A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 29 de março de 2012
PROTESTO: IDENTIFICADOS 21 POLICIAIS MILITARES ENVOLVIDOS
PROTESTO PUNIDO. BM identifica 21 PMs que se rebelaram. Manifestações, como queima de pneus e ameaça, ocorreram entre agosto e setembro de 2011 - ZERO HORA 29/03/2012
A Corregedoria da Brigada Militar divulgou ontem o resultado de 26 inquéritos que apuraram 77 protestos realizados por PMs no Rio Grande do Sul entre agosto e setembro de 2011. Foram identificados e indiciados por transgressão disciplinar 21 policiais. Desse total, 13 também responderão por infrações penais.
Conforme a investigação, o motivo inicial da manifestação foi a questão salarial, mas apurou-se que, em seguida, grande parte dos casos passou a envolver questões políticas e particulares contra a corporação.
Segundo o coronel-corregedor, João Gilberto Fritz, um inquérito geral centralizou todas as informações apuradas a partir do dia 26 de agosto do ano passado. Entre os 21 brigadianos identificados, há sargentos, e soldados. Além disso, 20 são da ativa e um está na reserva.
O processo está no Ministério Público Militar e, segundo o coronel Gilberto, agora serão decididas três questões sobre o caso. A denúncia em si, se alguns casos também serão tratados como crimes comuns e ainda se os envolvidos serão expulsos da corporação.
O primeiro protesto foi registrado no dia 4 de agosto em uma rodovia na região de Frederico Westphalen. A última manifestação ocorreu no dia 27 de setembro. Entre as 77 ocorrências, em uma delas havia explosivo e em quatro foram encontrados materiais que simulavam bombas.
Em relação aos PMs envolvidos, três, por estarem há mais de cinco anos na corporação, têm estabilidade e respondem a um conselho de disciplina. Os outros 18 respondem a processo disciplinar, sendo que 13 também são acusados de crime militar. Além disso, dois foram presos este mês por também serem suspeitos de integrar grupo de extermínio em Alvorada. As infrações cometidas pelos PMs durante os protestos em 2011 são: dano ao patrimônio público, crime de incêndio, ameaça (contra o governador Tarso Genro), formação de quadrilha, crime ambiental devido à emissão de fumaça, falso testemunho e falso alarme.
Foram quase quatro meses de investigação. A Brigada Militar só divulgou ontem o resultado para não prejudicar a negociação salarial entre PMs e o governo do Rio Grande do Sul e para evitar novas manifestações que pudessem afetar a segurança pública no Estado. Isso porque houve várias paralisações de PMs em outros Estados.
CID MARTINS
Entenda o caso
- Os protestos começaram no dia 4 de agosto do ano passado como uma forma de reivindicação salarial.
- Houve pelo menos 70 casos de queimas de pneus, com o bloqueio de estradas.
- Diversos casos ocorreram pelo Interior desde então. No início foram tratados isoladamente, e a recomendação era de que cada batalhão apurasse as ocorrências na sua área.
- Na madrugada de 15 de setembro, houve o primeiro protesto nas proximidades da Praça da Matriz, na Capital, quando um boneco fardado, amarrado a uma bomba falsa, foi abandonado no Viaduto Otávio Rocha.
- Oito dias mais tarde, duas bananas de explosivos, sem o detonador, foram deixadas em frente ao posto do 9° Batalhão de Polícia Militar na Rua Fernando Machado, em Porto Alegre, e continha ameaças diretas ao governador Tarso Genro.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário