Coronel: 'Não é um carro mais luxuoso que o carro do governador, não'. 28 de abril de 2011 - O Estado de S.Paulo
O comandante-geral da Polícia Militar paulista, coronel Alvaro Batista Camilo, classifica os coronéis da PM como "executivos de polícia", o que justificaria a retomada, após mais de uma década, do uso de carros descaracterizados. Para ele, oficiais mais graduados da PM não podem perder tempo no atendimento de problemas "menores", como demandas de rua que aparecem no caminho dos coronéis em veículos com cores da PM.
A escolha pessoal do Captiva não foi, diz Camilo, opção pelo luxo, mas sim pelo conforto de quem, por necessidade do ofício, passa boa parte do dia sentado no veículo, entre um compromisso e outro. Ontem, o coronel falou ao Estado.
Por que um carro diferente do dos outros policiais?
Os carros dos dirigentes do órgão de Estado têm níveis diferentes. Posso escolher determinados veículos. Secretário, comandante-geral, delegado-geral. Os demais são carros operacionais de polícia. Por isso, a diferenciação. É o chefe do órgão.
O senhor não poderia escolher um veículo menos luxuoso?
Ele não é um veículo de luxo, especificamente. É um veículo que a gente escolheu pela posição. É robusto para ir a qualquer lugar. A agenda do comandante é extremamente atribulada. Vamos muito a campo.
A escolha foi por isso?
Saímos muito. Diferentemente de um executivo que pega o carro e vai para o trabalho e pronto e depois vai para um ou outro lugar. Estou constantemente nas operações, na rua, para cima e para baixo. A ideia foi comprar um carro em que você tivesse um pouquinho mais de conforto para ficar dentro do carro. Não por causa do conforto em termos de luxuosidade, mas da posição de sentar. E isso estou fazendo não só para o comandante-geral, estou fazendo para meus patrulheiros. Tanto é que você pode ver que já tem Hilux na Rota, Pajero no trânsito. Estamos escolhendo modelos de veículos que dão mais dignidade ao serviço policial. A preocupação não é específica para o comandante.
Não é distorção transitar em um carro mais luxuoso que o do governador?
De maneira nenhuma. Não é um carro mais luxuoso que o carro do governador, não.
Ele transita em um Vectra.
Não é um Vectra. Não lembro qual é o carro dele, mas é mais luxuoso que o meu, pode ter certeza. Estou usando assim, o secretário de Segurança está usando assim. É um modelo que escolhemos. Em alguns outros órgãos, também. Escolhemos pela posição que a gente fica dentro do carro. Ficamos muito tempo dentro do veículo.
Havia mais de dez anos a PM não dava carro descaracterizado a coronéis. Foi sua a decisão?
Foi. O tempo do comandante é muito precioso. Muitas vezes, ele era parado na via para resolver um problema menor, parado às vezes por alguém pedindo uma informação. O policial é policial 24 horas, seja comandante ou soldado, e ele vai atender. Às vezes, ele precisava estar em uma determinada operação com rapidez e, por ser executivo de polícia e ter decisões em que precisava estar presente, acabava chegando atrasado por causa disso ou até perdendo compromissos ou operações.
Por que executivo de polícia?
O comandante tem sob sua responsabilidade 4 mil a 5 mil homens e um orçamento que ele está cuidando. Ou seja, ele é um verdadeiro executivo de polícia e essas interrupções às vezes causavam problema, prejudicando o próprio cidadão. Ele é um comandante de polícia e acabava ficando ali uma ou duas horas atendendo a uma solicitação na rua até resolver o problema. A decisão nossa foi deixá-lo mais para as funções voltadas à gestão de polícia.
Comandante da PM diz que carros de luxo comprados para oficiais são "utilitários". Coronel Alvaro Batista Camilo não nega gasto de R$ 2,8 milhões para a compra de um Captiva e 61 vectras. Ele conversou com Vanessa Di Sevo e Leandro Modé.
http://www.estadao.com.br/interatividade/Multimidia/ShowAudios.action?destaque.idGuidSelect=AE62F6EBF33A490097E3B85512A4C919
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 30 de abril de 2011
CARRO DE LUXO
Comandante da PM fica 1 dia sem carro de luxo. Depois de anunciar que o coronel Alvaro Camilo deixaria de usar Captiva, Secretaria da Segurança Pública baixa hoje resolução que libera o carro. 29 de abril de 2011 | 0h 00 - Fabio Mazzitelli e Marcelo Godoy - O Estado de S.Paulo
O coronel Alvaro Batista Camilo ficou apenas um dia sem o seu Captiva. Para que ele pudesse voltar a usar o utilitário esportivo de R$ 92,9 mil que comprou para comparecer a compromissos e deslocar-se da casa para o trabalho, a Secretaria da Segurança Pública publica hoje no Diário Oficial uma resolução liberando para o comandante-geral e para o delegado-geral o uso de utilitários esportivos, os chamados SUVs (na sigla em inglês). A resolução 57 da secretaria é assinada pelo titular da pasta, Antonio Ferreira Pinto.
O argumento para liberar o uso desse tipo de carro pelo comandante-geral é de que o decreto de 1995 que determina o tipo de carro que cada autoridade do Estado pode ter não contemplava os SUVs - essa é uma categoria recente de veículos. Pela manhã, o Comando Geral da PM havia decidido suspender o uso do carro de luxo. "Por pairar dúvidas quanto ao uso do Captiva, ele deixa de utilizá-lo a partir de hoje (ontem), 28 de abril, até que seja a situação esclarecida."
O Estado revelou ontem que Camilo havia decidido comprar o carro e 61 Vectras descaracterizados para atender os coronéis da corporação. Gastou R$ 2,8 milhões com os veículos. Com o Captiva, Camilo passou a circular em um veículo mais luxuoso e caro do que o usado pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), que normalmente usa Vectras e Corollas em seus compromissos e solenidades.
Pouco depois da divulgação da nota em que Camilo anunciava ter encostado o Captiva, o governador Alckmin confirmou a suspensão do uso deste veículo. Mas fez questão de elogiar o coronel. "O Alvaro Camilo é um excelente comandante, uma pessoa extremamente dedicada, corretíssima", disse. "Ele tem a nossa absoluta confiança."
Ao tomar posse, Geraldo Alckmin suspendeu o uso de Ômegas e demais blindados contratados pelo ex-governador José Serra (PSDB). "O Palácio (dos Bandeirantes) tinha um grande número de veículos blindados, que são mais caros. Então, abrimos mão. Ninguém pode usar carro blindado, que é carro mais caro. Não há necessidade."
Mas entre os motivos para liberar o uso dos SUVs para os chefes das polícias do Estado, a resolução da secretaria afirma que estão "a segurança e mobilidade exigidas para proteção de autoridades". O custo dos SUVs para eles deve ser compatível com o de carros de representação permitidos para o segundo escalão do governo.
Ontem, Camilo usou um Vectra para comparecer a um encontro com outros comandantes-gerais. O veículo usado - preto - era igual ao utilizado pelos demais coronéis da PM. O comandante não quis dar entrevista ao Estado e disse que sua posição sobre o assunto havia sido contemplada na nota oficial divulgada pela PM.
Comandante da PM compra Captiva para ele e 61 Vectras para os coronéis. 28 de abril de 2011 | 0h 00 - Fabio Mazzitelli e Marcelo Godoy - O Estado de S.Paulo
O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Alvaro Batista Camilo, comprou, por R$ 2,8 milhões, um Captiva para ele e 61 Vectras para atender os coronéis da corporação. Classificado como um utilitário esportivo de luxo, o Captiva do comandante saiu por R$ 92,9 mil e permite que ele compareça a seus compromissos e vá da casa ao trabalho em um carro mais caro e luxuoso que o usado pelo governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), que normalmente utiliza Vectra ou Corolla.
Anteontem, o Estado flagrou o coronel em seu carro quando chegava a um encontro na zona norte de São Paulo. A seis quilômetros dali, Alckmin subia em um Vectra preto após uma solenidade na zona leste. O governador abriu mão dos Ômegas blindados contratados por seu antecessor, José Serra (PSDB).
Seu exemplo foi seguido pelo delegado-geral, Marcos Carneiro Lima, que se desfez de três Vectras e duas Blazers que serviam à chefia da Polícia Civil - ele mantém um Vectra e duas Blazers. Os carros são usados agora na apuração de crimes. Além disso, na Civil só diretores de departamento - 20 dos 132 delegados de classe especial - têm carro descaracterizado.
A compra do Captiva e dos Vectras para todos os coronéis é polêmica ainda por causa da legislação sobre o uso de veículos por autoridades no Estado. Ela estabelece hierarquia de carros de acordo com o cargo. O governador e o vice (Grupo Especial) têm direito aos carros mais caros. Depois, vêm os secretários (Grupo A) e, por último, as autoridades do Grupo B, entre as quais estão o comandante e o delegado-geral. Portaria de junho de 2010 diz que o Captiva só pode ser adquirido como veículo de prestação de serviço.
Mudança. Fazia mais de uma década que coronéis da PM não tinham veículos descaracterizados, sem as cores da polícia. Ao Estado, o coronel Camilo disse que a compra dos carros foi feita porque coronéis são executivos e não podem andar em viaturas para não serem parados a toda hora para atender às ocorrências. Em nenhum momento, alegou razões de segurança. De fato, nenhum dos veículos é blindado. A PM tem 57 coronéis.
O contrato de compra dos carros foi feito pela Diretoria de Logística da PM e publicado no Diário Oficial em 16 de outubro de 2010. Ele incluía 161 veículos da GM, sem especificar quantos eram viaturas oficiais e quantos eram carros sem identificação, para os coronéis. O valor total da compra foi de R$ 5,8 milhões. Foram adquiridos duas Montanas, 61 Vectras Expression, 92 Corsas Hatch, cinco Corsas Sedan e o Captiva. Cada Vectra saiu por R$ 44,9 mil - os 61 custaram R$ 2,73 milhões. Já os R$ 92 mil do Captiva equivalem ao preço de três Corsas - R$ 30 mil cada.
GREVE POR VALORIZAÇÃO SALARIAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO
Policiais civis decidem entrar em greve por tempo indeterminado em MG. Cerca de 1.500 homens fecharam o trânsito no Centro de BH - Hoje em Dia. Rodrigo Clemente/AE, 29/04/2011
Os policiais civis de Minas Gerais decidiram entrar em greve, por tempo indeterminado, a partir do dia 10 de maio. A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (29) após protesto realizado no centro da Belo Horizonte.
Mais de 1.500 policiais civis fecharam o trânsito na praça Sete e atearam fogo em um caixão como forma de protesto. Por causa da manifestação, que ocorreu de forma pacífica, o trânsito no centro da capital ficou caótico e os reflexos se estenderam a outras vias, como as avenidas Bias Fortes e Augusto de Lima. Os policiais reivindicam vários pontos já prometidos pelo Governo de Minas.
O movimento começou na praça da Liberdade, onde os policiais fizeram uma assembleia para decidir os rumos das manifestações. Segundo o sindicato da classe, em setembro do ano passado eles fizeram uma carta para o governador Antônio Anastasia, solicitando reajuste salarial, melhoria nas estruturas das delegacias em todo Estado, carreira jurídica para delegados, com o mesmo salário de promotores, além de realização de um concurso público para aumento de contingente.
Denílson Martins, presidente do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis), afirmou que não houve resposta sobre os pedidos e, por isso, os manifestantes vão intensificar os protestos até que as exigências sejam atendidas.
Fonte: R7 e http://policialbr.com/profiles/blogs/policiais-civis-decidem-entrar?xg_source=msg_mes_network#ixzz1L2lWzryg
quinta-feira, 28 de abril de 2011
PARA OS POLICIAIS O DESCASO E OS RIGORES DA LEI
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Neste texto abaixo podemos constatar dois tratamentos que enfraquecem e desvalorizam os policiais estaduais no Brasil, fomentando o descrédito nas leis e a desconfiança nos governantes. Quando há direito envolvido, o descaso aparece. Quando tentam reivindicar, os rigores da lei agem. Contra outras categorias nem descaso, nem rigor. As benevolências, a tolerância e os direitos são plenamente garantidos e salvaguardados.
Lei descumprida
O policial civil exerce atividade de risco, por isso a Constituição Federal lhe assegura o direito de aposentadoria especial (art. 40, § 4). A regra de inativação é trazida pela lei complementar federal 51/85. Em tese, o policial pode se aposentar voluntariamente, com proventos integrais, ao completar 30 anos de contribuição, desde que conte 20 anos em atividade de risco. É a regra chamada de "20 + 10".
O governo gaúcho ignora isso há quase dez anos e segue negando, administrativamente, o direito de integralidade aos policiais que completam a regra. Policiais que se aposentaram após 30 anos cumpridos exclusivamente em atividade policial estão há mais de quatro anos sem nenhum reajuste, porque o Estado nega a eles proventos referentes à matriz salarial.
Justiça
Juízes federais de todo País fizeram ontem uma paralisação para cobrar, entre outras coisas, melhores condições de trabalho. Tudo justo e perfeito, mas o que aconteceria se os policiais gaúchos, de nível médio, paralisassem suas atividades por um dia?
WANDERLEY SOARES - REDE PAMPA, O SUL, 28/04/2011
Lei descumprida
O policial civil exerce atividade de risco, por isso a Constituição Federal lhe assegura o direito de aposentadoria especial (art. 40, § 4). A regra de inativação é trazida pela lei complementar federal 51/85. Em tese, o policial pode se aposentar voluntariamente, com proventos integrais, ao completar 30 anos de contribuição, desde que conte 20 anos em atividade de risco. É a regra chamada de "20 + 10".
O governo gaúcho ignora isso há quase dez anos e segue negando, administrativamente, o direito de integralidade aos policiais que completam a regra. Policiais que se aposentaram após 30 anos cumpridos exclusivamente em atividade policial estão há mais de quatro anos sem nenhum reajuste, porque o Estado nega a eles proventos referentes à matriz salarial.
Justiça
Juízes federais de todo País fizeram ontem uma paralisação para cobrar, entre outras coisas, melhores condições de trabalho. Tudo justo e perfeito, mas o que aconteceria se os policiais gaúchos, de nível médio, paralisassem suas atividades por um dia?
WANDERLEY SOARES - REDE PAMPA, O SUL, 28/04/2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
BOLSAS NO EXTERIOR E ESPECIALIZAÇÃO POLICIAL
Chamou a atenção a notícia publicada em O Globo de 27/04/2011, de que a União ampliará a concessão de "bolsas para o exterior" tendo como alto " o doutorado e a "graduação-sanduíche", na qual o aluno estuda metade do curso no país e o restante em uma instituição estrangeira". A intenção é conceder 75 mil bolsas até o fim de 2014.
"Segundo Haddad, atualmente o Brasil envia para o exterior cerca de 6 mil estudantes do ensino superior. A decisão da presidenta de ampliar esse número de bolsas foi a partir de um diagnóstico de custos feito pelo Ministério da Educação (MEC). Em reunião, o MEC sugeriu que o alvo das bolsas fosse no doutorado em áreas estratégicas como engenharia e física e na graduação-sanduíche."
O fato é que estas bolsas poderiam ser concedidas aos juizes, promotores públicos, defensores, agentes prisionais e policiais brasileiros fazerem intercâmbio de conhecimentos e práticas jurídicas, policiais e prisionais em benefício da construção de sistema melhor e mais eficiente de preservação da ordem pública no Brasil. Como não vivemos numa redoma, as iniciativas e processos nesta área tão vital para a sociedade não podem ser tratadas de forma isoladas, superficiais e inoperantes. É preciso encontrar soluções que possam ser aplicadas no país de forma integrada, otimizada e harmonizada diante da especificidade das funções precípuas, responsabilidades e objetivos comuns dos Poderes de Estado e necessidades do cidadão brasileiro.
Só o fato de eu passar 15 dias nos EUA e ter a oportunidade de conhecer as polícias de New York, Indianápolis e Miami Beach, além do Corpo de Bombeiros de Whashington, propiciou a abertura de uma nova visão de segurança pública. Desta, surgiram dois livros, monografias, artigos, manuais, palestras e postura crítica da prática policial, do sistema jurídico e judicial e do sistema de ordem pública vigente no Brasil.
Vários oficiais da Brigada Militar, policiais militares e policiais civis em todo o país fizeram cursos práticos nos EUA e em países da Europa com despesas pagas de seus bolsos. Hoje, utilizam estes conhecimentos em prol do aprimoramento de suas polícias e na proteção da sociedade gaúcha e nos arriscados enfrentamentos contra o crime. Conhecimentos que são repassados em instruções e orientações diárias. Muitas vidas foram salvas graças a estes conhecimentos.
Senhores governantes, apliquem as boas idéias também para os agentes públicos responsáveis pela PAZ SOCIAL. São eles que garantem os dois maiores direitos de um ser humano - A VIDA E A LIBERDADE.
"Segundo Haddad, atualmente o Brasil envia para o exterior cerca de 6 mil estudantes do ensino superior. A decisão da presidenta de ampliar esse número de bolsas foi a partir de um diagnóstico de custos feito pelo Ministério da Educação (MEC). Em reunião, o MEC sugeriu que o alvo das bolsas fosse no doutorado em áreas estratégicas como engenharia e física e na graduação-sanduíche."
O fato é que estas bolsas poderiam ser concedidas aos juizes, promotores públicos, defensores, agentes prisionais e policiais brasileiros fazerem intercâmbio de conhecimentos e práticas jurídicas, policiais e prisionais em benefício da construção de sistema melhor e mais eficiente de preservação da ordem pública no Brasil. Como não vivemos numa redoma, as iniciativas e processos nesta área tão vital para a sociedade não podem ser tratadas de forma isoladas, superficiais e inoperantes. É preciso encontrar soluções que possam ser aplicadas no país de forma integrada, otimizada e harmonizada diante da especificidade das funções precípuas, responsabilidades e objetivos comuns dos Poderes de Estado e necessidades do cidadão brasileiro.
Só o fato de eu passar 15 dias nos EUA e ter a oportunidade de conhecer as polícias de New York, Indianápolis e Miami Beach, além do Corpo de Bombeiros de Whashington, propiciou a abertura de uma nova visão de segurança pública. Desta, surgiram dois livros, monografias, artigos, manuais, palestras e postura crítica da prática policial, do sistema jurídico e judicial e do sistema de ordem pública vigente no Brasil.
Vários oficiais da Brigada Militar, policiais militares e policiais civis em todo o país fizeram cursos práticos nos EUA e em países da Europa com despesas pagas de seus bolsos. Hoje, utilizam estes conhecimentos em prol do aprimoramento de suas polícias e na proteção da sociedade gaúcha e nos arriscados enfrentamentos contra o crime. Conhecimentos que são repassados em instruções e orientações diárias. Muitas vidas foram salvas graças a estes conhecimentos.
Senhores governantes, apliquem as boas idéias também para os agentes públicos responsáveis pela PAZ SOCIAL. São eles que garantem os dois maiores direitos de um ser humano - A VIDA E A LIBERDADE.
terça-feira, 26 de abril de 2011
PROMOTOR COBRA AÇÃO DA POLÍCIA CONTRA CORRUPTOS
Promotor cobra ação da Polícia contra corruptos em Novo Hamburgo. Amorim quer afastamento dos policiais acusados de trabalhar para Maradona. Sílvio Milani/ Da Redação - 20/4/2011 - DIÁRIO DE CANOS
Novo Hamburgo - O promotor Eugênio Paes Amorim, da Vara de Júri de Porto Alegre, acusou ontem o delegado regional do Vale do Sinos, Bolivar Llantada, de não tomar providências contra os policiais civis de Novo Hamburgo suspeitos de trabalhar para o traficante Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona, 32 anos. O alvo de Amorim foram as declarações de Llantada no Jornal NH de ontem, em que diz não ter o que fazer a respeito por desconhecer a investigação e não saber quem são os agentes. “Se não sabe quem são, vai perguntar, delegado. Bote no papel um ofício para o promotor, solicitando os nomes, e investigue os policiais”, desafiou o promotor, ao vivo na Rádio ABC 900. Apesar de os acusados continuarem em suas funções normais, o delegado respondeu que não está havendo inércia. “Estou aguardando uma posição da Corregedoria”, argumentou. O promotor Amilcar Macedo, responsável pelo caso, entrega hoje à Corregedoria da Polícia Civil (Cogepol) as escutas telefônicas que ligariam dois agentes hamburguenses e um delegado da região metropolitana à facção Os Manos, liderada por Maradona.
Mandados geram discórdia
Policiais civis não se conformam que, nos últimos anos, o Ministério Público vemconseguindo mandados de prisão e de busca e apreensão paraaBrigada Militar. É o caso da operação conjunta contra a facção Os Manos, articulada pelo promotor Amilcar Macedo, de Canoas, com o Serviço de Inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), que resultou em vasto acervo de escutas telefônicas. Nessas gravações, liberadas para o programa Fantástico, da TV Globo, o Ministério Público e a BM revelam suposto envolvimento de dois agentes de Novo Hamburgo e um delegado da região.
Brigada e Civil na disputa
Nos bastidores, Brigada Militar e Polícia Civil travam uma disputa pelos resultados das operações contra Maradona. Membros das duas instituições dizem, informalmente, que uma atrapalha o trabalho da outra. Os fardados, que têm ao seu lado o Ministério Público, afirmam que investigama facção desde novembro e que já prenderam 33 bandidos. A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), informa que desenvolve a Operação Camisa 10 desde fevereiro, com 23 presos até ontem, sem contar os menores apreendidos.
“Só fala besteira”, diz delegado
A contundência deAmorim provocou reações imediatas na Polícia Civil. “Temos que tomar providências contra este promotor Amorim. Quem ele acha que é? Só fala besteira”, escreveu em seu perfil no Twitter o delegado Alexandre Quintão, do plantão de Novo Hamburgo, entre outros policiais da região que se manifestaram durante o dia.
ZONA DE CONFLITO
“Que bom se fosse verdade que há só dois ou três policiais corruptos em Novo Hamburgo. Se a Polícia não combate a corrupção, ela vai ruir por isso mesmo.” “Vai investigar ao invés de escrever artigo corporativo para jornal, dizendo que a Brigada Militar e o Ministério Público não podem investigar.” “A região foi infortunada com a escolha desse cidadão para ser delegado regional. É um delegado que não acrescenta nada e é corporativo demais.” Eugênio Paes Amorim, Promotor de Justiça.
“A situação continua no mesmo panorama (policiais acusados nas atividades normais), aguardando orientação da Corregedoria.” “Não está havendo inércia e não sou corporativista.” “Nada posso fazer se é esse o sentimento dele sobre minha pessoa. As pessoas se manifestam da maneira que quiserem. Não vou entrar em conflitos verbais publicamente, pois isso não acrescenta nada aos conflitantes nem à sociedade.” Bolivar Llantada, Delegado de Polícia.
Novo Hamburgo - O promotor Eugênio Paes Amorim, da Vara de Júri de Porto Alegre, acusou ontem o delegado regional do Vale do Sinos, Bolivar Llantada, de não tomar providências contra os policiais civis de Novo Hamburgo suspeitos de trabalhar para o traficante Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona, 32 anos. O alvo de Amorim foram as declarações de Llantada no Jornal NH de ontem, em que diz não ter o que fazer a respeito por desconhecer a investigação e não saber quem são os agentes. “Se não sabe quem são, vai perguntar, delegado. Bote no papel um ofício para o promotor, solicitando os nomes, e investigue os policiais”, desafiou o promotor, ao vivo na Rádio ABC 900. Apesar de os acusados continuarem em suas funções normais, o delegado respondeu que não está havendo inércia. “Estou aguardando uma posição da Corregedoria”, argumentou. O promotor Amilcar Macedo, responsável pelo caso, entrega hoje à Corregedoria da Polícia Civil (Cogepol) as escutas telefônicas que ligariam dois agentes hamburguenses e um delegado da região metropolitana à facção Os Manos, liderada por Maradona.
Mandados geram discórdia
Policiais civis não se conformam que, nos últimos anos, o Ministério Público vemconseguindo mandados de prisão e de busca e apreensão paraaBrigada Militar. É o caso da operação conjunta contra a facção Os Manos, articulada pelo promotor Amilcar Macedo, de Canoas, com o Serviço de Inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), que resultou em vasto acervo de escutas telefônicas. Nessas gravações, liberadas para o programa Fantástico, da TV Globo, o Ministério Público e a BM revelam suposto envolvimento de dois agentes de Novo Hamburgo e um delegado da região.
Brigada e Civil na disputa
Nos bastidores, Brigada Militar e Polícia Civil travam uma disputa pelos resultados das operações contra Maradona. Membros das duas instituições dizem, informalmente, que uma atrapalha o trabalho da outra. Os fardados, que têm ao seu lado o Ministério Público, afirmam que investigama facção desde novembro e que já prenderam 33 bandidos. A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), informa que desenvolve a Operação Camisa 10 desde fevereiro, com 23 presos até ontem, sem contar os menores apreendidos.
“Só fala besteira”, diz delegado
A contundência deAmorim provocou reações imediatas na Polícia Civil. “Temos que tomar providências contra este promotor Amorim. Quem ele acha que é? Só fala besteira”, escreveu em seu perfil no Twitter o delegado Alexandre Quintão, do plantão de Novo Hamburgo, entre outros policiais da região que se manifestaram durante o dia.
ZONA DE CONFLITO
“Que bom se fosse verdade que há só dois ou três policiais corruptos em Novo Hamburgo. Se a Polícia não combate a corrupção, ela vai ruir por isso mesmo.” “Vai investigar ao invés de escrever artigo corporativo para jornal, dizendo que a Brigada Militar e o Ministério Público não podem investigar.” “A região foi infortunada com a escolha desse cidadão para ser delegado regional. É um delegado que não acrescenta nada e é corporativo demais.” Eugênio Paes Amorim, Promotor de Justiça.
“A situação continua no mesmo panorama (policiais acusados nas atividades normais), aguardando orientação da Corregedoria.” “Não está havendo inércia e não sou corporativista.” “Nada posso fazer se é esse o sentimento dele sobre minha pessoa. As pessoas se manifestam da maneira que quiserem. Não vou entrar em conflitos verbais publicamente, pois isso não acrescenta nada aos conflitantes nem à sociedade.” Bolivar Llantada, Delegado de Polícia.
INTERVENÇÃO DO MP AZEDA RELAÇÃO BM E PC
Ministério Público privilegia de novo a RBS. Crise azeda de novo relações da Brigada com a Polícia Civil. Políbio Braga Online, 20/04/2011
Nesta reportagem do jornal Vale do Sinos, o promotor Amilcar Macedo quer que a Polícia Civil puna os "corruptos" que ele identifuicou na corporação, ao investigar casos criminosos em Novo Hamburgo.
Como se percebe, novamente aparece a RBS por trás das denúncias, com exclusividade total. A empresa tem acesso privilegiado aos procedimentos comandados por Amilcar Macedo, que prefere trabalhar com a Brigada e não com a Polícia Civil. Se fosse tão necessário dar publicidade aos seus atos, por qual razão não se concedeu uma entrevista coletiva?
O corregedor da Polícia Civil afirmou que só teve acesso nesta quinta-feira a tarde aos dados divulgados por Amilcar Macedo, que até então só havia fornecido os informes para RBS. Ele procurou articular uma reportagem para liberar informes atacando a Polícia Civil, antes mesmo de completada a investigação. Pior: repentinamente entrou em cena o promotor Eugênio Amorim, atacando a Polícia Civil, inclusive acusando o delegado Bolivar Lantada de omissão frente a denúncia do colega promotor. Amorim fez graves acusações contra a Polícia Civil, mas não usou o termo "banda podre". A Polícia Civil não reagiu. Não é segredo que Amorim é desafeto de Bolivar em razão das divergências no curso da investigação sobre a morte de Eliseu Santos.
Esta é uma nova crise no gvoerno Tarso Genro e parece que essa crise não para por aí; não foi a primeira e não será a última. Amilcar Macedo parece ter iniciado uma nova Cruzada, mas desta vez não vai "invadir" o Palácio Piratini. Invadirá o Palácio da Polícia ?
O editor tem informações de que os delegados estão no limite da paciência diante da investigações mascaradas que vem sendo realizadas por integrantes da Brigada Militar. A atribuição deste tipo de investigação é da Polícia Civil, mas o Ministério Público.
LEIA NO DIÁRIO DE CANOAS SOBRE ESTE CONFLITO.
LEIA A POSTAGEM SEGUINTE
Matéria indicada por Rogério T. Brodbeck.
Nesta reportagem do jornal Vale do Sinos, o promotor Amilcar Macedo quer que a Polícia Civil puna os "corruptos" que ele identifuicou na corporação, ao investigar casos criminosos em Novo Hamburgo.
Como se percebe, novamente aparece a RBS por trás das denúncias, com exclusividade total. A empresa tem acesso privilegiado aos procedimentos comandados por Amilcar Macedo, que prefere trabalhar com a Brigada e não com a Polícia Civil. Se fosse tão necessário dar publicidade aos seus atos, por qual razão não se concedeu uma entrevista coletiva?
O corregedor da Polícia Civil afirmou que só teve acesso nesta quinta-feira a tarde aos dados divulgados por Amilcar Macedo, que até então só havia fornecido os informes para RBS. Ele procurou articular uma reportagem para liberar informes atacando a Polícia Civil, antes mesmo de completada a investigação. Pior: repentinamente entrou em cena o promotor Eugênio Amorim, atacando a Polícia Civil, inclusive acusando o delegado Bolivar Lantada de omissão frente a denúncia do colega promotor. Amorim fez graves acusações contra a Polícia Civil, mas não usou o termo "banda podre". A Polícia Civil não reagiu. Não é segredo que Amorim é desafeto de Bolivar em razão das divergências no curso da investigação sobre a morte de Eliseu Santos.
Esta é uma nova crise no gvoerno Tarso Genro e parece que essa crise não para por aí; não foi a primeira e não será a última. Amilcar Macedo parece ter iniciado uma nova Cruzada, mas desta vez não vai "invadir" o Palácio Piratini. Invadirá o Palácio da Polícia ?
O editor tem informações de que os delegados estão no limite da paciência diante da investigações mascaradas que vem sendo realizadas por integrantes da Brigada Militar. A atribuição deste tipo de investigação é da Polícia Civil, mas o Ministério Público.
LEIA NO DIÁRIO DE CANOAS SOBRE ESTE CONFLITO.
LEIA A POSTAGEM SEGUINTE
Matéria indicada por Rogério T. Brodbeck.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
PRF - DIRETORA TEM CNH APREENDIDA
Em menos de um mês no cargo, diretora da PRF tem CNH apreendida. Maria Alice Nascimento Souza acumulou 30 pontos na carteira de motorista - Correio do Povo, 25/04/2011
Com menos de um mês à frente do cargo, a diretora em exercício da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Maria Alice Nascimento Souza, teve de dar satisfações ao Ministério da Justiça, à qual é subordinada, sobre a suspensão de sua carteira de habilitação pelo Departamento de Trânsito (Detran) do Paraná, por ter acumulado 30 pontos relativos a infrações de trânsito. O Ministério se deu por satisfeito, mas o episódio, se não a derrubou, não a ajuda a se manter no cargo.
Pela assessoria, o ministério informou que Alice foi designada diretora interina em 28 de março passado, após a queda do inspetor Hélio Derenne, até a escolha do novo titular, que ainda não está definida. A punição do Detran paranaense, conforme reportagem divulgada em uma emissora de TV, foi por conta de infrações cometidas entre dezembro de 2008 e dezembro de 2010. A medida comporta recurso porque a pontuação tem validade de apenas um ano, a partir da data da infração.
Em nota à imprensa, Alice explicou que o veículo multado é de uso de toda a família e que a suspensão não lhe cria obstáculos ao exercício do cargo. O Ministério informou que a punição a Maria Alice é um episódio de natureza pessoal, sobre o qual só cabe a ela dar explicações e ratificou que o fato não afeta sua condição de diretora interina.
Com menos de um mês à frente do cargo, a diretora em exercício da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Maria Alice Nascimento Souza, teve de dar satisfações ao Ministério da Justiça, à qual é subordinada, sobre a suspensão de sua carteira de habilitação pelo Departamento de Trânsito (Detran) do Paraná, por ter acumulado 30 pontos relativos a infrações de trânsito. O Ministério se deu por satisfeito, mas o episódio, se não a derrubou, não a ajuda a se manter no cargo.
Pela assessoria, o ministério informou que Alice foi designada diretora interina em 28 de março passado, após a queda do inspetor Hélio Derenne, até a escolha do novo titular, que ainda não está definida. A punição do Detran paranaense, conforme reportagem divulgada em uma emissora de TV, foi por conta de infrações cometidas entre dezembro de 2008 e dezembro de 2010. A medida comporta recurso porque a pontuação tem validade de apenas um ano, a partir da data da infração.
Em nota à imprensa, Alice explicou que o veículo multado é de uso de toda a família e que a suspensão não lhe cria obstáculos ao exercício do cargo. O Ministério informou que a punição a Maria Alice é um episódio de natureza pessoal, sobre o qual só cabe a ela dar explicações e ratificou que o fato não afeta sua condição de diretora interina.
POLÍCIA PATROCINADA
POLÍCIA PATROCINADA. Especialistas condenam financiamento privado na área - CARLOS ETCHICHURY - ZERO HORA 25/04/2011
A suspeita de que o traficante Maradona estivesse utilizando laranjas para consertar e abastecer viaturas da Brigada Militar (BM) provoca um debate sobre o financiamento privado de atividades relacionadas à segurança pública. Especialistas e policiais ouvidos por ZH desestimulam que o Estado aceite dinheiro para auxiliar policiamento ostensivo e investigação policial.
Para o coronel da reserva da PM de São Paulo José Vicente, ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, as polícias devem ter uma estrutura que as permitam rejeitar doações.
– Deveria ter um decreto do governador desautorizando a receber qualquer tipo de doação. É algo ultrapassado, coisa de 30 anos atrás – radicaliza Vicente.
Cientista político e especialista em Segurança Pública, Guaracy Mingardi vai na mesma linha:
– Quem paga, manda.
Se o Estado não tem como garantir o funcionamento do Estado, prossegue Mingardi, “é melhor não ter Estado”.
A dificuldade em controlar a origem dos recursos
Entre policiais da ativa também há desconfiança com recursos alheios ao orçamento público.
– Como tu vais receber de um comerciante para o combustível e, daqui a pouco, investigar o cara? Ou prender o filho dele? – pondera José Antonio Dornelles de Oliveira, delegado regional executivo da Polícia Federal.
Corregedor-geral da BM, o coronel João Gilberto Fritz chama atenção para um outro elemento:
– A parte da população que não tem condições de oferecer dinheiro pode ficar em desvantagem.
Presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública de Canoas (Consepro), o arquiteto Carlos Afonso Schuch acredita que é possível evitar privilégios.
– Só aceitamos contribuições de empresas tradicionais, conhecidas na cidade. Além disso, as instituições (Brigada Militar, Polícia Civil, Instituto-geral de Perícias e Superintendência dos Serviços Penitenciários) beneficiadas não ficam sabendo quem são os doadores – pondera Schuch, à frente de um dos mais tradicionais conselhos do Rio Grande do Sul, há 25 anos em atividade.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A mesma situação do Bico legalizado e da publicidade nas fardas, idéias malucas e amadoras que alguns governantes desejam aplicar no sucateado, fracionado e desvalorizado aparato policial. Não podemos culpar os policiais, pois é a ânsia de melhorarem as condições de trabalho e aumentarem a capacidade de proteção à sociedade que faz buscarem no povo os recursos necessários. O resultado desta iniciativa pode ser a submissão a um interesse escuso como o de Maradona e outros bandidos e corruptores.
REVOLTA E TIROS CONTRA A PM EM MORTE DE JOVEM
Morte e perseguição a policiais em saída de baile. Em represália a tiro que matou um jovem de 19 anos, prédio da BM é alvejado no norte do Estado - Marielise Ferreira, Zero Hora 25/04/2011
Um baile em comemoração à Páscoa acabou em morte em Entre Rios do Sul, no norte do Estado. Ao atender a um chamado de desordem em uma festa no salão paroquial, um policial atingiu com um tiro no peito o jovem Gabriel de Moura, 19 anos. Em represália, os policiais foram perseguidos, e o prédio da Brigada Militar (BM) foi perfurado por mais de 20 tiros.
A confusão teria começado por volta das 3h20min, na saída do baile. Os dois policiais de plantão no município de 3,1 mil habitantes foram chamados por moradores para intervir em uma briga. Ao chegar ao salão, viram três jovens armados com facas que brigavam na rua e seguiram o procedimento padrão de revistá-los. Mas outro grupo que estava saindo do baile passou a cercar os policiais.
Conforme o boletim de ocorrência, os policiais atiraram para o alto tentando conter a desordem, mas os homens continuaram avançando e um deles, Gabriel, teria ameaçado o policial com uma faca.
Para se defender, de acordo com a polícia, o PM atirou no peito do jovem. Gabriel chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu ao ferimento e morreu.
Policiais tiveram de pedir reforço de outros municípios
Vendo que os ânimos se acirravam, os policiais recuaram e fugiram para o prédio da BM, de onde pediram reforços para municípios vizinhos. Perseguidos por cerca de 30 homens, os PMs ficaram acuados, enquanto o prédio da BM era cravejado de balas.
– Da rua mesmo eles atiravam, tem (munição) de todos os calibres – contou um dos policiais.
Janelas e paredes da corporação ficaram perfurados pelas balas. A única viatura foi atingida. Após o ataque, os homens teriam se refugiado em um matagal. Durante todo o dia, a Polícia Civil ouviu testemunhas e tentou identificar os homens que atiraram contra o prédio da BM. Mais cinco policiais de outros municípios foram à cidade para reforçar a segurança.
A arma do policial militar que atirou no jovem foi apreendida, e ele, suspenso das atividades até que o caso seja esclarecido. Uma sindicância interna foi aberta. O nome do autor do tiro não foi divulgado pela polícia.
Família diz que Gabriel não estava mais no baile
Revoltados, os familiares de Gabriel Moura buscavam explicações para a tragédia que abreviou a vida do jovem. Os pais, Valdemar e Sueli, de Moura, não escondiam a tristeza pela perda do rapaz, que há dois anos trabalhava na construção civil em Erechim e ia para casa visitar os pais no fim de semana.
No bairro Tancredo Neves, zona pobre da cidade, os vizinhos tentavam consolar Sueli. Ela havia se despedido do filho na noite anterior, quando ele saiu com a namorada para ir ao baile. Conforme a família, Gabriel já havia deixado a namorada em casa e retornava para a casa da família quando passou em frente ao salão e acabou envolvido na confusão.
– Ele não estava com aquele grupo que tinha feito desordens no baile, nunca se meteu em confusão –contou o tio, Luis Carlos Trindade.
Conforme os familiares, Gabriel era torcedor do Inter e sonhava em ser jogador de futebol. Trabalhava para auxiliar a família e, conforme o tio, não tinha antecedentes.
– Aqui não tem lei, não tem segurança, atiraram à queima roupa no menino. Agora vamos ter que ter força para superar isso – salientou Trindade.
O corpo do rapaz será enterrado hoje, no cemitério municipal da cidade.
O que diz a BM - O que diz o Tenente Lorival Ribeiro da Silva, oficial de dia do 13º Batalhão de Polícia Militar: “Não há dúvida sobre a autoria do disparo, ele foi atingido pela arma de serviço da BM, uma pistola .40. O policial disse que atirou para se defender, que usou todos os meios para evitar o confronto, mas era final de baile, as pessoas estavam embriagadas, e ele não conseguiu contê-las. Vamos investigar o caso e identificar também as pessoas que atiraram contra o prédio da BM. Vamos manter o reforço porque, se tiveram esta reação, nada impede que tentem novamente”.
Um baile em comemoração à Páscoa acabou em morte em Entre Rios do Sul, no norte do Estado. Ao atender a um chamado de desordem em uma festa no salão paroquial, um policial atingiu com um tiro no peito o jovem Gabriel de Moura, 19 anos. Em represália, os policiais foram perseguidos, e o prédio da Brigada Militar (BM) foi perfurado por mais de 20 tiros.
A confusão teria começado por volta das 3h20min, na saída do baile. Os dois policiais de plantão no município de 3,1 mil habitantes foram chamados por moradores para intervir em uma briga. Ao chegar ao salão, viram três jovens armados com facas que brigavam na rua e seguiram o procedimento padrão de revistá-los. Mas outro grupo que estava saindo do baile passou a cercar os policiais.
Conforme o boletim de ocorrência, os policiais atiraram para o alto tentando conter a desordem, mas os homens continuaram avançando e um deles, Gabriel, teria ameaçado o policial com uma faca.
Para se defender, de acordo com a polícia, o PM atirou no peito do jovem. Gabriel chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu ao ferimento e morreu.
Policiais tiveram de pedir reforço de outros municípios
Vendo que os ânimos se acirravam, os policiais recuaram e fugiram para o prédio da BM, de onde pediram reforços para municípios vizinhos. Perseguidos por cerca de 30 homens, os PMs ficaram acuados, enquanto o prédio da BM era cravejado de balas.
– Da rua mesmo eles atiravam, tem (munição) de todos os calibres – contou um dos policiais.
Janelas e paredes da corporação ficaram perfurados pelas balas. A única viatura foi atingida. Após o ataque, os homens teriam se refugiado em um matagal. Durante todo o dia, a Polícia Civil ouviu testemunhas e tentou identificar os homens que atiraram contra o prédio da BM. Mais cinco policiais de outros municípios foram à cidade para reforçar a segurança.
A arma do policial militar que atirou no jovem foi apreendida, e ele, suspenso das atividades até que o caso seja esclarecido. Uma sindicância interna foi aberta. O nome do autor do tiro não foi divulgado pela polícia.
Família diz que Gabriel não estava mais no baile
Revoltados, os familiares de Gabriel Moura buscavam explicações para a tragédia que abreviou a vida do jovem. Os pais, Valdemar e Sueli, de Moura, não escondiam a tristeza pela perda do rapaz, que há dois anos trabalhava na construção civil em Erechim e ia para casa visitar os pais no fim de semana.
No bairro Tancredo Neves, zona pobre da cidade, os vizinhos tentavam consolar Sueli. Ela havia se despedido do filho na noite anterior, quando ele saiu com a namorada para ir ao baile. Conforme a família, Gabriel já havia deixado a namorada em casa e retornava para a casa da família quando passou em frente ao salão e acabou envolvido na confusão.
– Ele não estava com aquele grupo que tinha feito desordens no baile, nunca se meteu em confusão –contou o tio, Luis Carlos Trindade.
Conforme os familiares, Gabriel era torcedor do Inter e sonhava em ser jogador de futebol. Trabalhava para auxiliar a família e, conforme o tio, não tinha antecedentes.
– Aqui não tem lei, não tem segurança, atiraram à queima roupa no menino. Agora vamos ter que ter força para superar isso – salientou Trindade.
O corpo do rapaz será enterrado hoje, no cemitério municipal da cidade.
O que diz a BM - O que diz o Tenente Lorival Ribeiro da Silva, oficial de dia do 13º Batalhão de Polícia Militar: “Não há dúvida sobre a autoria do disparo, ele foi atingido pela arma de serviço da BM, uma pistola .40. O policial disse que atirou para se defender, que usou todos os meios para evitar o confronto, mas era final de baile, as pessoas estavam embriagadas, e ele não conseguiu contê-las. Vamos investigar o caso e identificar também as pessoas que atiraram contra o prédio da BM. Vamos manter o reforço porque, se tiveram esta reação, nada impede que tentem novamente”.
domingo, 24 de abril de 2011
UPP BAIANA - POLICIAIS CRITICAM CONDIÇÕES E EXPLORAÇÃO POLÍTICA
PMs que atuam na ocupação de favela dizem dormir no chão e receber comida estragada. Governo da Bahia rebate críticas - fonte: Thiago Guimarães, iG Bahia. ASPRA – BA – ASSOCIAÇÃO DOS POLICIAIS MILITARES E BOMBEIROS E DE SEUS FAMILIARES DO ESTADO DA BAHIA, Blog NOQAP, Portal da ABAMFBM 24/04/2011
Policiais militares que atuam na ocupação da favela do Calabar, em Salvador, etapa prévia à implantação de uma base comunitária de segurança na área, afirmam que estão trabalhando sob más condições no local e dizem que há exploração política da iniciativa pelo governo Jaques Wagner (PT).
Policiais do Batalhão de Choque, que trabalham em regime de 12 horas no local, dizem que recebem comida estragada, dormem no chão e que o governo busca omitir confrontos que ainda ocorrem com traficantes na favela.
É certeza: o tráfico continua acontecendo e ficamos engessados, porque é uma operação totalmente política. Não querem que a gente vá atrás desses casos, porque estão se vangloriando que a ocupação ocorreu sem um tiro?, afirmou nesta segunda-feira (18) ao iG um policial que pediu para não ser identificado.
A base comunitária de segurança, a chamada UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) baiana, é a principal aposta da gestão Jaques Wagner (PT) para reverter o aumento da violência em Salvador e na Bahia. Diante do desgaste político causado pela criminalidade, o governo baiano trocou a cúpula da segurança pública em 2011 e reforçou a divulgação de ações no setor.
O "laboratório" escolhido para a primeira base é a favela do Calabar, área de 20 mil habitantes cercada por bairros nobres e dominada até então por traficantes rivais. No último dia 29 de março, policiais civis e militares ocuparam a favela como preparação para a instalação da base, prevista para o final deste mês.
No último dia 12, um e-mail encaminhado à Aspra (Associação dos Policiais Militares e Bombeiros da Bahia) por policiais sediados no Calabar apontou ?condições subumanas? de trabalho no local.
O almoço todos os dias chega azedo, o pessoal do (turno) noturno não tem refeição a não ser as sobras azedas do almoço, sem contar as péssimas instalações em que ficamos. Só tem cadeiras de escola para sentarmos durante o descanso, o pessoal da noite dorme no chão, em cima de papelão. [...]Lixo e entulho por todos os lados, poeira?, diz trecho do e-mail.
A mensagem diz ainda que enquanto isso o governador, secretario da SSP (secretaria da Segurança Pública), cmt geral (comandante geral da PM) e cmt do choque (comandante do Batalhão de Choque) só se promovendo, e a sociedade e a mídia sem conhecimento do absurdo que está acontecendo conosco. O presidente da Aspra, soldado Marco Prisco, disse que os PMs estão sofrendo no local e afirmou ter encaminhado as denúncias ao Ministério Público.
Nesta segunda (18), um policial que trabalha no Calabar disse que a qualidade da alimentação fornecida aos PMs melhorou desde a semana passada, após a divulgação das denúncias pela Aspra. Disse, contudo, que as condições de descanso continuam ruins e que a aproximação com a comunidade ainda é difícil.
A população de lá é muito ligada ao tráfico. Olham para a gente com cara feia, porque eles tinham apoio dos traficantes, que estão manipulando as pessoas contra a gente, afirmou.
Segundo o policial, as poucas pessoas que chegam para falar com os PMs relatam que o tráfico de drogas continua ativo no local, embora não como antes. Ficamos fixos em três pontos e a droga sai por outros becos. Não temos como abordar todos que entram e saem?, disse.
O policial relatou ainda um caso de tiroteio na última sexta-feira (15) com um homem que fugiu após reagir à chegada de uma guarnição da PM. O comandante ligou para saber se o bandido estava baleado, não perguntou se tinha policial ferido. A primeira preocupação deles é que venha à tona que o local não está pacificado. Não está pacificado, está ocupado?, afirmou.
Outro lado - O secretário de Comunicação da Bahia, Robinson Almeida, afirmou que as críticas dos policiais têm como alvo ?algo que não existe?, pois a base de segurança só será instalada por volta do final de abril. Sobre as queixas em relação à alimentação fornecida no local, afirmou que ?não há nenhum registro de problema?.
O diretor-adjunto de Comunicação Social da PM baiana, tenente-coronel Sérgio Baqueiro, afirmou que a tropa que ocupa o Calabar trabalha em escala de serviço de 12 horas, que não prevê folga para dormir. A finalidade não é dormir, é policiar. Quem falou isso [reclamação sobre alojamentos para descanso] desconhece o processo. Policiais que têm alojamento para dormir são aqueles que trabalham em regime de 24 horas.
Sobre as instalações provisórias da base, Baqueiro afirmou que refletem as próprias carências do bairro. "A realidade é que temos que nos adaptar ao terreno", disse. Ele afirmou ainda que não há o clima de insatisfação relatado por policiais ouvidos pela reportagem. Também negou orientação para que confrontos no local não sejam divulgados. A tropa que está lá é de choque, foi treinada para fazer esse tipo de ocupação. A própria comunidade está se relacionando muito bem com a tropa de choque. Depois virá a tropa que fez treinamento [em policiamento comunitário] para esse tipo de operação e o relacionamento ficará melhor ainda?, afirmou.
Policiais militares que atuam na ocupação da favela do Calabar, em Salvador, etapa prévia à implantação de uma base comunitária de segurança na área, afirmam que estão trabalhando sob más condições no local e dizem que há exploração política da iniciativa pelo governo Jaques Wagner (PT).
Policiais do Batalhão de Choque, que trabalham em regime de 12 horas no local, dizem que recebem comida estragada, dormem no chão e que o governo busca omitir confrontos que ainda ocorrem com traficantes na favela.
É certeza: o tráfico continua acontecendo e ficamos engessados, porque é uma operação totalmente política. Não querem que a gente vá atrás desses casos, porque estão se vangloriando que a ocupação ocorreu sem um tiro?, afirmou nesta segunda-feira (18) ao iG um policial que pediu para não ser identificado.
A base comunitária de segurança, a chamada UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) baiana, é a principal aposta da gestão Jaques Wagner (PT) para reverter o aumento da violência em Salvador e na Bahia. Diante do desgaste político causado pela criminalidade, o governo baiano trocou a cúpula da segurança pública em 2011 e reforçou a divulgação de ações no setor.
O "laboratório" escolhido para a primeira base é a favela do Calabar, área de 20 mil habitantes cercada por bairros nobres e dominada até então por traficantes rivais. No último dia 29 de março, policiais civis e militares ocuparam a favela como preparação para a instalação da base, prevista para o final deste mês.
No último dia 12, um e-mail encaminhado à Aspra (Associação dos Policiais Militares e Bombeiros da Bahia) por policiais sediados no Calabar apontou ?condições subumanas? de trabalho no local.
O almoço todos os dias chega azedo, o pessoal do (turno) noturno não tem refeição a não ser as sobras azedas do almoço, sem contar as péssimas instalações em que ficamos. Só tem cadeiras de escola para sentarmos durante o descanso, o pessoal da noite dorme no chão, em cima de papelão. [...]Lixo e entulho por todos os lados, poeira?, diz trecho do e-mail.
A mensagem diz ainda que enquanto isso o governador, secretario da SSP (secretaria da Segurança Pública), cmt geral (comandante geral da PM) e cmt do choque (comandante do Batalhão de Choque) só se promovendo, e a sociedade e a mídia sem conhecimento do absurdo que está acontecendo conosco. O presidente da Aspra, soldado Marco Prisco, disse que os PMs estão sofrendo no local e afirmou ter encaminhado as denúncias ao Ministério Público.
Nesta segunda (18), um policial que trabalha no Calabar disse que a qualidade da alimentação fornecida aos PMs melhorou desde a semana passada, após a divulgação das denúncias pela Aspra. Disse, contudo, que as condições de descanso continuam ruins e que a aproximação com a comunidade ainda é difícil.
A população de lá é muito ligada ao tráfico. Olham para a gente com cara feia, porque eles tinham apoio dos traficantes, que estão manipulando as pessoas contra a gente, afirmou.
Segundo o policial, as poucas pessoas que chegam para falar com os PMs relatam que o tráfico de drogas continua ativo no local, embora não como antes. Ficamos fixos em três pontos e a droga sai por outros becos. Não temos como abordar todos que entram e saem?, disse.
O policial relatou ainda um caso de tiroteio na última sexta-feira (15) com um homem que fugiu após reagir à chegada de uma guarnição da PM. O comandante ligou para saber se o bandido estava baleado, não perguntou se tinha policial ferido. A primeira preocupação deles é que venha à tona que o local não está pacificado. Não está pacificado, está ocupado?, afirmou.
Outro lado - O secretário de Comunicação da Bahia, Robinson Almeida, afirmou que as críticas dos policiais têm como alvo ?algo que não existe?, pois a base de segurança só será instalada por volta do final de abril. Sobre as queixas em relação à alimentação fornecida no local, afirmou que ?não há nenhum registro de problema?.
O diretor-adjunto de Comunicação Social da PM baiana, tenente-coronel Sérgio Baqueiro, afirmou que a tropa que ocupa o Calabar trabalha em escala de serviço de 12 horas, que não prevê folga para dormir. A finalidade não é dormir, é policiar. Quem falou isso [reclamação sobre alojamentos para descanso] desconhece o processo. Policiais que têm alojamento para dormir são aqueles que trabalham em regime de 24 horas.
Sobre as instalações provisórias da base, Baqueiro afirmou que refletem as próprias carências do bairro. "A realidade é que temos que nos adaptar ao terreno", disse. Ele afirmou ainda que não há o clima de insatisfação relatado por policiais ouvidos pela reportagem. Também negou orientação para que confrontos no local não sejam divulgados. A tropa que está lá é de choque, foi treinada para fazer esse tipo de ocupação. A própria comunidade está se relacionando muito bem com a tropa de choque. Depois virá a tropa que fez treinamento [em policiamento comunitário] para esse tipo de operação e o relacionamento ficará melhor ainda?, afirmou.
UM VERDADEIRO CASO DE POLÍCIA
Celso Athayde, Yahoo Noticias - Portal da ASSTBM
Normalmente, quando se fala de polícia, é para reclamar. Lógico, apesar de todos acharem importante o trabalho dos policiais, ninguém gosta de ser revistado, parado por eles. Bafômetro então… nem senador gosta.
Em geral, a polícia é o nosso saco de pancada. Todo mundo gosta de bater – de longe , claro. Temos razão muitas vezes, e outras nem tanto, mas hoje a ideia não é bater nem elogiar a corporação, mas provocar uma reflexão a respeito das reivindicações que eles têm feito há algum tempo.
Tô falando de uma tal de PEC 300. Lógico que eu não sei profundamente o que é isso, e nem quem são as pessoas que são contra ela, por isso a reflexão é importante. Em um país capitalista, é natural que o objeto central de reivindicações sejam melhores salários para os profissionais terem mais dedicação por suas atividades e ampararem melhor suas famílias. Isso serve pra todo mundo , não seria diferente aqui. Mas o que nós temos com isso? Aí é que eu também quero saber. Depois de pensar um pouco sobre isso, percebi que não se trata somente de aumento de salário para policiais , mas de uma nova ordem, uma reorganização da segurança pública. Sendo assim, seria um problema de todos nós, pois as conseqüências de um novo modelo e de bons salários impactaria diretamente no dia a dia das cidades, na tranqüilidade das instituições.
Bem, então é simples, basta aprovar e votar a tal da PEC 300, já que todos juram que a polícia vai ser muito melhor, menos corrupta. Até onde eu sei, o gargalo está no fato de que no dia 4 de setembro de 2008 começava a tramitar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 300, que propunha equiparar os vencimentos das Policiais Militares e Bombeiros Militares de todas as unidades da federação com os praticados pelo Distrito Federal, de autoria do Deputado Federal Arnaldo Faria de SÁ(PTB/SP).
Mais de dois anos se passaram e pouca coisa avançou na discussão. De vez em quando aparece uma crise aqui, outra lá, e a polêmica volta a tona. Foi o que aconteceu por exemplo durante a operação no Complexo do Alemão , quando muitos policiais após serem chamados de heróis não perderam a oportunidade de dar uma cutucada na tal PEC. Alías, quanto será que eles ganham? Quanto será que eles merecem ganhar? Na época, o líder do governo na câmara, Claudio Vacarezza, disse que ela seria votada ainda em 2011. Por enquanto ainda não aconteceu.
Enquanto a votação não sai, cada parte envolvida puxa a sardinha para o seu lado. O governo alega que equiparar os salários de todo o Brasil aos do Distrito Federal geraria mais um rombo no orçamento, e pelo que estou vendo acho que vai ter rombo mesmo. O governo Dilma, como todos sabem, iniciou-se com o anúncio de um grande corte de verbas, a fim de equilibrar as contas públicas.
A PEC-300 estabelece que caberá ao governo federal o encargo de complementar os novos salários dos PMs enquanto os Estados não puderem assumir os gastos. O salário inicial de um policial de Estados como Pernambuco ou Alagoas, por exemplo, que não chega muitas vezes a R$ 900,00 passaria para cerca de R$ 4.000,00, de acordo com o salário inicial de um policial do Distrito Federal.
Por outro lado, os policiais alegam que teriam condições dignas de vida, teriam o salário que merecem, e que não precisariam fazer os famosos “bicos”. Uma anomalia inclusive. O segundo emprego é ilegal, já que, de acordo com a lei, o policial deverá ter exclusividade, dedicação total a você, tipo Casas Bahia. Essa ilegalidade deixa muitas vezes de ser fiscalizada ou denunciada pelos superiores, visto a impossibilidade de nossos “policiais infratores” viverem e sustentarem família apenas com seus vencimentos.
A PEC 300 seria então a solução para os “bicos”? Não veríamos mais policiais trabalhando como seguranças em eventos, festas, farras e etc? E a corrupção então? Será que com salários dignos e que merecem acabaria o famoso “café”? Porque agora sim os policiais poderiam pagar seus cafés, refrigerantes, chás e até mesmo aquela cervejinha. Fora do expediente, claro. A medida acabaria com a corrupção? Ou esse seria um mal que assola a sociedade como um todo?
Me pergunto também como é a vida de um policial do Distrito Federal. Será que eles são mais felizes do que todos os outros policiais do Brasil? A família é mais estruturada? Eu não sei quais são as respostas para todas essas perguntas, só sei que isso está virando um verdadeiro, clássico e complicado caso de polícia. Eu não sou policial e muito menos bombeiro, mas sei bem a polícia que queremos , uma polícia que nos proteja mas que também usufrua de decência e proteção.
Enfim, seja como for, enquanto a PEC não vem desejo a todos um bom domingo com 300 ovos de páscoa se for possível.
TABELA DE VENCIMENTOS DA PM DO DISTRITO FEDERAL – REF. 2008.
Coronel – 15.355,85
Tenente Coronel – 14.638,73
Major – 12.798,35
Capitão – 10.679.82
1º Tenente – 9.283,56
2º Tenente – 8.714,97
Aspirante – 7.499,80
Sub Tenente – 7.608,33
1º Sargento – 6.784,23
2º Sargento – 5.776,36
POLICIAMENTO AQUARTELADO EM COLÉGIOS PARTICULARES
Três companhias do Batalhão Escolar da PMDF atuam em colégios particulares. O Colégio Santa Terezinha, em Taguatinga Norte, cedeu 63m² para a instalação do quartel. Escolas do governo não conseguem esse benefício - Adriana Bernardes, Correio Braziliense, 24/04/2011
Enquanto escolas públicas protagonizam cenas de violência, como as ocorridas no Guará na semana passada, o Batalhão Escolar da Polícia Militar do Distrito Federal, responsável pela segurança dos estabelecimentos de ensino, faz de escolas particulares seus quartéis-generais. Das quatro companhias de policiamento do batalhão, três estão instaladas em instituições privadas de Taguatinga, do Gama e em um curso preparatório para concursos, no Setor de Indústrias Gráficas (SIA). E não é por falta de espaço na rede pública. Pelo menos duas escolas do governo se prontificaram a acolher as unidades policiais, mas não foram contempladas.
Atualmente, estão em vigor pelo menos três contratos de comodato, que preveem a cessão de áreas dentro de instituições de ensino privadas para as companhias do Batalhão Escolar. Para abrigar a 4ª Companhia, o Colégio Santa Terezinha, em Taguatinga Norte, cedeu um espaço com 63 metros quadrados. O Colégio Compact, no Setor Leste do Gama, reservou 70m² para a 5ª Companhia. O Obcursos, no Setor de Indústrias, emprestou 95m² do seu prédio para receber a 1ª Companhia do Batalhão Escolar. O contrato é de cinco anos e pode ser prorrogado por igual período.
A reportagem constatou que, em pelo menos duas, das três escolas beneficiadas, a presença dos policiais especializados é usada como propaganda de segurança para atrair estudantes. Se o cliente demonstra preocupação com a violência, os funcionários informam que o Batalhão Escolar está dentro da instituição. É o que a reportagem apurou no Compact e no Santa Terezinha.
No Compact, localizado no Setor Leste do Gama, o movimento dos policiais é intenso, como é de se esperar em qualquer sede de unidade policial. Afinal, é lá que os militares se concentram para iniciar as rondas. Às 19h de segunda-feira, um carro oficial da companhia saiu pela porta da frente do colégio. Enquanto isso, outros dois veículos estavam dentro da instituição. Pelo portão dos fundos, era possível ver profissionais se preparando para mais uma jornada de trabalho. A situação se repete no Colégio Santa Terezinha, em Taguatinga Norte. Na manhã de terça-feira, a reportagem presenciou os policiais chegando ao trabalho por volta das 7h. Alguns entram a pé e outros vêm em motos da corporação e logo saem para a ronda.
Insegurança
A poucas quadras do Colégio Santa Terezinha, existem pelo menos três escolas públicas. Algumas delas investiram dinheiro para receber uma companhia da PM, mas não conseguiram sucesso. No dia em que a reportagem esteve no local, nenhuma recebeu apoio do Batalhão Escolar. No Centro Educacional 5, a violência e a venda de drogas no entorno da escola são tão preocupantes que, há cerca de um ano, a direção se ofereceu para sediar uma unidade do Batalhão Escolar. “Nunca tivemos resposta. Nos preocupa muito a presença de pessoas da comunidade que se aglomeram na porta da escola para aliciar os estudantes. Essa é uma região complicada, tem muita droga e a situação no turno da tarde é crítica”, relata a vice-diretora da instituição, Verônica Rufino.
Segundo ela, a presença de policiais na entrada e na saída dos alunos ocorre de forma eventual. “De vez em quando, eles passam e perguntam como estão as coisas. Se a gente liga pedindo ajuda, eles chegam rápido. Mas não temos mais aquele policiamento preventivo. A presença constante da PM inibe as ocorrências”, acredita a diretora.
No Gama, o lamento das escolas públicas se repete. Na noite da última segunda-feira, a reportagem esteve nos centros educacionais 1 e 3. Nesse último, não havia policiamento do Batalhão Escolar naquela noite. Por volta das 20h, cerca de 10 pessoas rondavam as imediações do colégio, localizado em uma das regiões mais perigosas do Gama. “Começamos o ano sem policiamento e tivemos algumas ocorrências dentro da escola. Hoje, temos a presença de policiais dia sim, dia não. Estou na rede de ensino há 20 anos. Sou de uma época em que cada escola tinha dois policiais por turnos. Nos últimos anos o trabalho deles deixou de ser preventivo e tornou-se repressivo”, critica o diretor do CEM 3, Júlio César Rodrigues Cerqueira.
Todos os diretores com quem a reportagem conversou são unânimes: o trabalho do Batalhão Escolar é imprescindível para enfrentar a realidade de violência. Eles se ressentem do fato de as escolas particulares — que têm condições financeiras de garantir a segurança de seus alunos — sediarem as unidades da corporação. “Quem dera eu tivesse uma companhia na minha escola. Ela seria a mais segura de todo o Distrito Federal. Quero crer que isso ocorra por falta de espaço em escola pública. Do contrário seria má fé”, comenta um diretor, que não quis se identificar.
Diretora do CEM 1, Mariluce Rodrigues Madureira diz que a instituição tem policiamento fixo à noite. O ideal, segundo ela, seria que todos os turnos fossem contemplados. “Temos problema sério com drogas. Só este ano, pegamos aluno com entorpecente quatro vezes: maconha, cocaína, crack e badaga. Temos que formar uma corrente. Só a escola não consegue enfrentar isso. Precisamos da família e a presença da polícia é indispensável.
Ministério Público do Distrito Federal vê irregularidades na atuação da PM - Adriana Bernardes - CB, 24/04/2011
Os responsáveis pelas escolas particulares se defendem. Garantem não haver qualquer ilegalidade no acordo com a PM e alegam que, na verdade, estão reduzindo os custos para o GDF. Diretora administrativa do Santa Terezinha, Patrícia Rodrigues reconhece que o assunto é polêmico. “É lógico que a presença deles inibe a ação de vandalismo. Mas toda a comunidade se beneficia. A gente oferece as condições para eles trabalharem e fazemos isso com as melhores intenções”.
Diretora pedagógica do Compact, Dilma Ervilha diz que a escola é “supertranquila em função da presença da PM”. Ela informou ainda que, em eventos maiores, os policiais apoiam a instituição e ajudam os alunos na travessia de vias. “A simples presença deles inibe a violência. Não queremos abrir mão do batalhão, a não ser que seja proibido”, avalia.
Presidente do Grupo Grancursos, do Obcursos, Wilson Granjeiro garantiu que o convênio é legal. “Todo mundo faz isso, são parcerias. Eles não têm estrutura e entidades particulares disponibilizam a logística para que possam socorrer bem o contribuinte. É economia para os cofres públicos”, defendeu.
Privatização
No entendimento do promotor criminal do Ministério Público do DF Mauro Faria, o acordo entre a Polícia Militar e as escolas particulares é irregular. “É um modo de privatizar o serviço público. Qual empresário não quer ter uma companhia da polícia dentro da sua empresa?”, argumenta Mauro Faria. Por meio da assessoria de imprensa, o comando da Polícia Militar informou que a cessão dos espaços é gratuita e que todo o processo foi analisado e aprovado pela Procuradoria-Geral do DF. A PM informou ainda que o comodato é totalmente legal e não gera conflito de interesse, “pois a localização das companhias foi posicionada em locais estratégicos, de acordo com o interesse da PM”.
A assessoria de imprensa não forneceu cópia dos contratos, nem informou os direitos e obrigações das partes. A PM não respondeu qual é o efetivo atual do Batalhão Escolar, nem qual é a estrutura da corporação. Apesar disso, policiais com quem a reportagem conversou consideram que o número de militares é insuficiente para atender a toda a demanda. “Eu, como pai, acho que falta policiamento nas escolas. A presença do PM na porta dos colégios inibe os vagabundos. Quando não tem policiamento fixo, eles sabem que são os donos do pedaço”, opinou um policial.
Enquanto escolas públicas protagonizam cenas de violência, como as ocorridas no Guará na semana passada, o Batalhão Escolar da Polícia Militar do Distrito Federal, responsável pela segurança dos estabelecimentos de ensino, faz de escolas particulares seus quartéis-generais. Das quatro companhias de policiamento do batalhão, três estão instaladas em instituições privadas de Taguatinga, do Gama e em um curso preparatório para concursos, no Setor de Indústrias Gráficas (SIA). E não é por falta de espaço na rede pública. Pelo menos duas escolas do governo se prontificaram a acolher as unidades policiais, mas não foram contempladas.
Atualmente, estão em vigor pelo menos três contratos de comodato, que preveem a cessão de áreas dentro de instituições de ensino privadas para as companhias do Batalhão Escolar. Para abrigar a 4ª Companhia, o Colégio Santa Terezinha, em Taguatinga Norte, cedeu um espaço com 63 metros quadrados. O Colégio Compact, no Setor Leste do Gama, reservou 70m² para a 5ª Companhia. O Obcursos, no Setor de Indústrias, emprestou 95m² do seu prédio para receber a 1ª Companhia do Batalhão Escolar. O contrato é de cinco anos e pode ser prorrogado por igual período.
A reportagem constatou que, em pelo menos duas, das três escolas beneficiadas, a presença dos policiais especializados é usada como propaganda de segurança para atrair estudantes. Se o cliente demonstra preocupação com a violência, os funcionários informam que o Batalhão Escolar está dentro da instituição. É o que a reportagem apurou no Compact e no Santa Terezinha.
No Compact, localizado no Setor Leste do Gama, o movimento dos policiais é intenso, como é de se esperar em qualquer sede de unidade policial. Afinal, é lá que os militares se concentram para iniciar as rondas. Às 19h de segunda-feira, um carro oficial da companhia saiu pela porta da frente do colégio. Enquanto isso, outros dois veículos estavam dentro da instituição. Pelo portão dos fundos, era possível ver profissionais se preparando para mais uma jornada de trabalho. A situação se repete no Colégio Santa Terezinha, em Taguatinga Norte. Na manhã de terça-feira, a reportagem presenciou os policiais chegando ao trabalho por volta das 7h. Alguns entram a pé e outros vêm em motos da corporação e logo saem para a ronda.
Insegurança
A poucas quadras do Colégio Santa Terezinha, existem pelo menos três escolas públicas. Algumas delas investiram dinheiro para receber uma companhia da PM, mas não conseguiram sucesso. No dia em que a reportagem esteve no local, nenhuma recebeu apoio do Batalhão Escolar. No Centro Educacional 5, a violência e a venda de drogas no entorno da escola são tão preocupantes que, há cerca de um ano, a direção se ofereceu para sediar uma unidade do Batalhão Escolar. “Nunca tivemos resposta. Nos preocupa muito a presença de pessoas da comunidade que se aglomeram na porta da escola para aliciar os estudantes. Essa é uma região complicada, tem muita droga e a situação no turno da tarde é crítica”, relata a vice-diretora da instituição, Verônica Rufino.
Segundo ela, a presença de policiais na entrada e na saída dos alunos ocorre de forma eventual. “De vez em quando, eles passam e perguntam como estão as coisas. Se a gente liga pedindo ajuda, eles chegam rápido. Mas não temos mais aquele policiamento preventivo. A presença constante da PM inibe as ocorrências”, acredita a diretora.
No Gama, o lamento das escolas públicas se repete. Na noite da última segunda-feira, a reportagem esteve nos centros educacionais 1 e 3. Nesse último, não havia policiamento do Batalhão Escolar naquela noite. Por volta das 20h, cerca de 10 pessoas rondavam as imediações do colégio, localizado em uma das regiões mais perigosas do Gama. “Começamos o ano sem policiamento e tivemos algumas ocorrências dentro da escola. Hoje, temos a presença de policiais dia sim, dia não. Estou na rede de ensino há 20 anos. Sou de uma época em que cada escola tinha dois policiais por turnos. Nos últimos anos o trabalho deles deixou de ser preventivo e tornou-se repressivo”, critica o diretor do CEM 3, Júlio César Rodrigues Cerqueira.
Todos os diretores com quem a reportagem conversou são unânimes: o trabalho do Batalhão Escolar é imprescindível para enfrentar a realidade de violência. Eles se ressentem do fato de as escolas particulares — que têm condições financeiras de garantir a segurança de seus alunos — sediarem as unidades da corporação. “Quem dera eu tivesse uma companhia na minha escola. Ela seria a mais segura de todo o Distrito Federal. Quero crer que isso ocorra por falta de espaço em escola pública. Do contrário seria má fé”, comenta um diretor, que não quis se identificar.
Diretora do CEM 1, Mariluce Rodrigues Madureira diz que a instituição tem policiamento fixo à noite. O ideal, segundo ela, seria que todos os turnos fossem contemplados. “Temos problema sério com drogas. Só este ano, pegamos aluno com entorpecente quatro vezes: maconha, cocaína, crack e badaga. Temos que formar uma corrente. Só a escola não consegue enfrentar isso. Precisamos da família e a presença da polícia é indispensável.
Ministério Público do Distrito Federal vê irregularidades na atuação da PM - Adriana Bernardes - CB, 24/04/2011
Os responsáveis pelas escolas particulares se defendem. Garantem não haver qualquer ilegalidade no acordo com a PM e alegam que, na verdade, estão reduzindo os custos para o GDF. Diretora administrativa do Santa Terezinha, Patrícia Rodrigues reconhece que o assunto é polêmico. “É lógico que a presença deles inibe a ação de vandalismo. Mas toda a comunidade se beneficia. A gente oferece as condições para eles trabalharem e fazemos isso com as melhores intenções”.
