARA VIGIAR A SUA INTIMIDADE TORNARAM-SE, FAMOSOS PERSONAGENS DE NOSSA SOCIEDADE;
4. A EXPANSÃO DE GRANDES MONOPÓLIOS DOS MEIOS DE INFORMÁTICAS TORNA A VIDA NUMA SIMPLES FICHA;
5. A DIGNIDADE DA DISCORDÂNCIA É DENEGRIDA TODO DIA;
6. AQUELE QUE DUVIDA, DISCORDA, CAI EM DESGRAÇA POR NÃO SE COMPROMETER;
7. A LIBERDADE MAIS DIFICIL DE SE MANTER É A LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA.