CORREIO DO POVO, 19/112011
Os 17 titulares da 6 Delegacia Regional de Polícia reunidos ontem, em Passo Fundo, decidiram boicotar as ações do governo do Estado, alinhados com as decisões tomadas na assembleia geral da Associação dos Delegados de Polícia (Asdep), que ocorreu no dia 5. Em nota distribuída à imprensa, os delegados afirmam que estão em busca do tratamento isonômico e do realinhamento com os procuradores, "a fim de recuperar uma diferença histórica, já dirimida pelo Supremo Tribunal Federal".
A delegada Cláudia Crusius, representante da Asdep, disse que, do grupo de delegados da região, todos apresentaram suas desistências de participação nas Operações Verão/Serra/Fronteira e também de ministrar aulas na Acadêmica de Polícia Civil, no Curso Superior de Formação de Escrivães e Inspetores.
A nota pede que o governo reconheça a decisão judicial transitada em julgado e cumpra com o que foi determinado, alcançando aos delegados a paridade salarial com a classe dos procuradores do Estado.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 19 de novembro de 2011
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