Diretora pedagógica do Compact, Dilma Ervilha diz que a escola é “supertranquila em função da presença da PM”. Ela informou ainda que, em eventos maiores, os policiais apoiam a instituição e ajudam os alunos na travessia de vias. “A simples presença deles inibe a violência. Não queremos abrir mão do batalhão, a não ser que seja proibido”, avalia.
Presidente do Grupo Grancursos, do Obcursos, Wilson Granjeiro garantiu que o convênio é legal. “Todo mundo faz isso, são parcerias. Eles não têm estrutura e entidades particulares disponibilizam a logística para que possam socorrer bem o contribuinte. É economia para os cofres públicos”, defendeu.
Privatização
No entendimento do promotor criminal do Ministério Público do DF Mauro Faria, o acordo entre a Polícia Militar e as escolas particulares é irregular. “É um modo de privatizar o serviço público. Qual empresário não quer ter uma companhia da polícia dentro da sua empresa?”, argumenta Mauro Faria. Por meio da assessoria de imprensa, o comando da Polícia Militar informou que a cessão dos espaços é gratuita e que todo o processo foi analisado e aprovado pela Procuradoria-Geral do DF. A PM informou ainda que o comodato é totalmente legal e não gera conflito de interesse, “pois a localização das companhias foi posicionada em locais estratégicos, de acordo com o interesse da PM”.
A assessoria de imprensa não forneceu cópia dos contratos, nem informou os direitos e obrigações das partes. A PM não respondeu qual é o efetivo atual do Batalhão Escolar, nem qual é a estrutura da corporação. Apesar disso, policiais com quem a reportagem conversou consideram que o número de militares é insuficiente para atender a toda a demanda. “Eu, como pai, acho que falta policiamento nas escolas. A presença do PM na porta dos colégios inibe os vagabundos. Quando não tem policiamento fixo, eles sabem que são os donos do pedaço”, opinou um policial.
QUANDO O CRIME FLERTA COM A POLÍCIA
TENTÁCULOS DO TRÁFICO. Quando o crime flerta com a polícia - CARLOS ETCHICHURY, ZERO HORA 24/04/2011
Mais do que mostrar crimes sendo ordenados de dentro de cadeias, gravações envolvendo traficante que estava preso na Pasc revelam a perigosa relação entre o tráfico de drogas e os aparatos estatais de segurança pública e lançam um desafio: como estancar o poder dos barões da droga.
O gaúcho Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona, ordenava execuções de rivais, determinava punições a desafetos, coordenava a distribuição de cocaína de dentro da prisão considerada a mais segura do Rio Grande do Sul. Maradona aproveita-se da incompetência do Estado para transformar a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) no seu escritório. Sabe-se disso há cinco anos.
Na semana passada, porém, escutas telefônicas revelaram que Maradona, proprietário de uma boate em Novo Hamburgo utilizada para lavar dinheiro do tráfico de drogas, queria investir no conserto e no pagamento de combustível de viaturas para policiar as imediações de seu estabelecimento. É a primeira vez que se identifica bandidos financiando o aparato oficial de polícia para os auxiliar a praticar novos delitos.
O conteúdo do grampo telefônico inquieta especialistas e expõe as dificuldades para sufocar o comércio de drogas. No diálogo entre Maradona e o comparsa Márcio Alexandre Vargas, o Ceguinho, os dois conversam sobre a necessidade de segurança para a boate do detento. Vale a pena reler a conversa:
Ceguinho – Amanhã, ele já vai entrar em contato, vai botar um soldado e um sargento pra nós, tá? Acerta também doação para a Brigada Militar.
(...)
Ceguinho – E já vai entrar em contato com o superior, este contato dele, pra nós... Pra dar manutenção pra viatura, entendeu? Que eles tão mal de dinheiro, o Estado, né?
Maradona – Hum.
Ceguinho – A gente dá uma manutenção, compra um combustível pra viatura, estas coisas. Ajudar eles, né?
Corregedor-geral da BM, o coronel João Gilberto Fritz surpreende-se com o que define como “uma demonstração de ousadia”:
– Estamos investigando, e espero que não tenha se concretizado a doação, mas não temos registro de algo semelhante na Brigada Militar.
De fato, o que Maradona projetava tem significado mais amplo. É algo novo em se tratando de crime organizado. Como alerta Guaracy Mingardi, especialista na área e ex-subsecretário Nacional de Segurança Pública:
– Uma coisa é pagar para um soldado, ou um policial civil, para ele proteger a sua atividade ilícita. Outra coisa é pagar para uma instituição consertar viaturas, colocar combustível. É o tráfico entrando na instituição, algo muito mais grave. Ele (Maradona) está tão imbricado com a polícia, que parece não ter pudores.
Além de pesquisador e ex-gestor, Guaracy trabalhou durante dois anos na Polícia Civil de São Paulo, na década de 80, para realizar sua dissertação de mestrado.
Coronel da reserva da PM de São Paulo e ex-secretário Nacional de Segurança, José Vicente chama atenção para a tentativa de cooptar agentes públicos para o tráfico de drogas. Como ação preventiva, recomenda aos oficiais da BM “intolerância” com desvios.
– Policiais flagrados recebendo dinheiro de bandidos, por exemplo, mesmo valores insignificantes como R$ 1, devem ser demitidos. É uma forma de sinalizar para a corporação que desvios não serão tolerados – pondera.
Promotor de Justiça lotado em Canoas, na Região Metropolitana, Amilcar Macedo observa que a quadrilha de Maradona projetava ainda ingressar na política lançando a mulher do bandido ao cargo de vereadora.
O traficante Maradona pretendia ainda recrutar PMs fora do horário de expediente para assegurar o bom funcionamento interno de sua boate – o chamado bico, prática que, embora ilegal, tem sido tolerada por sucessivos comandos da BM.
– Ele queria contratar sargentos e tenentes de fora de Novo Hamburgo para fazer bico no bar – detalha o promotor.
Os tentáculos de Maradona também visavam à Polícia Civil. Ao analisar dezenas de horas de conversas do bandido que tem apelido de craque, Macedo descobriu o projeto de cooptar investigadores lotados em delegacias da Polícia Civil.
– O Maradona queria informações privilegiadas sobre inquéritos, buscas e apreensões, mandados de prisão – complementa.
Com três décadas de experiência operacional, o delegado Regional Executivo da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, José Antonio Dornelles de Oliveira, coloca o dedo na ferida quando o assunto é sufocar o tráfico de drogas:
– Não se faz segurança pública sem dinheiro, sem investimento. Segurança pública é algo caro.
Por que Dornelles faz o alerta? Porque são as carências das polícias – seja pelos veículos estragados e sem gasolina, seja pelos salários defasados – que abrem margem para corrupção.
Uma indústria bilionária ancorada na corrupção
Ninguém conhece o potencial econômico da quadrilha de Maradona. Estima-se que ele movimente algo em torno de R$ 150 mil por semana.
Maradona é peça de uma engrenagem transnacional e bilionária, chamada narcotráfico, capaz de influenciar a economia de Estados como Marrocos (produtor de haxixe), Bolívia (coca) e Afeganistão (haxixe e ópio). As cifras que essa S.A. do crime movimenta, a cada ano, são superlativas independentemente da fonte de informação. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca US$ 400 bilhões. Para o Banco Mundial, US$ 100 bilhões.
Autoridades ligadas ao governo dos EUA estimam entre US$ 100 bilhões e 300 bilhões. É tanto dinheiro que, em dezembro passado, Antônio Maria Costa, ex-diretor-executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, anunciou que o narcotráfico teria salvado o Sistema Internacional de Compensações Bancárias da bancarrota após a crise de 2009.
– O cenário internacional não é bom – constata o juiz aposentado Wálter Maierovitch, fundador do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais, especialista em questões de combate à corrupção e ex-secretário nacional Antidrogas da Presidência da República.
E complementa:
– Tem uma frase do Al Capone (gângster ítalo-americano que, entre outras atividades ilegais, liderou o contrabando e a venda de bebidas alcoólicas durante a Lei Seca que vigorou nos Estados Unidos nas décadas de 20 e 30) que ficou famosa: “Eu consegui tudo isso porque tenho a polícia nas mãos”. É preciso bater sempre nesta tecla: corrupção policial.
É contra estes inimigos que as autoridades gaúchas lutam.
RELAÇÕES PERIGOSAS
2009 - Ex-militares se unem em roubos: a Polícia Civil indiciou seis ex-militares (cinco ex-PMs e um sargento da Aeronáutica) por oito assaltos a banco. Além de usar fardas e armas de guerra, eles costumam usar os clientes como escudos humanos, além de cortar comunicações das cidades atacadas. Entre os que acabaram presos está Wanderley Grehs, o Magrão, ex-policial expulso por tráfico e roubos. Um inquérito policial-militar aberto após a morte do soldado José Luiz Ramires da Rosa, em setembro de 2007, resultou na denúncia de 59 PMs. Pelo menos 19 PMs foram afastados. Eles eram suspeitos de envolvimento com roubos, peculato e patrocínio indébito (bico), entre outros delitos.
2007 - Seis policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) foram afastados (e um deles preso) após serem flagrados por uma equipe de reportagem do Grupo RBS retirando um aparelho de som, uma TV e um ar-condicionado de um ponto de venda de drogas na Vila Lupicínio Rodrigues, bairro Menino Deus, em Porto Alegre. A ação dos PMs não foi registrada por eles em nenhuma delegacia da Polícia Civil nem era de conhecimento do 9º BPM. Assim que eles deixaram o ponto de drogas com duas viaturas e levando os objetos, o tráfico voltou a operar normalmente. Suspeita em grupo: quatro policiais militares são presos por suspeita de homicídio de um colega e de liderar uma quadrilha de roubo de carros e assalto a bancos em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
2001 - Policial civil condenado por tráfico: a 1ª Vara Criminal do Fórum do bairro Sarandi, em Porto Alegre, condenou o policial civil Altair Richa a quatro anos de reclusão por tráfico de drogas. Ele foi preso em flagrante em 1999, pela Polícia Federal, quando supostamente negociava a compra de nove quilos de cocaína.
1996 - Ex-militares presos por assalto: sete assaltantes foram presos após tirotear com a Brigada Militar e roubar cerca de R$ 3,5 mil de um banco em Frederico Westphalen, ferindo três pessoas. Entre os presos estavam o ex-PM Adelar Galhardo e seu irmão, o ex-militar do Exército Osmar Galhardo.
Mais do que mostrar crimes sendo ordenados de dentro de cadeias, gravações envolvendo traficante que estava preso na Pasc revelam a perigosa relação entre o tráfico de drogas e os aparatos estatais de segurança pública e lançam um desafio: como estancar o poder dos barões da droga.
O gaúcho Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona, ordenava execuções de rivais, determinava punições a desafetos, coordenava a distribuição de cocaína de dentro da prisão considerada a mais segura do Rio Grande do Sul. Maradona aproveita-se da incompetência do Estado para transformar a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) no seu escritório. Sabe-se disso há cinco anos.
Na semana passada, porém, escutas telefônicas revelaram que Maradona, proprietário de uma boate em Novo Hamburgo utilizada para lavar dinheiro do tráfico de drogas, queria investir no conserto e no pagamento de combustível de viaturas para policiar as imediações de seu estabelecimento. É a primeira vez que se identifica bandidos financiando o aparato oficial de polícia para os auxiliar a praticar novos delitos.
O conteúdo do grampo telefônico inquieta especialistas e expõe as dificuldades para sufocar o comércio de drogas. No diálogo entre Maradona e o comparsa Márcio Alexandre Vargas, o Ceguinho, os dois conversam sobre a necessidade de segurança para a boate do detento. Vale a pena reler a conversa:
Ceguinho – Amanhã, ele já vai entrar em contato, vai botar um soldado e um sargento pra nós, tá? Acerta também doação para a Brigada Militar.
(...)
Ceguinho – E já vai entrar em contato com o superior, este contato dele, pra nós... Pra dar manutenção pra viatura, entendeu? Que eles tão mal de dinheiro, o Estado, né?
Maradona – Hum.
Ceguinho – A gente dá uma manutenção, compra um combustível pra viatura, estas coisas. Ajudar eles, né?
Corregedor-geral da BM, o coronel João Gilberto Fritz surpreende-se com o que define como “uma demonstração de ousadia”:
– Estamos investigando, e espero que não tenha se concretizado a doação, mas não temos registro de algo semelhante na Brigada Militar.
De fato, o que Maradona projetava tem significado mais amplo. É algo novo em se tratando de crime organizado. Como alerta Guaracy Mingardi, especialista na área e ex-subsecretário Nacional de Segurança Pública:
– Uma coisa é pagar para um soldado, ou um policial civil, para ele proteger a sua atividade ilícita. Outra coisa é pagar para uma instituição consertar viaturas, colocar combustível. É o tráfico entrando na instituição, algo muito mais grave. Ele (Maradona) está tão imbricado com a polícia, que parece não ter pudores.
Além de pesquisador e ex-gestor, Guaracy trabalhou durante dois anos na Polícia Civil de São Paulo, na década de 80, para realizar sua dissertação de mestrado.
Coronel da reserva da PM de São Paulo e ex-secretário Nacional de Segurança, José Vicente chama atenção para a tentativa de cooptar agentes públicos para o tráfico de drogas. Como ação preventiva, recomenda aos oficiais da BM “intolerância” com desvios.
– Policiais flagrados recebendo dinheiro de bandidos, por exemplo, mesmo valores insignificantes como R$ 1, devem ser demitidos. É uma forma de sinalizar para a corporação que desvios não serão tolerados – pondera.
Promotor de Justiça lotado em Canoas, na Região Metropolitana, Amilcar Macedo observa que a quadrilha de Maradona projetava ainda ingressar na política lançando a mulher do bandido ao cargo de vereadora.
O traficante Maradona pretendia ainda recrutar PMs fora do horário de expediente para assegurar o bom funcionamento interno de sua boate – o chamado bico, prática que, embora ilegal, tem sido tolerada por sucessivos comandos da BM.
– Ele queria contratar sargentos e tenentes de fora de Novo Hamburgo para fazer bico no bar – detalha o promotor.
Os tentáculos de Maradona também visavam à Polícia Civil. Ao analisar dezenas de horas de conversas do bandido que tem apelido de craque, Macedo descobriu o projeto de cooptar investigadores lotados em delegacias da Polícia Civil.
– O Maradona queria informações privilegiadas sobre inquéritos, buscas e apreensões, mandados de prisão – complementa.
Com três décadas de experiência operacional, o delegado Regional Executivo da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, José Antonio Dornelles de Oliveira, coloca o dedo na ferida quando o assunto é sufocar o tráfico de drogas:
– Não se faz segurança pública sem dinheiro, sem investimento. Segurança pública é algo caro.
Por que Dornelles faz o alerta? Porque são as carências das polícias – seja pelos veículos estragados e sem gasolina, seja pelos salários defasados – que abrem margem para corrupção.
Uma indústria bilionária ancorada na corrupção
Ninguém conhece o potencial econômico da quadrilha de Maradona. Estima-se que ele movimente algo em torno de R$ 150 mil por semana.
Maradona é peça de uma engrenagem transnacional e bilionária, chamada narcotráfico, capaz de influenciar a economia de Estados como Marrocos (produtor de haxixe), Bolívia (coca) e Afeganistão (haxixe e ópio). As cifras que essa S.A. do crime movimenta, a cada ano, são superlativas independentemente da fonte de informação. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca US$ 400 bilhões. Para o Banco Mundial, US$ 100 bilhões.
Autoridades ligadas ao governo dos EUA estimam entre US$ 100 bilhões e 300 bilhões. É tanto dinheiro que, em dezembro passado, Antônio Maria Costa, ex-diretor-executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, anunciou que o narcotráfico teria salvado o Sistema Internacional de Compensações Bancárias da bancarrota após a crise de 2009.
– O cenário internacional não é bom – constata o juiz aposentado Wálter Maierovitch, fundador do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone de Ciências Criminais, especialista em questões de combate à corrupção e ex-secretário nacional Antidrogas da Presidência da República.
E complementa:
– Tem uma frase do Al Capone (gângster ítalo-americano que, entre outras atividades ilegais, liderou o contrabando e a venda de bebidas alcoólicas durante a Lei Seca que vigorou nos Estados Unidos nas décadas de 20 e 30) que ficou famosa: “Eu consegui tudo isso porque tenho a polícia nas mãos”. É preciso bater sempre nesta tecla: corrupção policial.
É contra estes inimigos que as autoridades gaúchas lutam.
RELAÇÕES PERIGOSAS
2009 - Ex-militares se unem em roubos: a Polícia Civil indiciou seis ex-militares (cinco ex-PMs e um sargento da Aeronáutica) por oito assaltos a banco. Além de usar fardas e armas de guerra, eles costumam usar os clientes como escudos humanos, além de cortar comunicações das cidades atacadas. Entre os que acabaram presos está Wanderley Grehs, o Magrão, ex-policial expulso por tráfico e roubos. Um inquérito policial-militar aberto após a morte do soldado José Luiz Ramires da Rosa, em setembro de 2007, resultou na denúncia de 59 PMs. Pelo menos 19 PMs foram afastados. Eles eram suspeitos de envolvimento com roubos, peculato e patrocínio indébito (bico), entre outros delitos.
2007 - Seis policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM) foram afastados (e um deles preso) após serem flagrados por uma equipe de reportagem do Grupo RBS retirando um aparelho de som, uma TV e um ar-condicionado de um ponto de venda de drogas na Vila Lupicínio Rodrigues, bairro Menino Deus, em Porto Alegre. A ação dos PMs não foi registrada por eles em nenhuma delegacia da Polícia Civil nem era de conhecimento do 9º BPM. Assim que eles deixaram o ponto de drogas com duas viaturas e levando os objetos, o tráfico voltou a operar normalmente. Suspeita em grupo: quatro policiais militares são presos por suspeita de homicídio de um colega e de liderar uma quadrilha de roubo de carros e assalto a bancos em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
2001 - Policial civil condenado por tráfico: a 1ª Vara Criminal do Fórum do bairro Sarandi, em Porto Alegre, condenou o policial civil Altair Richa a quatro anos de reclusão por tráfico de drogas. Ele foi preso em flagrante em 1999, pela Polícia Federal, quando supostamente negociava a compra de nove quilos de cocaína.
