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domingo, 4 de março de 2012

BRIGADA MILITAR É ACUSADA DE RACISMO EM ABORDAGEM

Após abordagem da Brigada Militar, jogadores registram ocorrência por racismo. Volante uruguaio Alejandro pagava contas, acompanhado da mulher e do atacante Douglas, quando funcionários de casa lotérica chamaram a polícia, suspeitando que fossem assaltantes. Roberto Witter - ZERO HORA ONLINE, 3/03/2012 | 13h35

Dois jogadores do São Luiz, de Ijuí, foram abordados pela Brigada Militar (BM) na tarde de quinta-feira. O motivo seria a suspeita de funcionários de uma casa lotérica, que confundiram os atletas com possíveis assaltantes. Para o volante Alejandro e o atacante Douglas, entretanto, o caso se trata de racismo.

Segundo o meio-campista uruguaio, que tem 32 anos e passagem pelo Santa Cruz, a abordagem aconteceu logo depois que ele saiu da casa lotérica, no centro da cidade do noroeste do Estado.

- Estava com a minha mulher. Enquanto eu pagava uma conta com ela, o Douglas ficou do lado de fora. Depois fui até o banco, que fica quase na frente. Quando saí da agência, os policiais chegaram armados e falando grosso. Nós falamos que éramos jogadores do São Luiz, mas disseram que não interessava. Ficamos um tempão ali na rua, sendo constrangidos. Devem ter suspeitado por sermos negros, altos e com a pele tatuada - afirma Alejandro.

Artilheiro do clube no Gauchão com quatro gols, o carioca Douglas, 24 anos, confirma a versão do colega de clube.

- Fiquei encostado no carro e falando no telefone. Talvez seja por isso que tenham suspeitado - conta o atacante.

Vice de futebol do São Luiz, Delmar Blatt relembra casos semelhantes em anos anteriores. Através de uma nota oficial, o clube também repudiou a ação, classificada como um ato de preconceito.

- Tivemos casos de outros jogadores que também foram abordados. Mas foram revistados, identificados e logo liberados - conta Blatt.

Abordagem seguiu técnicas pré-estabelecidas pela BM

De acordo com o capitão Luís Neves, que responde pelo comando do 29º BPM, a abordagem dos policiais seguiu normas pré-estabelecidas pela corporação.

- Houve uma denúncia, por parte de funcionários da lotérica e a guarnição foi até lá. Em caso de abordagens perto de lotéricas ou bancos, a ação ocorre de surpresa, com supremacia da força e de arma em punho. Eles não serão os primeiros nem os únicos que serão abordados desta forma. Só não foram liberados depois porque o condutor não estava habilitado e o licenciamento do veículo vencido. Mas não entendemos que a abordagem tenha sido de maneira errada - afirma o capitão.

A proprietária da lotérica, Lucimere Fogaça, negou que a denúncia tenha partido do estabelecimento.

Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil pelos jogadores. Um inquérito foi aberto e o caso será investigado nos próximos dias.

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