Adão Oliveira - Conexão Política - JORNAL DO COMERCIO, 08/11/2011
Na tentativa de acalmar os delegados de polícia que vivem um clima de revolta contra o governo estadual, o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado, Wilson Müller, busca negociar com o Palácio Piratini. A ideia é atenuar a pressão na complicada relação entre delegados de polícia e governo do Estado. A coisa tá feia!
Tudo começou com a solicitação feita pelos delegados de terem os seus salários equiparados aos procuradores do Estado. O governo deu de ombros para esta reivindicação e ofereceu um reajuste de 10%, pago em duas parcelas em janeiro e abril de 2012. A proposta foi inapelavelmente rejeitada pela categoria.
Wilson Müller está enfurecido com a forma com que o governo vem negociando com os delegados: “Não podemos ser tratados como moleques. Não é assim que se trata uma autoridade pública”.
Estava criado um abismo entre os delegados de polícia e o governo Tarso Genro (PT).
Os delegados prometem não abrir mão da equiparação salarial com procuradores, cujo salário inicial é duas vezes maior daquele com que o delegado inicia a carreira (R$ 7 mil). Eles até admitem discutir prazos, porém, não abrem mão de seus direitos.
DIÁLOGO - Ainda que exista um clima de revolta entre os delegados, Wilson Müller quer negociar. As duas partes precisam dialogar. Se não for assim, os delegados vão radicalizar as suas posições.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
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