1996 - Ex-militares presos por assalto: sete assaltantes foram presos após tirotear com a Brigada Militar e roubar cerca de R$ 3,5 mil de um banco em Frederico Westphalen, ferindo três pessoas. Entre os presos estavam o ex-PM Adelar Galhardo e seu irmão, o ex-militar do Exército Osmar Galhardo.
sábado, 23 de abril de 2011
CFTV - SISTEMA INOPERANTE POR FALTA DE POLICIAIS
Sistema de câmeras de vigilância estão inoperantes no litoral por falta de efetivos da Brigada Militar. 22/04/2011 - 17h - RADIO GAÚCHA
A região que mais cresceu em população no Estado na última década, não teve o mesmo desenvolvimento em segurança pública.
Os 23 municípios do Litoral Norte tem uma defasagem de 30% de policiais militares.
Atualmente, são apenas 530 atuantes durante o outono e o inverno. E a situação virou preocupação com a notícia da liberação de R$ 12 milhões pelo Pronasci para um novo sistema de câmeras de vigilância.
O que era comemoração pelos municípios, virou uma grande dor de cabeça para os prefeitos. Em cada cidade, o sistema precisará de um plantão que controle as câmeras, mas com o déficit, as salas correm o risco de ficarem vazias. Somente para o monitoramento são necessários 130 soldados.
A Associação dos Municípios do Litoral Norte reclama da Secretaria Estadual de Segurança. A presidente e prefeita de Capivari do Sul, Glaci Osório, critica que, durante o veraneio, o efetivo é completo, mas que basta chegar o inverno e a região é esquecida
A região que mais cresceu em população no Estado na última década, não teve o mesmo desenvolvimento em segurança pública.
Os 23 municípios do Litoral Norte tem uma defasagem de 30% de policiais militares.
Atualmente, são apenas 530 atuantes durante o outono e o inverno. E a situação virou preocupação com a notícia da liberação de R$ 12 milhões pelo Pronasci para um novo sistema de câmeras de vigilância.
O que era comemoração pelos municípios, virou uma grande dor de cabeça para os prefeitos. Em cada cidade, o sistema precisará de um plantão que controle as câmeras, mas com o déficit, as salas correm o risco de ficarem vazias. Somente para o monitoramento são necessários 130 soldados.
A Associação dos Municípios do Litoral Norte reclama da Secretaria Estadual de Segurança. A presidente e prefeita de Capivari do Sul, Glaci Osório, critica que, durante o veraneio, o efetivo é completo, mas que basta chegar o inverno e a região é esquecida
quinta-feira, 21 de abril de 2011
DIA DO POLICIAL
"Dia 21 de abril é o dia do policial, servidor público dos mais injustiçados, presente em todos os cantos do Rio Grande do Sul, em todas as situações, em qualquer clima, em qualquer hora. É o profissional que, em defesa dos demais cidadãos, expõe seu bem mais precioso: a vida. Sofrido, exigido além das suas possibilidades, é o desaguadouro das mazelas da sociedade e das deficiências gerenciais dos poderes governamentais. Resignado, assiste à crônica preterição no reajustamento dos seus ganhos, enquanto, ao largo, jamais faltam recursos para outras classes, outros poderes e outros interesses políticos. Aumento, só de serviço e de descontos. Vem aí o da Previdência. Salve, Brigada Militar. Salve, Polícia Civil." Antônio César da Cunha Chaves - Aposentado – Porto Alegre
SER POLICIAL - Jorge Bengochea
É ser um agente público que age em ambientes a margem da lei, de enriquecimento ilícito e de exclusão política, social e terapêutica;
É ser, além de mediador de conflitos e pacificador, um agente coator nas violações da lei em cenários distintos e imprevistos;
É travar uma luta diária de inteligência, técnicas, táticas, limitações e riscos contra interesses escusos, desvios de comportamento, armas letais e influências de poderes paralelos;
É ser um técnico com habilidades e conhecimento especializado num campo do esforço humano adquiridos por educação e experiência prolongada;
É exercer uma profissão semelhante à militar regular, mas com habilidades diferenciadas, pois requer aplicar razão e capacidade de administrar a violência no meio civil;
É aquele que deve estar preparado para o inopino, arriscar a vida, utilizar e enfrentar armas letais;
É o profissional que deve controlar a força a ser exercida, para tanto depende do alto grau de especialização, controle emocional, prática, experiência e uma certa dose de coragem e sangue frio;
É aquele que, ao disparar sua arma de fogo ou utilizar seu instrumento de contenção, deverá manter o controle do ato mecânico e as vezes instintivo da violência;
É a pessoa especial, diferente que está lidando com a vida. Pode tirar como pode perder uma vida;
É o servidor e protetor da sociedade que, por integrar a polícia da uma unidade federativa, fica exposto à falta de amparo legal, às limitações estruturais, ao stress, à corrupção, ao bico, aos vícios, ao suicídio, aos conflitos familiares, à depreciação funcional e à rotina de Sísifo (trabalho que resulta em nada).
No Brasil, os bandidos são presos, mas não ficam muito tempo nas cadeias, recebendo toda sorte de benefícios e portas de fugas. Mesmo tendo um longo histórico de violência, eles vão para um regime brando, cumprem apenas um sexto da pena ou voltam rapidamente às ruas desafiando as leis. Eles dominam territórios e colocam terror nas comunidades, executam seus desafetos e enriquecem com o sacrifício de vida inocentes e com dinheiro alheio, favorecidos por privilégios e tolerância da justiça e das leis. São estes bandidos que os policiais têm de enfrentar, enfrentar, enfrentar novamente, repetindo prisões, esforço e risco de morte para defender a sociedade e as leis.
Policiais tentam manter a paz social num ambiente de uma insegurança jurídica, morosidade judicial e desordem que estimulam as divergências, os questionamentos e o desrespeito às leis, causado pela tolerância da sociedade e pela inércia dos Poderes de Estado que preferem o "status quo" do que promover as reformas necessárias.
A esperança é que, um dia, o clamor popular, movido pela indignação e pelo exemplo dos feitos destes heróis, transformará a nação brasileira numa massa reivindicatória contra esta situação de insegurança, corrupção e omissões, e vindicará leis e atitude responsável dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, buscando um sistema de igualdades, harmonia e comprometimento capaz de integrar as funções precípuas de cada poder para fortalecer e valorizar os policiais estaduais.
Esta é a minha homenagem a todos os bravos e corajosos policiais estaduais do Brasil
PC X MP - NOVO EMBATE DE AUTORIDADES
EMBATE DE AUTORIDADES. Maradona gera nova briga entre Civil e MP. Suspeita em relação a traficante reacende rixa entre delegado e promotor - ANDRÉ MAGS, ZERO HORA 21/04/2011
A suspeita de que o traficante Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona, teria contato dentro de uma delegacia de Novo Hamburgo abriu um novo embate entre a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MP). O promotor Eugenio Amorim criticou o delegado regional do Vale do Sinos, Bolívar Llantada, em uma rádio local na terça-feira e, ontem, sugeriu encaminhar uma lista de policiais corruptos à corporação.
A suposta ligação foi citada em gravações telefônicas feitas por um comparsa de Maradona. Para o promotor, Llantada deveria investigar se existe envolvimento de algum policial da região com o traficante, que comandava crimes de dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), onde estava preso até a semana passada – atualmente, se encontra na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). Amorim considera o delegado “corporativista” demais para investigar seus colegas.
– Ele é absolutamente incompetente, mas não posso dizer que é desonesto. Não vi, até agora, uma investigação boa dele – diz Amorim.
Para provar que há irregularidades na Polícia Civil de Novo Hamburgo, o promotor revela que pode apresentar uma lista com a identificação de policiais corruptos. Ele não estipulou quantos nomes poderia ter no rol, porém garantiu que em poucos dias poderia fazer o levantamento.
– Eu trabalhei em Novo Hamburgo 10, 11 anos, estou direto em Novo Hamburgo. Se eu botar um disque-denúncia aqui com o meu número de celular, vai pipocar ligação toda hora – afirma.
Os ataques feitos pelo promotor foram repudiados pelo delegado. Llantada entende que a colocação “não é saudável”.
– Eu poderia e até faria (a investigação), mas, como a Corregedoria (da Polícia) já tinha entrado em campo, fiquei tranquilo. A minha bandeira número um é a honestidade. Tudo que existe foi, é ou será investigado – defende o delegado.
A Associação dos Delegados de Polícia do Estado divulgou ontem uma nota de apoio a Llantada ante o que definiu como “desastrada e ofensiva entrevista” concedida à rádio. Na ocasião, Amorim declarou que “a região (Vale do Sinos) foi infortunada com a escolha desse cidadão (Llantada)”.
O histórico de choques entre MP e Polícia Civil tem como um de seus principais capítulos o Caso Eliseu. Na apuração sobre a morte do secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, as duas instituições divergem quanto aos motivos do crime. Enquanto a polícia concluiu ter se tratado de um latrocínio, o MP sustenta que o assassinato foi encomendado.
DECLARAÇÕES
- "A minha bandeira número um é a honestidade. Tudo que existe foi, é ou será investigado." Bolívar llantada, Delegado Regional da Polícia Civil
- "Eu trabalhei em Novo Hamburgo 10, 11 anos. Se eu botar um disquedenúncia aqui, vai pipocar ligação." Eugênio Amorim, Promotor do Ministério Público
quarta-feira, 20 de abril de 2011
OPERAÇÃO NA ROCINHA - OS MELHORES DO MUNDO
Policiais civis em operação na Rocinha
Nem e ‘Xerifa’ da Rocinha escapam de cerco da polícia. Investigação que descobriu esquema de lavagem de R$ 2 milhões culminou com caçada a chefe do tráfico e sua mulher na favela - Reportagem de Diogo Dias, Leslie Leitão e Marcello Victor - O DIA 20/04/2011
Rio - A Polícia Civil desencadeou ontem de manhã megaoperação com cerca de 200 agentes para prender líderes comunitários e parentes do chefe do tráfico na Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Todos são suspeitos de integrar esquema milionário de lavagem de dinheiro oriundo das bocas de fumo. As investigações da Polinter descobriram movimentações de mais de R$ 2 milhões nas contas bancárias.
Com a suspeita de vazamento da ação, em que 11 pessoas foram presas, Nem e sua mulher, Danubia de Souza Rangel, escaparam. Mas a vaidosa ‘Xerifa’ (como se intitula) viverá como foragida. Em shows na favela, ela tinha acesso livre aos camarins de artistas, com quem gostava de tirar fotos para exibir no Orkut, como uma com a baiana Claudia Leitte, em março de 2009. A cantora não sabia com quem havia posado.
Além do casal, a Justiça decretou a prisão da sogra de Nem, do presidente da Associação de Moradores, Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão, e de seu irmão Telmo Oliveira Barros. O esquema que envolve duas empresas — uma fábrica de gelo e um lava-jato — havia sido descoberto pela Polinter em 2009. A investigação resultou em processo com 21 réus, entre eles Feijão, dono dos dois estabelecimentos.
De sete meses para cá, o foco do trabalho da equipe dos delegados Rafael Willis e Felipe Curi se voltou para os ‘laranjas’ de Nem. E, com o apoio do Núcleo de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil, o rastreamento revelou que a ‘lavanderia’ continuava a todo vapor.
A vida de luxo ficou constatada na mansão do traficante, na localidade Cachopa. Lá, policiais apreenderam TVs de LCD, computadores e roupas de grife, que Danubia gostava de comprar quase toda semana em seus passeios pelos shoppings mais badalados do Rio. Também foram recolhidas fotos em que a ‘Xerifa’ se exibia com joias douradas.
Num estacionamento do lava-jato, na Estrada da Gávea, os agentes apreenderam um caminhão de gelo da empresa de Feijão.
“Na investigação, procuramos pessoas que atuavam para ajudar o tráfico a se manter na comunidade. Descobrimos que havia empresa em nome dessas pessoas, que não tinham patrimônio compatível com aquela atividade. São empresas legalizadas, que funcionam com o dinheiro do tráfico na Rocinha e Zona Sul”, explicou o delegado Rafael Willis, diretor da Polinter, que, com a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), apreendeu 2,6 toneladas de maconha.
Policiais militares sob suspeita de vazamento de informação
A suspeita de vazamento da ação de ontem desencadeou outra investigação para tentar descobrir quem seria o traidor. Não seria a primeira vez que isso teria ocorrido. Desde que assumiu o controle da Rocinha, Nem, também conhecido como Mestre, só foi surpreendido uma vez, em março do ano passado, em uma ação que resultou em sete mortes. Agora, o alvo dos investigadores são três policiais do 23º BPM (Leblon) que, na noite de segunda-feira, teriam subido a favela e ido até a associação de moradores.
Moradores da comunidade e os próprios policiais que participaram admitiram que Nem soube da operação antes. “Fui trabalhar mais cedo porque ontem (segunda-feira) todo mundo já sabia que ia ter operação no morro”, conta uma moradora, que pouco depois das 6h já estava no trabalho, para tentar fugir de possíveis tiroteios na comunidade.
Durante a incursão, não houve um tiro sequer. Os serviços de inteligência da Secretaria de Segurança e o Disque-Denúncia receberam informes de que os bandidos estariam na mata que divide a Rocinha e o Vidigal. Mas os policiais não chegaram àquele ponto.
Oficialmente, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, negou saber de vazamento. Já o subchefe Operacional, Fernando Veloso, admitiu: “Não basta o jornalista dizer que teve moradores fazendo denúncias de que houve vazamento. Ainda que tenha havido o vazamento, não foi eficaz o suficiente para neutralizar os efeitos da operação. O resultado está aí”.
Motos e eletrodomésticos são recuperados
Além das 2,6 toneladas de maconha apreendidas, que encheram um ônibus, a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) recuperou 42 motos roubadas.
Já a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) encontrou um caminhão roubado com 11 geladeiras, seis aparelhos de ar condicionado, quatro fogões, duas máquinas de lavar, dois microondas, um exaustor, um aparelho de fax e uma TV.
Das 11 pessoas presas, sete foram autuadas por venda de produtos piratas. Mais de 17 mil artigos falsificados foram encontrados. A polícia estourou ainda duas centrais clandestinas de TV a cabo e prendeu 30 pássaros silvestres.
Presidente de associação ajudou a negociar com invasores de hotel
Um dos alvos da operação de ontem, Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão, foi um dos responsáveis pela rendição de dez traficantes que invadiram o Hotel Intercontinental, em São Conrado, após uma troca de tiros com PMs, em agosto. Ele é presidente da Associação de Moradores do Bairro Barcelos, na Rocinha.
Na época, ele já havia sido denunciado pelo Ministério Público justamente por lavar dinheiro do tráfico através de suas empresas, ambas com sede na Rocinha: a V. Barros de Oliveira Comércio de Acessórios para Veículos Ltda. e a W.C. Comércio de Gelo Ltda.
No episódio do hotel, Feijão foi flagrado por um cinegrafista amador carregando a moto amarela usada por criminosos e levando-a de volta à Rocinha. Ele chegou a prestar depoimento na 15ª DP (Gávea) para se explicar.
No Rio Comprido, dois homens foram presos por dar suporte à quadrilha. Tayrone Manhense Moreira Alexandrino e o taxista Fábio da Silva Encarnação são acusados de transportar armas e drogas. Outro segurança do tráfico capturado foi Anderson Vieira de Souza, conhecido como Miséria.
Policial Civil uniformizado em operação na Rocinha
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Sempre que olho as imagens das operações policiais em qualquer parte do país, onde policiais estaduais, civis e militares, fazem incursão em territórios dominados pelo crime, lembro da afirmação de um policia da SWAT LAPD em que ele dizia ter o Brasil os melhores e mais corajosos policiais do mundo, pois fazem ações ostensivas de enfrentamento sem colete a prova de balas, sem uniforme adequado e sem capacete de kevlar. Só com a cara e a coragem. E ao ver policiais civis, que são da área judiciária e investigativa, realizando operações típicas do policiamento ostensivo, também nestas condições precárias, na busca de um bandido perigoso e líder de uma das quadrilhas mais cruéis e bem armadas do Brasil, sou induzido a reafirmar as palavras do instrutor da SWAT. São os melhores do mundo...ou os mais ousados.
Nem e ‘Xerifa’ da Rocinha escapam de cerco da polícia. Investigação que descobriu esquema de lavagem de R$ 2 milhões culminou com caçada a chefe do tráfico e sua mulher na favela - Reportagem de Diogo Dias, Leslie Leitão e Marcello Victor - O DIA 20/04/2011
Rio - A Polícia Civil desencadeou ontem de manhã megaoperação com cerca de 200 agentes para prender líderes comunitários e parentes do chefe do tráfico na Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Todos são suspeitos de integrar esquema milionário de lavagem de dinheiro oriundo das bocas de fumo. As investigações da Polinter descobriram movimentações de mais de R$ 2 milhões nas contas bancárias.
Com a suspeita de vazamento da ação, em que 11 pessoas foram presas, Nem e sua mulher, Danubia de Souza Rangel, escaparam. Mas a vaidosa ‘Xerifa’ (como se intitula) viverá como foragida. Em shows na favela, ela tinha acesso livre aos camarins de artistas, com quem gostava de tirar fotos para exibir no Orkut, como uma com a baiana Claudia Leitte, em março de 2009. A cantora não sabia com quem havia posado.
Além do casal, a Justiça decretou a prisão da sogra de Nem, do presidente da Associação de Moradores, Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão, e de seu irmão Telmo Oliveira Barros. O esquema que envolve duas empresas — uma fábrica de gelo e um lava-jato — havia sido descoberto pela Polinter em 2009. A investigação resultou em processo com 21 réus, entre eles Feijão, dono dos dois estabelecimentos.
De sete meses para cá, o foco do trabalho da equipe dos delegados Rafael Willis e Felipe Curi se voltou para os ‘laranjas’ de Nem. E, com o apoio do Núcleo de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil, o rastreamento revelou que a ‘lavanderia’ continuava a todo vapor.
