ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 20 de março de 2012

POLICIAIS ENVOLVIDOS EM "TERCEIRIZADA" DO CRIME

OPERAÇÃO MEDUSA. Investigação de quadrilha leva à prisão sete policiais. Agentes foram detidos por posse irregular de armas e por suspeita de envolvimento com criminosos - CAROLINA ROCHA, ZERO HORA 20/03/2012

Três policiais civis e quatro militares foram presos na manhã de ontem em uma ação das corregedorias das instituições. Os pedidos de busca e apreensão e de prisões temporárias foram feitos pelo Ministério Público de Gravataí e integram a Operação Medusa. Os nomes dos policiais presos não foram divulgados pelas corporações.

No início de março, numa ação dos promotores, cinco pessoas foram presas suspeitas de integrar uma quadrilha que agia como uma terceirizada do crime: o grupo fazia remessa de celulares e chips para presidiários, além de importar, alugar e vender armas para criminosos. O bando atuava ainda no tráfico e fornecia documentos e placas falsas para “esquentar” carros e motos. Dos três líderes do bando, dois são empresários da cidade – um tem uma rede de lancherias e o outro uma loja de celulares – e usavam esses negócios para encobrir as atividades criminosas.

Durante as investigações, que contavam com escutas telefônicas, os promotores descobriram que integrantes da quadrilha tinham algum tipo de envolvimento com policiais da cidade. Com isso, foi pedida a prisão temporária de dois deles e buscas em casas de policiais civis e militares.

Nas buscas, nas casas de dois policiais civis, os agentes da Corregedoria-Geral da Polícia Civil (Cogepol), encontraram armamento irregular. Conforme o delegado Paulo Grillo, na residência de um deles havia quatro revólveres e uma espingarda calibre 12 sem procedência. Na residência do outro agente, também foi encontrada uma arma. Os dois foram autuados em flagrante por posse irregular de arma de fogo e tiveram fiança arbitrada. O policial civil preso temporariamente foi encaminhado para a detenção do Grupo de Operações Especiais.

Corregedoria da BM cumpriu nove mandados contra PMs

Coube à Corregedoria da Brigada Militar cumprir os mandados nas casas dos PMs investigados. Ao todo, nove mandados foram expedidos: um na residência de um soldado de Cachoeirinha, outro na de um sargento e sete para casas de soldados de Gravataí.

Em duas residências foram encontradas armas em situação irregular e em outras duas, munições sem procedência de calibre 12, .380 e 9 mm. Os quatro PMs foram levados para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Gravataí e autuados em flagrante. Conforme o tenente-coronel Jairo Oliveira Martins, da Corregedoria da BM, um dos PMs pagou a fiança e foi liberado. Os outros três foram encaminhados ao Presídio Policial Militar, em Porto Alegre.

Por que Medusa - Na mitologia grega, Medusa era um monstro do sexo feminino, uma das três irmãs Górgonas. Na versão mais conhecida do mito, era uma donzela que adquiriu forma monstruosa como um castigo dado a ela pela deusa Atena. Medusa tinha cabelos em forma de serpentes, e seu olhar podia transformar a vítima em pedra. Era mortal e acabou decapitada pelo herói Perseu. A operação do Ministério Público foi batizada como Medusa porque a quadrilha investigada era multifacetada, atuando em vários ramos do crime.

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