ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

SANTA CATARINA - POLICIAIS CIVIS RECLAMAM DE DEFASAGEM SALARIAL DE 125%. MILITARES ESTADUAIS EM ALERTA.

INFORME POLÍTICO | ROBERTO AZEVEDO - Os novos passos - DIÁRIO CATARINENSE, 15/11/2011

O governador Raimundo Colombo reuniu o vice Eduardo Pinho Moreira, os secretários Milton Martini (Administração), Nelson Serpa (Fazenda) e Derly de Anunciação (Comunicação Social), e o procurador-geral do Estado, João dos Passos Martins, na tarde de ontem, para discutir a questão salarial do funcionalismo, com foco nos policiais civis. A paralisação de três dias da categoria marcada para amanhã, quinta e sexta, com a possibilidade de atrapalhar serviços essenciais, como no setor de trânsito ou na formalização de boletins de ocorrência, não alterou os planos do Centro Administrativo, mas o governador chamou uma entrevista coletiva para falar do assunto política salarial amanhã, às 14h15min, na Casa dAgronômica.

Enquanto o governo tenta acabar com suposições, Renato Hendges, presidente da Associação dos Delegados de Polícia, pede cuidado no tratamento da manifestação que será feita pelos policiais civis. Pondera que medidas como flagrantes policiais continuarão sendo lavrados e todos os profissionais estarão em seus ambientes de trabalho. Não é o que dizem os mais exaltados, que prometem parar as delegacias a partir de amanhã. Em inédita campanha salarial unificada, delegados, investigadores, agentes e peritos reclamam de uma defasagem salarial de 125% nos últimos 13 anos.

Na guerra de números, enquanto os sindicatos utilizam o referencial do salário-base, R$ 781 para a base da categoria e R$ 4.442 para os delegados, o governo rebate ao afirmar que não há quem receba menos de R$ 2 mil e que os delegados não recebem menos de R$ 6 mil. As duas informações convergem para o grande dilema na negociação: o fim dos penduricalhos, representados por abonos e a hora-extra, considerados problemáticos porque não são incorporados nas aposentadorias.No caso do trabalho a mais, os profissionais perdem os valores quando estão afastados, em licença médica por exemplo.

O governo acena com a mudança da política salarial e a unificação da data-base de todas as categorias do serviço público. Nos bastidores, uma das iniciativas seria reajustar o chamado vale-coxinha, hoje em R$ 128 por mês, e sem atualização desde 2000. Pensar em um aumento linear para o funcionalismo é improvável pelos impedimentos do limite prudencial.


Sem conclusão

Ontem, no final de uma série de encontros do chamado grupo gestor do governo, os secretários Milton Martini e Nelson Serpa afirmaram que as simulações sobre reajustes continuarão hoje, que poderão ocorrer novos encontros, até virtuais, da cúpula do governo, e que as reuniões de ontem não foram conclusivas.

Serpa disse que o assunto Polícia Civil continua nas mãos do vice-governador Eduardo Pinho Moreira. E também que o governo não assumirá compromissos salariais que não possa honrar, apesar de admitir que a solução estudada é mais abrangente do que o contexto da segurança pública.

Pressão

As cobranças sobre o salário da Polícia Civil incluem as internas. Dia desses, o deputado federal Valdir Colatto (PMDB) questionou o vice-governador Pinho Moreira porque o irmão delegado ganha pouco.

Moreira não se fez de rogado e, de posse da supersenha administrativa, abriu o contracheque do irmão de Colatto, via internet, e mostrou que o valor era o dobro do que o parlamentar relatara. O deputado peeemedebista teria ficado impressionado.

(...)

Na PM e no BM (1)

Dispostos a não serem deixados de lado em uma política salarial diferenciada, a associação dos oficiais (Acors) e a associação dos praças (Aprasc) decidiram unificar a campanha do contingente da Polícia Militar e do Bombeiro Militar através de outdoors espalhados por todo o Estado. As duas entidades assinarão as peças que começam a ser instaladas na próxima segunda-feira. A Acors já providenciou quatro peças que serão colocadas em Florianópolis para lembrar que os militares não aceitam aumentos diferenciados para integrantes da segurança pública.

Na PM e no BM (2)

Ponto nevrálgico nas relações entre Acors e Aprasc, e que ficou mais uma vez evidente no encontro entre o coronel Fred Schauffert e o deputado Sargento Amauri Soares, ontem, é a anistia aos praças expulsos da Polícia Militar pelo movimento de 2008. O assunto ganha proporções institucionais e Schauffert se comprometeu em ser interlocutor junto aos comandos da PM e do Bombeiro Militar, com o secretário César Grubba (Segurança Pública) e o governador Raimundo Colombo. Enquanto audiências podem ser marcadas, Schauffert faz um desabafo sobre o baixo salário dos praças, que chega a R$ 2 mil com todos os penduricalhos, os chamados estímulos operacionais. Acors e Aprasc voltam a se reunir dia 18.

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