
Polícia é pouco confiável, diz estudo - CORREIO DO POVO, 24/11/2011
A edição de 2011 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela que há pouca ou nenhuma confiança nas polícias do Rio Grande do Sul e de mais cinco estados, além do Distrito Federal. Conforme o estudo, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado ontem pelo Ministério da Justiça, em Brasília, 65% dos entrevistados gaúchos consideram as instituições policiais pouco ou nada confiáveis e apenas 35% confiam. Os outros estados onde houve o levantamento foram Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
O estudo aponta ainda que houve queda de 2,1% no índice de homicídios no país em 2010, se comparado a 2009. O valor passou de 21,9 mortos por 100 mil habitantes para 21,5 mortes - 1.049 pessoas mortas a menos. Os piores índices de homicídios se concentram nos estados do Nordeste e do Norte do Brasil, conforme a pesquisa. O pior índice na região Sul foi registrado no Paraná (31,5 mortes por 100 mil habitantes). O Rio Grande do Sul aparece com 15,4 mortes por 100 mil habitantes. Entre os menores índices do país, Santa Catarina aparece em segundo lugar (4,3 mortes por 100 mil habitantes). O primeiro lugar pertence ao Amapá, com 3,9 mortes por 100 mil habitantes.
O anuário de Segurança Pública faz um diagnóstico sobre os principais índices de criminalidade no país. A íntegra está no site www.forumseguranca.org.br.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Quando estava na ativa se preocupava apenas em cumprir o papel atribuído à Brigada Militar, o clamor das comunidades sob minha proteção e as ordens emanadas dos superiores. No máximo, idealiza estratégias, propunha soluções e aplicava a filosofia do policiamento comunitário. Focando sempre nos meus resultados e sanar os meus erros, jamais procurei questionar de forma contundente a continuidade deste esforço na justiça ou a falta de recursos providos pelo Poder Executivo. Fazia o meu trabalho e buscava recursos na colaboração das instituições e organizações comunitárias. Quando entrei para a reserva, acordei e passei a analisar a situação. O resultado é que a polícia, por ser visível e próxima do cidadão, é quem carrega os efeitos da inoperância do sistema. Quando a polícia prende um bandido que apavora um comunidade e este é visto solto continuando a sua senda de crimes e terror, a polícia é apontada como inoperante. Quando a polícia não aparece nas ruas ou demora a atender a uma ocorrência, ela é sempre cobrada, pois a comuniidade não fica sabendo que os efetivos são insuficientes para cobrir toda a cidade e que existem as viaturas baixadas a espera de recursos. Portanto, as forças policiais bem que poderiam começar a apontar os verdadeiros culpados pelo seu descrédito. Não é jogar a culpa para os outros, mas envolver aqueles que também são responsáveis pela preservação da ordem pública e da incoplumidade das pessoas e do patrimônio. Segurança pública é um conjunto de processos e ações que vão além da atividade de polícia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário