Delegados decidem ficar de fora da Operação Verão no RS. Categoria quer pressionar governo a conceder equiparação de salários com procuradores públicos - CORREIO DO POVO, 11/11/2011 12:53
Em assembleia da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep), nesta sexta-feira em Porto Alegre, a categoria decidiu não participar da Operação Verão no Estado e suspender as aulas na Escola para Academia de Polícia Civil (Acadepol). A medida é para pressionar o governo do Estado a conceder equiparação de salários com os procuradores públicos. A titular da Delegacia da Mulher de Porto Alegre, Nadine Anflor, colocou o cargo à disposição.
Durante entrevista concedida à Rádio Guaíba ontem, o governador Tarso Genro foi questionado sobre o pedido dos delegados e foi categórico ao dizer que não é possível atender à exigência da categoria. “Eu não entro no mérito. O ideal seria isso (a equiparação), mas, atualmente, o Estado não tem condições e os delegados têm que entender. Se propuséssemos a equiparação, seria uma aventura."
A Asdep rejeitou a proposta do governo, de 10% de reajuste de salários, em assembleia no último sábado. Em uma nota pública, a categoria havia informado que, enquanto não houvesse um novo acordo, a ideia era não participar das operações Verão, Serra e Fronteira. Os delegados também colocariam à disposição cargos em confiança como os de diretor de departamento ou de divisão.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
JUSTIÇA SALARIAL - DELEGADOS FICAM FORA DA OPERAÇÃO VERÃO
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