A vida de luxo ficou constatada na mansão do traficante, na localidade Cachopa. Lá, policiais apreenderam TVs de LCD, computadores e roupas de grife, que Danubia gostava de comprar quase toda semana em seus passeios pelos shoppings mais badalados do Rio. Também foram recolhidas fotos em que a ‘Xerifa’ se exibia com joias douradas.
Num estacionamento do lava-jato, na Estrada da Gávea, os agentes apreenderam um caminhão de gelo da empresa de Feijão.
“Na investigação, procuramos pessoas que atuavam para ajudar o tráfico a se manter na comunidade. Descobrimos que havia empresa em nome dessas pessoas, que não tinham patrimônio compatível com aquela atividade. São empresas legalizadas, que funcionam com o dinheiro do tráfico na Rocinha e Zona Sul”, explicou o delegado Rafael Willis, diretor da Polinter, que, com a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), apreendeu 2,6 toneladas de maconha.
Policiais militares sob suspeita de vazamento de informação
A suspeita de vazamento da ação de ontem desencadeou outra investigação para tentar descobrir quem seria o traidor. Não seria a primeira vez que isso teria ocorrido. Desde que assumiu o controle da Rocinha, Nem, também conhecido como Mestre, só foi surpreendido uma vez, em março do ano passado, em uma ação que resultou em sete mortes. Agora, o alvo dos investigadores são três policiais do 23º BPM (Leblon) que, na noite de segunda-feira, teriam subido a favela e ido até a associação de moradores.
Moradores da comunidade e os próprios policiais que participaram admitiram que Nem soube da operação antes. “Fui trabalhar mais cedo porque ontem (segunda-feira) todo mundo já sabia que ia ter operação no morro”, conta uma moradora, que pouco depois das 6h já estava no trabalho, para tentar fugir de possíveis tiroteios na comunidade.
Durante a incursão, não houve um tiro sequer. Os serviços de inteligência da Secretaria de Segurança e o Disque-Denúncia receberam informes de que os bandidos estariam na mata que divide a Rocinha e o Vidigal. Mas os policiais não chegaram àquele ponto.
Oficialmente, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, negou saber de vazamento. Já o subchefe Operacional, Fernando Veloso, admitiu: “Não basta o jornalista dizer que teve moradores fazendo denúncias de que houve vazamento. Ainda que tenha havido o vazamento, não foi eficaz o suficiente para neutralizar os efeitos da operação. O resultado está aí”.
Motos e eletrodomésticos são recuperados
Além das 2,6 toneladas de maconha apreendidas, que encheram um ônibus, a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) recuperou 42 motos roubadas.
Já a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) encontrou um caminhão roubado com 11 geladeiras, seis aparelhos de ar condicionado, quatro fogões, duas máquinas de lavar, dois microondas, um exaustor, um aparelho de fax e uma TV.
Das 11 pessoas presas, sete foram autuadas por venda de produtos piratas. Mais de 17 mil artigos falsificados foram encontrados. A polícia estourou ainda duas centrais clandestinas de TV a cabo e prendeu 30 pássaros silvestres.
Presidente de associação ajudou a negociar com invasores de hotel
Um dos alvos da operação de ontem, Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão, foi um dos responsáveis pela rendição de dez traficantes que invadiram o Hotel Intercontinental, em São Conrado, após uma troca de tiros com PMs, em agosto. Ele é presidente da Associação de Moradores do Bairro Barcelos, na Rocinha.
Na época, ele já havia sido denunciado pelo Ministério Público justamente por lavar dinheiro do tráfico através de suas empresas, ambas com sede na Rocinha: a V. Barros de Oliveira Comércio de Acessórios para Veículos Ltda. e a W.C. Comércio de Gelo Ltda.
No episódio do hotel, Feijão foi flagrado por um cinegrafista amador carregando a moto amarela usada por criminosos e levando-a de volta à Rocinha. Ele chegou a prestar depoimento na 15ª DP (Gávea) para se explicar.
No Rio Comprido, dois homens foram presos por dar suporte à quadrilha. Tayrone Manhense Moreira Alexandrino e o taxista Fábio da Silva Encarnação são acusados de transportar armas e drogas. Outro segurança do tráfico capturado foi Anderson Vieira de Souza, conhecido como Miséria.
Policial Civil uniformizado em operação na Rocinha
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Sempre que olho as imagens das operações policiais em qualquer parte do país, onde policiais estaduais, civis e militares, fazem incursão em territórios dominados pelo crime, lembro da afirmação de um policia da SWAT LAPD em que ele dizia ter o Brasil os melhores e mais corajosos policiais do mundo, pois fazem ações ostensivas de enfrentamento sem colete a prova de balas, sem uniforme adequado e sem capacete de kevlar. Só com a cara e a coragem. E ao ver policiais civis, que são da área judiciária e investigativa, realizando operações típicas do policiamento ostensivo, também nestas condições precárias, na busca de um bandido perigoso e líder de uma das quadrilhas mais cruéis e bem armadas do Brasil, sou induzido a reafirmar as palavras do instrutor da SWAT. São os melhores do mundo...ou os mais ousados.
PM É PRESO COM DUAS PISTOLAS DA POLÍCIA CIVIL
Sargento da PM, Falcon foi preso com duas pistolas, da DAS e da Core, onde esteve lotado desde 1998 - O GLOBO, 19/04/2011 às 23h29m - Antônio Werneck e Gustavo Goulart
RIO - Embora estivesse afastado da Divisão Antissequestro (DAS) da Polícia Civil há nove anos, o sargento da PM Marcos Vieira Souza, o Falcon, foi preso na última quinta-feira quando portava uma pistola Taurus, calibre 9mm, do acervo da unidade. Falcon e mais três homens foram presos na semana passada, enquanto levavam um miliciano para se apresentar na Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco). Os quatro escoltavam Paulo Ferreira Júnior, o Paulinho do Gás, integrante da milícia chefiada pelo vereador Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, que está preso.
Policial preso também portava pistola da Core
Com Falcon e o grupo que o acompanhava, os policiais recolheram cinco armas. Além da pistola Taurus, os agentes encontraram uma pistola Imbel, calibre .40, pertencente à Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Falcon, segundo investigadores, estaria lotado na Core desde 2002. No início do ano, por determinação da Secretaria de Segurança, todos os PMs cedidos à Polícia Civil foram devolvidos à corporação. Falcon, entretanto, não teria se apresentado.
No depoimento que prestou na Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol), o sargento declarou que está no Departamento Geral de Pessoal (DGP) da PM à disposição da Polícia Civil. Segundo o delegado Flávio Amaral, do Departamento Geral de Administração e Finanças (Degafi), o caso de Falcon poderá ser mais um daqueles encaminhados para a Corregedoria Geral Unificada (CGU) de abandono de emprego. Na PM, o caso será tratado como deserção.
- Já encaminhei para a CGU dois casos de PMs que não se apresentaram à corporação quando foram devolvidos. Nesses casos, a CGU instaura uma sindicância por abandono.
OPERAÇÃO GUILHOTINA - JUSTIÇA MANDA SOLTAR ENVOLVIDOS
Crise na polícia. Justiça manda soltar 40 presos na Operação Guilhotina - O GLOBO, 19/04/2011 às 21h10m - Marcelo Dutra
RIO - A Justiça concedeu na tarde desta terça-feira habeas corpus para 40 envolvidos com o crime organizado presos durante a Operação Guilhotina, da Polícia Federal . Os pedidos de habeas corpus foram impetrados em favor do delegado Carlos Oliveira, ex-subchefe operacional da instituição e considerado braço direito de Allan Turnowski; o policial militar Ricardo Afonso Fernandes, o Afonsinho, apontado como um dos líderes da milícia que agia na favela Roquete Pinto; e o policial civil Leonardo da Silva Torres, conhecido como Trovão. Depois de conceder a liberdade para os três, no entanto, os desembargadores decidiram estender o benefício aos demais acusados.
Dos 45 mandados de prisão da Operação Guilhotina, 11 foram expedidos contra policiais civis, 21 contra PMs (incluindo oito que atuavam na Drae e na Delegacia de Combate a Drogas) e 13 contra ex-policiais e informantes. Na ação proposta pelo Ministério Público, foram denunciados 47 réus, sendo que nem todos estavam presos. Eles responderão, agora, em liberdade às acusações de formação de quadrilha armada, peculato, corrupção passiva, comércio ilegal de arma de fogo, extorsão qualificada, entre outros delitos.
A alegação da defesa dos acusados, a prisão preventiva foi decretada de maneira genérica, não havendo especificação quanto à situação de cada acusado. Na decisão da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, o relator, desembargador Sidney Rosa da Silva, afirmou que, para que haja o decreto de prisão preventiva, é necessária uma rigorosa definição de fatos concretos, não sendo possível mera reprodução dos requisitos constantes da lei processual.
"A decisão da prisão dos denunciados se pautou privativamente na prevenção da ordem pública e na preservação do quadro de provas, julgando ser essa circunstância pertinente e necessária à efetiva investigação pelos órgãos competentes com apoio da Polícia Federal", afirmou.
De acordo também com o relator, o conceito de ordem pública em que se baseou o decreto de prisão não se encaixa de maneira contundente. "Isso porque o conceito de ordem pública disponibilizado pela legislação processual penal não se pode regular em razão da reação do meio ambiente à prática da ação delituosa", disse. Na decisão, o desembargador ressaltou ainda que a gravidade do delito não basta para a decretação da custódia cautelar, assim como as notícias veiculadas pela imprensa.
RIO - A Justiça concedeu na tarde desta terça-feira habeas corpus para 40 envolvidos com o crime organizado presos durante a Operação Guilhotina, da Polícia Federal . Os pedidos de habeas corpus foram impetrados em favor do delegado Carlos Oliveira, ex-subchefe operacional da instituição e considerado braço direito de Allan Turnowski; o policial militar Ricardo Afonso Fernandes, o Afonsinho, apontado como um dos líderes da milícia que agia na favela Roquete Pinto; e o policial civil Leonardo da Silva Torres, conhecido como Trovão. Depois de conceder a liberdade para os três, no entanto, os desembargadores decidiram estender o benefício aos demais acusados.
Dos 45 mandados de prisão da Operação Guilhotina, 11 foram expedidos contra policiais civis, 21 contra PMs (incluindo oito que atuavam na Drae e na Delegacia de Combate a Drogas) e 13 contra ex-policiais e informantes. Na ação proposta pelo Ministério Público, foram denunciados 47 réus, sendo que nem todos estavam presos. Eles responderão, agora, em liberdade às acusações de formação de quadrilha armada, peculato, corrupção passiva, comércio ilegal de arma de fogo, extorsão qualificada, entre outros delitos.
A alegação da defesa dos acusados, a prisão preventiva foi decretada de maneira genérica, não havendo especificação quanto à situação de cada acusado. Na decisão da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, o relator, desembargador Sidney Rosa da Silva, afirmou que, para que haja o decreto de prisão preventiva, é necessária uma rigorosa definição de fatos concretos, não sendo possível mera reprodução dos requisitos constantes da lei processual.
"A decisão da prisão dos denunciados se pautou privativamente na prevenção da ordem pública e na preservação do quadro de provas, julgando ser essa circunstância pertinente e necessária à efetiva investigação pelos órgãos competentes com apoio da Polícia Federal", afirmou.
De acordo também com o relator, o conceito de ordem pública em que se baseou o decreto de prisão não se encaixa de maneira contundente. "Isso porque o conceito de ordem pública disponibilizado pela legislação processual penal não se pode regular em razão da reação do meio ambiente à prática da ação delituosa", disse. Na decisão, o desembargador ressaltou ainda que a gravidade do delito não basta para a decretação da custódia cautelar, assim como as notícias veiculadas pela imprensa.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
INGRESSO NA PM - ABAMF EXIGE MELHOR QUALIFICAÇÃO
Abamf quer qualificar ingresso na BM - Correio do Povo - Notícias ABAMF, 31/03/2011.
O presidente da Abamf, entidade de classe que representa os servidores de nível médio da BM, Leonel Lucas, defendeu ontem profunda melhoria no ingresso de novos efetivos na corporação. Segundo ele, os recentes casos envolvendo PMs da turma de 2009 evidenciam formação insatisfatória, que não possibilitou triagem de quem tinha condições para entrar na Brigada Militar.
Conforme o dirigente, a pressa do governo anterior em “bater o recorde”, com a inclusão de 3,8 mil novos integrantes na corporação, fez com que o curso durasse apenas cinco meses – em três meses, eles já estavam portando armas. “No meu tempo, investigaram até minha família e os vizinhos”, lembrou Leonel Lucas.
Além do PM preso ontem por tentativa de sequestro e estupro na Capital, outros três foram detidos recentemente por envolvimento em roubo em Val de Serra, Júlio de Castilhos, e um em Osório, acusado de assassinar o boxeador Tairone Silva.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - parabéns à ABAMF
O presidente da Abamf, entidade de classe que representa os servidores de nível médio da BM, Leonel Lucas, defendeu ontem profunda melhoria no ingresso de novos efetivos na corporação. Segundo ele, os recentes casos envolvendo PMs da turma de 2009 evidenciam formação insatisfatória, que não possibilitou triagem de quem tinha condições para entrar na Brigada Militar.
Conforme o dirigente, a pressa do governo anterior em “bater o recorde”, com a inclusão de 3,8 mil novos integrantes na corporação, fez com que o curso durasse apenas cinco meses – em três meses, eles já estavam portando armas. “No meu tempo, investigaram até minha família e os vizinhos”, lembrou Leonel Lucas.
Além do PM preso ontem por tentativa de sequestro e estupro na Capital, outros três foram detidos recentemente por envolvimento em roubo em Val de Serra, Júlio de Castilhos, e um em Osório, acusado de assassinar o boxeador Tairone Silva.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - parabéns à ABAMF
POLÍCIA - BOAS E MÁS NOTÍCIAS
O problema da segurança pública no Brasil é gravíssimo. E não será resolvido com ações isoladas, mesmo quando expressivas e importantes. É preciso lancetar o tumor, raspá-lo, limpá-lo. É necessário chegar às raízes da doença. Só assim os homens de bem que compõem as fileiras das polícias não serão confundidos com marginais e psicopatas. Só assim o poder do narcotráfico não será substituído pela prepotência criminosa das milícias. O assustador crescimento da criminalidade é a ponta do iceberg de uma distorção mais profunda: a corrupção generalizada, a frequente falta de critérios de seleção para o ingresso nos quadros, os baixos salários e a desmotivação dos bons policiais.
Os policiais do Estado de São Paulo, por exemplo, têm ocupado as nossas manchetes. Com boas e más notícias. A melhor delas, de longe, é o duro combate à corrupção travado pelo secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, com respaldo do governador Geraldo Alckmin. Responsável por afastar 200 policiais do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e pela investigação sobre fraudes no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que envolveram 162 delegados, Ferreira Pinto sofreu uma incrível retaliação da banda podre da polícia.
Imagens de um encontro do secretário com um repórter do jornal Folha de S.Paulo num shopping paulista foram parar em blogs de policiais. Segundo Marcelo Godoy, repórter do Estado, num desses sites, ligado a um delegado de polícia, o ex-delegado Paulo Sérgio Oppido Fleury - demitido por Ferreira Pinto em 2010 sob a acusação de desviar mercadorias - ameaçava divulgar o vídeo antes de ele se tornar público. O objetivo da espionagem era jogar o governador Geraldo Alckmin contra o secretário, acusando Ferreira Pinto de ser o responsável pela divulgação de informações contra o sociólogo Túlio Kahn, ex-coordenador de estatísticas da Secretaria da Segurança. Sites ligados a policiais civis afirmavam que Ferreira Pinto queria atingir seu colega de secretariado Saulo de Castro Abreu Filho, titular de Transportes, a quem Kahn seria ligado. Castro foi titular da Segurança entre 2002 e 2006. Em sua gestão, três dos suspeitos de envolvimento na espionagem contra o atual secretário faziam parte da cúpula da Polícia Civil.
O secretário Ferreira Pinto não nega que se tenha encontrado com o jornalista da Folha. Mas disse ao repórter Marcelo Godoy que o objeto da conversa fora o recente caso de uma escrivã despida numa revista por policiais. O abuso provocou a queda da cúpula da Corregedoria da Polícia Civil.
O escândalo de espionagem contra o secretário de Segurança Pública derrubou um dos mais importantes delegados da cúpula da Polícia Civil: Marco Antonio Desgualdo. Ex-delegado-geral, ele comandava desde 2009 o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. Foi flagrado entre os homens que foram ao shopping obter, por meio de suposta fraude, a fita do encontro que Ferreira Pinto teve com o jornalista. Além de Desgualdo, outros dois delegados de classe especial são suspeitos no episódio do shopping: o ex-diretor do Detran Ivaney Cayres de Souza e o ex-diretor do Denarc Everardo Tanganelli. Impressionante!
A criminosa rede de intrigas, no entanto, foi desfeita, graças ao firme apoio que o secretário recebeu do governador. Alckmin é o grande avalista da operação de limpeza da Polícia Civil de São Paulo. E o Estado, felizmente, conta com um secretário de Segurança íntegro e obstinado no combate à corrupção. É, sem dúvida, uma boa notícia.
Mas se o combate à corrupção é essencial, a motivação dos bons policiais não pode ser descurada. A polícia de São Paulo não está bem remunerada. É um fato. O rigor com gastos públicos, saudável e necessário, não pode deixar de lado algo fundamental: é preciso dar salário digno aos profissionais que desempenham tarefas delicadas e estratégicas. Uma simples batida de olhos na tabela de vencimentos da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) causa incontornável constrangimento. No ranking dos salários das polícias brasileiras, São Paulo está atrás de Sergipe, Alagoas, Tocantins, Piauí, Maranhão...
O salário de um delegado da polícia paulista com mais de dez anos de trabalho, duas promoções e dois quinquênios é de R$ 6,5 mil (valor bruto). Com os descontos cai para menos de R$ 5 mil. O salário de um investigador de polícia gira em torno de R$ 2,5 mil. Com os descontos registrados no holerite termina recebendo R$ 2 mil. Assim não dá.
Acrescente-se a defasagem existente entre o salário dos policiais e o de outras carreiras. Um agente da Polícia Federal, em meados da carreira, cargo que equivale ao de um investigador de polícia, ganha bem mais que um delegado de polícia de São Paulo.
