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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

MOROSIDADE E IMPUNIDADE INUTILIZAM NOVE MESES DE ESFORÇO POLICIAL

Sete dos nove presos da operação Jogo Duplo já estão em liberdade. Prazo das prisões temporárias venceram nesta terça-feira. Diogo Vargas, DIÁRIO CATARINENSE, 09/11/2011 | 06h10min

Sete dos nove presos da operação Jogo Duplo foram soltos na noite desta terça-feira com o vencimento dos cinco dias das prisões temporárias. A pedido do Ministério Público, a Justiça prorrogou por mais cinco dias as prisões do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ademir Serafim e do agente Irineu Veigt. Eles continuam na Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Capital.

Promotores e policiais do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) passaram nove meses no encalço de agentes públicos, funcionários de hotel e contraventores com anos de atuação na jogatina de Balneário Camboriú.

De acordo com a investigação, havia um suposto esquema de pagamento mensal de propina a policiais para o funcionamento de um cassino que funcionava no Centro de Balneário Camboriú. A ação começou a surgir no final do ano passado. Em novembro, apareceram as primeiras informações de acobertamento do jogo na cidade do litoral Norte por policiais civis. As denúncias chegaram ao P-2, o serviço de Inteligência da PM de Balneário Camboriú.

Acionada, a equipe do Gaeco passou a investigar e identificou policiais civis do Paraná e um policial civil de Santa Catarina que fariam a segurança e outros trabalhos para o cassino no Hotel das Américas.

A investigação contou com grampo telefônico com autorização da Justiça e monitoramento pessoal com filmagens por nove meses.

O policial civil Irineu Veigt, 55 anos, é agente da Polícia Civil há mais de 30 anos. Irineu foi seguido pelo Gaeco várias vezes. Ele seria o encarregado, segundo o Gaeco, de levar o pagamento da propina ao delegado Serafim. Ao ser preso, Serafim tinha, em sua sala na DP de Balneário Camboriú, cerca de R$ 2 mil em dinheiro. As notas estavam com uma borrachinha e teriam sido entregues a ele por Irineu.

Entre os que foram presos e soltos ontem, estão o dono do cassino, Roberto Tena, o seu filho, o gerente e a contabilista do negócio e outras pessoas ligadas ao jogo. Dólares foram apreendidos nas casas de suspeitos, mas a quantia não foi divulgada.

O cassino no Hotel das Américas contava com sistema de monitoramento com câmeras. A segurança seria feita por policiais. O bingueiro suspeito de comandar o cassino foi investigado pela Polícia Federal em 2005 pelo mesmo motivo.

Tena teria cassino na cidade há mais de 10 anos. Para evitar ser pego por operações policiais, teria como estratégia migrar de hotel para hotel.

Secretário da SSP sabia da ação

A investigação do Gaeco era conhecida pelo secretário da Segurança Pública de SC, o promotor de Justiça César Grubba. No dia da prisão de Serafim, Grubba foi avisado que a equipe cumpriria naquela sexta-feira o mandado de prisão do ex-número um da Polícia Civil.

Cumpriram a ordem dois delegados do Gaeco, o promotor Alexandre Graziotin e o diretor de polícia do Litoral, Arthur Nitz, informado da ação do Gaeco apenas naquela tarde — Grubba cumpria agenda na região de Jaraguá do Sul.

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