Rogério Teixeira Brodbeck - BLOG DO BRODI, 24/04/2012
O jornal Zero Hora publicou nos últimos dias diversas reportagens sobre possíveis irregularidades na Polícia Civil gaúcha. Utilização indevida de viaturas, falta de controle sobre armas apreendidas e investigações seletivas.
No caso das viaturas utilizadas em serviço no jantar de aniversário do Chefe de Polícia, malgrado as devidas explicações apresentadas pela assessoria da Polícia, mesmo assim o jornal as desconheceu solenemente e manteve o tom acusativo, ignorando que os carros lá encontrados se encontravam a serviço, no intuito de proteger as diversas autoridades ali presentes. Queria o jornal o quê? Que a Polícia contratasse vigilância particular para o evento? Ou chamasse a Brigada? Em qualquer evento que reúna convidados ilustres, existe segurança.
Ainda mais em um evento institucional como é o caso do aniversário do Chefe de Polícia - e como é também o do governador, do Comandante da BM, do Secretário de Segurança, e outros dignitários.
De outro modo, interessante é que os dois assuntos das outras matérias surgiram a partir de relatórios do Ministério Público, que deveriam ter tramitação institucional, isto é, entre as duas chefias e foram parar na mesa do repórter. Sintomático isso, não?
Será que alguém não sabe que dentre delitos diversos e de maginitude diferenciada a Polícia não irá eleger os mais importantes, dada a insuficiência de meios humanos e materiais? Será que isso é novidade e só agora Zero Hora descobriu?
Com relação às armas, o próprio jornal incentivou a apreensão e entrega de armas face o advento do Estatuto do Desarmamento, em obediência a ampla campanha do governo federal que quer desarmar a população. Pois bem, a Polícia compriu o seu desiderato, recolheu as armas, só que agora há todo um trâmite para o seu descarte, não é tão simples assim. E como a chefia já se pronunciou, não existe armas em gavetas ou armários. Estão todas em segurança, o alarme é completamente desnecessário e surgiu a partide de relatorio feito por quem nçaio tem qualquer preparo para a atividade policial, embora por ela incursione por vezes...
Aprendi há muito tempo que coincidência é o deus dos burros. E não vou desacreditar disso logo agora que está em tramitação no congresso uma PEC que outorga exclusividade da investigação policial às polícias federal e civil...
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 24 de abril de 2012
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