O combate à banda podre da polícia merece o apoio de todos. Mas a valorização dos bons policiais, com salários justos, reconhecimento e adequada jornada de trabalho, é um imperativo. Impõe-se, por exemplo, uma correta distribuição de policiais na burocracia do dia a dia. Não está certo que alguns delegados façam até 18 plantões num só mês, enquanto outros fazem muito pouco. Não parece razoável que uma delegada cuidasse da biblioteca da Delegacia-Geral, enquanto em alguns distritos, e não são poucos, seus colegas estão submetidos a escalas desumanas de trabalho. Tais distorções, contudo, estão sendo superadas. É importante, pois conspiram contra a qualidade do trabalho policial.
Reconheço o esforço do governo para combater o crime e controlar a violência. Mas é preciso mostrar também os desvios. Afinal, um governo que quer acertar só se pode beneficiar das críticas fundamentadas.
CARLOS ALBERTO DI FRANCO, DOUTOR EM COMUNICAÇÃO, É PROFESSOR DE ÉTICA E DIRETOR DO MASTER EM JORNALISMO, E-MAIL: DIFRANCO@IICS.ORG.BR - OPINIÃO, O ESTADO DE SÃO PAULO, 18/04/2011
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Está correto o professor Di Franco ao dizer que "o problema da segurança pública no Brasil é gravíssimo" e "não será resolvido com ações isoladas". Também está correto em sugerir um saneamento nas fileiras policiais. Porém as mazelas policiais não são "às raízes da doença".
Porém é bom que entenda que "o poder do narcotráfico", "a prepotência criminosa das milícias", "o assustador crescimento da criminalidade", "a corrupção generalizada" e "os baixos salários e a desmotivação dos bons policiais" têm origem e "raiz" no descaso dos Poderes de Estado diante da ausência legislativa, das inúmeras mazelas do judiciário e das negligências e improbidades do Executivo que criam um ambiente de insegurança jurídica, judiciária e administrativa levando o Brasil às desordens e ao desgoverno.
Os policiais do Estado de São Paulo, por exemplo, têm ocupado as nossas manchetes. Com boas e más notícias. A melhor delas, de longe, é o duro combate à corrupção travado pelo secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, com respaldo do governador Geraldo Alckmin. Responsável por afastar 200 policiais do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e pela investigação sobre fraudes no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que envolveram 162 delegados, Ferreira Pinto sofreu uma incrível retaliação da banda podre da polícia.
Imagens de um encontro do secretário com um repórter do jornal Folha de S.Paulo num shopping paulista foram parar em blogs de policiais. Segundo Marcelo Godoy, repórter do Estado, num desses sites, ligado a um delegado de polícia, o ex-delegado Paulo Sérgio Oppido Fleury - demitido por Ferreira Pinto em 2010 sob a acusação de desviar mercadorias - ameaçava divulgar o vídeo antes de ele se tornar público. O objetivo da espionagem era jogar o governador Geraldo Alckmin contra o secretário, acusando Ferreira Pinto de ser o responsável pela divulgação de informações contra o sociólogo Túlio Kahn, ex-coordenador de estatísticas da Secretaria da Segurança. Sites ligados a policiais civis afirmavam que Ferreira Pinto queria atingir seu colega de secretariado Saulo de Castro Abreu Filho, titular de Transportes, a quem Kahn seria ligado. Castro foi titular da Segurança entre 2002 e 2006. Em sua gestão, três dos suspeitos de envolvimento na espionagem contra o atual secretário faziam parte da cúpula da Polícia Civil.
O secretário Ferreira Pinto não nega que se tenha encontrado com o jornalista da Folha. Mas disse ao repórter Marcelo Godoy que o objeto da conversa fora o recente caso de uma escrivã despida numa revista por policiais. O abuso provocou a queda da cúpula da Corregedoria da Polícia Civil.
O escândalo de espionagem contra o secretário de Segurança Pública derrubou um dos mais importantes delegados da cúpula da Polícia Civil: Marco Antonio Desgualdo. Ex-delegado-geral, ele comandava desde 2009 o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. Foi flagrado entre os homens que foram ao shopping obter, por meio de suposta fraude, a fita do encontro que Ferreira Pinto teve com o jornalista. Além de Desgualdo, outros dois delegados de classe especial são suspeitos no episódio do shopping: o ex-diretor do Detran Ivaney Cayres de Souza e o ex-diretor do Denarc Everardo Tanganelli. Impressionante!
A criminosa rede de intrigas, no entanto, foi desfeita, graças ao firme apoio que o secretário recebeu do governador. Alckmin é o grande avalista da operação de limpeza da Polícia Civil de São Paulo. E o Estado, felizmente, conta com um secretário de Segurança íntegro e obstinado no combate à corrupção. É, sem dúvida, uma boa notícia.
Mas se o combate à corrupção é essencial, a motivação dos bons policiais não pode ser descurada. A polícia de São Paulo não está bem remunerada. É um fato. O rigor com gastos públicos, saudável e necessário, não pode deixar de lado algo fundamental: é preciso dar salário digno aos profissionais que desempenham tarefas delicadas e estratégicas. Uma simples batida de olhos na tabela de vencimentos da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) causa incontornável constrangimento. No ranking dos salários das polícias brasileiras, São Paulo está atrás de Sergipe, Alagoas, Tocantins, Piauí, Maranhão...
O salário de um delegado da polícia paulista com mais de dez anos de trabalho, duas promoções e dois quinquênios é de R$ 6,5 mil (valor bruto). Com os descontos cai para menos de R$ 5 mil. O salário de um investigador de polícia gira em torno de R$ 2,5 mil. Com os descontos registrados no holerite termina recebendo R$ 2 mil. Assim não dá.
Acrescente-se a defasagem existente entre o salário dos policiais e o de outras carreiras. Um agente da Polícia Federal, em meados da carreira, cargo que equivale ao de um investigador de polícia, ganha bem mais que um delegado de polícia de São Paulo.
O combate à banda podre da polícia merece o apoio de todos. Mas a valorização dos bons policiais, com salários justos, reconhecimento e adequada jornada de trabalho, é um imperativo. Impõe-se, por exemplo, uma correta distribuição de policiais na burocracia do dia a dia. Não está certo que alguns delegados façam até 18 plantões num só mês, enquanto outros fazem muito pouco. Não parece razoável que uma delegada cuidasse da biblioteca da Delegacia-Geral, enquanto em alguns distritos, e não são poucos, seus colegas estão submetidos a escalas desumanas de trabalho. Tais distorções, contudo, estão sendo superadas. É importante, pois conspiram contra a qualidade do trabalho policial.
Reconheço o esforço do governo para combater o crime e controlar a violência. Mas é preciso mostrar também os desvios. Afinal, um governo que quer acertar só se pode beneficiar das críticas fundamentadas.
CARLOS ALBERTO DI FRANCO, DOUTOR EM COMUNICAÇÃO, É PROFESSOR DE ÉTICA E DIRETOR DO MASTER EM JORNALISMO, E-MAIL: DIFRANCO@IICS.ORG.BR - OPINIÃO, O ESTADO DE SÃO PAULO, 18/04/2011
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Está correto o professor Di Franco ao dizer que "o problema da segurança pública no Brasil é gravíssimo" e "não será resolvido com ações isoladas". Também está correto em sugerir um saneamento nas fileiras policiais. Porém as mazelas policiais não são "às raízes da doença".
Porém é bom que entenda que "o poder do narcotráfico", "a prepotência criminosa das milícias", "o assustador crescimento da criminalidade", "a corrupção generalizada" e "os baixos salários e a desmotivação dos bons policiais" têm origem e "raiz" no descaso dos Poderes de Estado diante da ausência legislativa, das inúmeras mazelas do judiciário e das negligências e improbidades do Executivo que criam um ambiente de insegurança jurídica, judiciária e administrativa levando o Brasil às desordens e ao desgoverno.
PM DE SERGIPE É MORTO AO REAGIR A ASSALTO DENTRO DE ÔNIBUS
PM de Sergipe é morto em ônibus ao reagir a assalto em Alagoas - 17/04/2011 às 15h53m; Gazetaweb
MACEIÓ - O cabo da Polícia Militar Givanildo Pascoal da Silva, lotado em Sergipe, foi morto dentro de um ônibus que fazia a linha Porto Calvo/Maragogi, na noite deste sábado, após reagir a um assalto. Duas mulheres e um homem estão presos na delegacia Regional de Matriz do Camaragibe acusados de envolvimento no crime. Outro integrante do bando fugiu. Os acusados e réus confessos, foram levados a Central de Polícia, em Maceió, para identificação porque estavam sem documentos. Nenhuma arma foi encontrada.
De acordo com policiais civis, o militar morto morava em Porto Calvo e viajava com a família para Maragogi. Nas proximidades do lixão de Japaratinga, o bando anunciou o assalto. A vítima estava sentada no final do ônibus e reagiu atingindo dois dos criminosos de raspão.
Os outros integrantes do bando reagiram e abriram fogo contra o policial, que morreu no local. Os assaltantes fugiram, foram perseguidos pela polícia e três foram presos. O grupo preso formado por Lucas Nascimento, Tatiane Aleixo da Silva e Rosilma Nascimento - que está na Regional de Matriz mora em Piranhas- e o homem que conseguiu escapar, identificado como Marcelo.
MACEIÓ - O cabo da Polícia Militar Givanildo Pascoal da Silva, lotado em Sergipe, foi morto dentro de um ônibus que fazia a linha Porto Calvo/Maragogi, na noite deste sábado, após reagir a um assalto. Duas mulheres e um homem estão presos na delegacia Regional de Matriz do Camaragibe acusados de envolvimento no crime. Outro integrante do bando fugiu. Os acusados e réus confessos, foram levados a Central de Polícia, em Maceió, para identificação porque estavam sem documentos. Nenhuma arma foi encontrada.
De acordo com policiais civis, o militar morto morava em Porto Calvo e viajava com a família para Maragogi. Nas proximidades do lixão de Japaratinga, o bando anunciou o assalto. A vítima estava sentada no final do ônibus e reagiu atingindo dois dos criminosos de raspão.
Os outros integrantes do bando reagiram e abriram fogo contra o policial, que morreu no local. Os assaltantes fugiram, foram perseguidos pela polícia e três foram presos. O grupo preso formado por Lucas Nascimento, Tatiane Aleixo da Silva e Rosilma Nascimento - que está na Regional de Matriz mora em Piranhas- e o homem que conseguiu escapar, identificado como Marcelo.
domingo, 17 de abril de 2011
OS PROBLEMAS DA POLÍCIA CIVIL PAULISTA
- OPINIÃO, O Estado de S.Paulo - 16/04/2011
Embora as mudanças administrativas e os investimentos em informática realizados nos últimos anos pelo governo estadual nas Polícias Militar e Civil de São Paulo tenham produzido resultados positivos, traduzidos no declínio de índices de criminalidade, a área de segurança pública continua apresentando problemas. Os mais graves estão no âmbito da Polícia Civil.
Como a remuneração dos delegados paulistas é a terceira mais baixa do País, atrás apenas do Pará e de Minas Gerais, a corporação vem sofrendo debandada de profissionais, que preferem prestar concursos públicos em outros Estados. Dos 180 delegados que ingressaram na carreira em São Paulo, em 2009, 34 já foram embora - o que equivale a 1 entre cada 5. E os que ficaram planejam deflagrar uma greve este semestre - a última ocorreu em 2008 e culminou em enfrentamento, com troca de tiros, entre policiais civis e militares nas cercanias do Palácio dos Bandeirantes.
O aviltamento dos salários da Polícia Civil é um problema antigo, mas que se agravou no último governo. Hoje, um delegado em começo de carreira recebe R$ 4,5 mil, se estiver lotado em cidades com menos de 500 mil habitantes, e R$ 5,8 mil, se trabalhar em cidades com população maior. Para os delegados do mesmo nível hierárquico, a Polícia Federal paga R$ 14 mil mensais. "Quando entrei na polícia, em 1993, ganhava 21 salários mínimos. Hoje, ganho pouco mais de 14 salários", diz o presidente do Sindicato dos Delegados de São Paulo, George Melão.
Além de problemas administrativos, a debandada de delegados paulistas acarreta prejuízos financeiros para o governo estadual. Quando um candidato a delegado é aprovado em concurso público, antes de assumir um posto ele passa por um curso de um ano na Academia de Polícia. Com as despesas do processo de recrutamento e do período de treinamento, o governo paulista gasta, em média, cerca de R$ 100 mil por delegado. E, como com esse treinamento os delegados novatos adquirem o preparo necessário para disputar concursos nos Estados que pagam salários mais altos, o governo paulista sofre duplo prejuízo. Fica sem os serviços dos profissionais que forma e ainda custeia a formação dos delegados dos demais Estados.
Também relacionado ao aviltamento dos vencimentos, outro grave problema enfrentado pela Polícia Civil é a corrupção. Somente no ano passado, foram demitidos 219 policiais - cerca de três vezes mais do que o número de demissões do ano anterior. Na lista, estão delegados, investigadores e escrivães envolvidos nas mais variadas irregularidades - de manipulação de boletins de ocorrência a fraudes em lacração de veículos, além de cobrança de propina e envolvimento com o crime organizado. Atualmente, cerca de 900 policiais estão sendo investigados pela Corregedoria da Polícia Civil.
Para a cúpula da Secretaria da Segurança Pública, o aumento do número de policiais expulsos da corporação, entre 2009 e 2010, seria resultante não do aumento da corrupção na Polícia Civil, mas das mudanças realizadas na Corregedoria, que adotou um modelo de investigação semelhante ao do Ministério Público e do Judiciário e passou a ser subordinada diretamente ao gabinete do secretário Antonio Ferreira Pinto (antes, ela era de responsabilidade do delegado-geral).
Os líderes sindicais da categoria reconhecem que essas mudanças tornaram a Corregedoria mais eficiente e rigorosa, mas alegam que a maioria das sindicâncias por ela abertas nos últimos meses decorreu de pequenas infrações administrativas. Segundo eles, o aumento do número de exonerados e de investigados seria uma estratégia da Secretaria da Segurança para enfraquecer politicamente a Polícia Civil, facilitando sua integração com a Polícia Militar - um projeto que estaria sendo elaborado com cautela e discrição pelo governador Geraldo Alckmin, para evitar resistências corporativas.
Os problemas da Polícia Civil dão a dimensão dos desafios que o governo estadual tem de enfrentar para aumentar a eficiência da segurança pública.
Embora as mudanças administrativas e os investimentos em informática realizados nos últimos anos pelo governo estadual nas Polícias Militar e Civil de São Paulo tenham produzido resultados positivos, traduzidos no declínio de índices de criminalidade, a área de segurança pública continua apresentando problemas. Os mais graves estão no âmbito da Polícia Civil.
Como a remuneração dos delegados paulistas é a terceira mais baixa do País, atrás apenas do Pará e de Minas Gerais, a corporação vem sofrendo debandada de profissionais, que preferem prestar concursos públicos em outros Estados. Dos 180 delegados que ingressaram na carreira em São Paulo, em 2009, 34 já foram embora - o que equivale a 1 entre cada 5. E os que ficaram planejam deflagrar uma greve este semestre - a última ocorreu em 2008 e culminou em enfrentamento, com troca de tiros, entre policiais civis e militares nas cercanias do Palácio dos Bandeirantes.
O aviltamento dos salários da Polícia Civil é um problema antigo, mas que se agravou no último governo. Hoje, um delegado em começo de carreira recebe R$ 4,5 mil, se estiver lotado em cidades com menos de 500 mil habitantes, e R$ 5,8 mil, se trabalhar em cidades com população maior. Para os delegados do mesmo nível hierárquico, a Polícia Federal paga R$ 14 mil mensais. "Quando entrei na polícia, em 1993, ganhava 21 salários mínimos. Hoje, ganho pouco mais de 14 salários", diz o presidente do Sindicato dos Delegados de São Paulo, George Melão.
Além de problemas administrativos, a debandada de delegados paulistas acarreta prejuízos financeiros para o governo estadual. Quando um candidato a delegado é aprovado em concurso público, antes de assumir um posto ele passa por um curso de um ano na Academia de Polícia. Com as despesas do processo de recrutamento e do período de treinamento, o governo paulista gasta, em média, cerca de R$ 100 mil por delegado. E, como com esse treinamento os delegados novatos adquirem o preparo necessário para disputar concursos nos Estados que pagam salários mais altos, o governo paulista sofre duplo prejuízo. Fica sem os serviços dos profissionais que forma e ainda custeia a formação dos delegados dos demais Estados.
Também relacionado ao aviltamento dos vencimentos, outro grave problema enfrentado pela Polícia Civil é a corrupção. Somente no ano passado, foram demitidos 219 policiais - cerca de três vezes mais do que o número de demissões do ano anterior. Na lista, estão delegados, investigadores e escrivães envolvidos nas mais variadas irregularidades - de manipulação de boletins de ocorrência a fraudes em lacração de veículos, além de cobrança de propina e envolvimento com o crime organizado. Atualmente, cerca de 900 policiais estão sendo investigados pela Corregedoria da Polícia Civil.
Para a cúpula da Secretaria da Segurança Pública, o aumento do número de policiais expulsos da corporação, entre 2009 e 2010, seria resultante não do aumento da corrupção na Polícia Civil, mas das mudanças realizadas na Corregedoria, que adotou um modelo de investigação semelhante ao do Ministério Público e do Judiciário e passou a ser subordinada diretamente ao gabinete do secretário Antonio Ferreira Pinto (antes, ela era de responsabilidade do delegado-geral).
Os líderes sindicais da categoria reconhecem que essas mudanças tornaram a Corregedoria mais eficiente e rigorosa, mas alegam que a maioria das sindicâncias por ela abertas nos últimos meses decorreu de pequenas infrações administrativas. Segundo eles, o aumento do número de exonerados e de investigados seria uma estratégia da Secretaria da Segurança para enfraquecer politicamente a Polícia Civil, facilitando sua integração com a Polícia Militar - um projeto que estaria sendo elaborado com cautela e discrição pelo governador Geraldo Alckmin, para evitar resistências corporativas.
Os problemas da Polícia Civil dão a dimensão dos desafios que o governo estadual tem de enfrentar para aumentar a eficiência da segurança pública.
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