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Até cinco horas para registrar ocorrência - ZERO HORA 21/03/2012
O número insuficiente de agentes para registrar ocorrências no plantão da Polícia Civil tem atormentado moradores de Caxias do Sul, na Serra. A espera pode demorar até cinco horas.
Aconta no plantão é simples: três policiais são insuficientes para atender cidadãos e a Brigada Militar que, em média, prende em flagrante cinco pessoas por dia. O número de agentes disponíveis para o registro pode ser menor quando acontecem crimes como assassinatos – quando um policial é destacado para acompanhar o delegado no local do delito.
Segundo um policial que trabalha no plantão, no começo da década passada havia turnos com até oito agentes.
– Se chega um flagrante, a gente precisa deixar de atender a comunidade. Também temos direito ao horário de almoço e jantar – afirma.
Por volta das 15h de ontem, agentes atendiam a pessoas que aguardavam desde o final da manhã. Maria Luz de Camargo, 56 anos, reclamou:
– É um absurdo precisar esperar tanto tempo.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública, a defasagem de servidores na cidade deverá ser amenizada no segundo semestre, quando policiais que passam por curso de formação serão transferidos para cidade.
Contraponto - O que diz Paulo Roberto Rosa da Silva, titular da Delegacia Regional da Polícia Civil: Caxias do Sul tem cem policiais civis, e o mínimo necessário seriam 200. O plantão, que hoje conta com três agentes por turno, deveria ter seis. Segundo o delegado, o problema da repartição deve ser amenizado em abril, quando ele promoverá mudanças nas delegacias.
Fuja das filas - Uma alternativa é utilizar a Delegacia de Polícia Civil Online (www.delegaciaonline.rs.gov.br). No portal, há três possibilidades de registro, conforme os links: furto de documento ou objetos, perda de documento ou objetos e acidente de trânsito sem vítimas
SÓ CASOS GRAVES. Polícia Civil paralisa atividades por 34 horas
Às 8h30min de hoje, começa o movimento Polícia Parada, liderado por agentes, escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil gaúcha que reivindicam melhores salários. O estopim para o manifesto, que termina às 18h30min de amanhã, foi uma reunião com o governador Tarso Genro, na qual foi oferecido à categoria um aumento salarial que chegue a R$ 4,8 mil mensais até 2018.
Porém, os policiais querem salário de R$ 8,3 mil. Diante do protesto, todas as delegacias do Estado só atenderão a ocorrências de maior gravidade.
Durante a paralisação, o trabalho dos policiais ficará restrito aos casos de homicídio, latrocínio (roubo com morte), estupro, lesão corporal grave e sequestro. A restrição é idêntica para flagrantes.
– Não é só pela gravidade que estes crimes implicam, mas pode haver perda de provas. Os serviços essenciais serão mantidos. A nossa insatisfação é que o governo estabeleceu um abismo salarial entre delegados e agentes de 311% de diferença – afirma Fábio Carvalho, do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores (Ugeirm).
Conforme Carvalho, o salário inicial de um agente é de R$ 2,2 mil, enquanto o de um delegado passa dos R$ 7 mil. Mesmo diante do impasse entre policiais civis e governo do Estado, a negociação ainda está aberta e a categoria pretende chegar a um acordo em breve, afirma Carvalho.
O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, não quis se manifestar ontem. Ele informou, por meio da assessoria de imprensa, que o governo está estudando uma nova proposta a ser apresentada à categoria, mas não há uma nova reunião agendada.
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