A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
DIA DO POLICIAL
"Dia 21 de abril é o dia do policial, servidor público dos mais injustiçados, presente em todos os cantos do Rio Grande do Sul, em todas as situações, em qualquer clima, em qualquer hora. É o profissional que, em defesa dos demais cidadãos, expõe seu bem mais precioso: a vida. Sofrido, exigido além das suas possibilidades, é o desaguadouro das mazelas da sociedade e das deficiências gerenciais dos poderes governamentais. Resignado, assiste à crônica preterição no reajustamento dos seus ganhos, enquanto, ao largo, jamais faltam recursos para outras classes, outros poderes e outros interesses políticos. Aumento, só de serviço e de descontos. Vem aí o da Previdência. Salve, Brigada Militar. Salve, Polícia Civil." Antônio César da Cunha Chaves - Aposentado – Porto Alegre
SER POLICIAL - Jorge Bengochea
É ser um agente público que age em ambientes a margem da lei, de enriquecimento ilícito e de exclusão política, social e terapêutica;
É ser, além de mediador de conflitos e pacificador, um agente coator nas violações da lei em cenários distintos e imprevistos;
É travar uma luta diária de inteligência, técnicas, táticas, limitações e riscos contra interesses escusos, desvios de comportamento, armas letais e influências de poderes paralelos;
É ser um técnico com habilidades e conhecimento especializado num campo do esforço humano adquiridos por educação e experiência prolongada;
É exercer uma profissão semelhante à militar regular, mas com habilidades diferenciadas, pois requer aplicar razão e capacidade de administrar a violência no meio civil;
É aquele que deve estar preparado para o inopino, arriscar a vida, utilizar e enfrentar armas letais;
É o profissional que deve controlar a força a ser exercida, para tanto depende do alto grau de especialização, controle emocional, prática, experiência e uma certa dose de coragem e sangue frio;
É aquele que, ao disparar sua arma de fogo ou utilizar seu instrumento de contenção, deverá manter o controle do ato mecânico e as vezes instintivo da violência;
É a pessoa especial, diferente que está lidando com a vida. Pode tirar como pode perder uma vida;
É o servidor e protetor da sociedade que, por integrar a polícia da uma unidade federativa, fica exposto à falta de amparo legal, às limitações estruturais, ao stress, à corrupção, ao bico, aos vícios, ao suicídio, aos conflitos familiares, à depreciação funcional e à rotina de Sísifo (trabalho que resulta em nada).
No Brasil, os bandidos são presos, mas não ficam muito tempo nas cadeias, recebendo toda sorte de benefícios e portas de fugas. Mesmo tendo um longo histórico de violência, eles vão para um regime brando, cumprem apenas um sexto da pena ou voltam rapidamente às ruas desafiando as leis. Eles dominam territórios e colocam terror nas comunidades, executam seus desafetos e enriquecem com o sacrifício de vida inocentes e com dinheiro alheio, favorecidos por privilégios e tolerância da justiça e das leis. São estes bandidos que os policiais têm de enfrentar, enfrentar, enfrentar novamente, repetindo prisões, esforço e risco de morte para defender a sociedade e as leis.
Policiais tentam manter a paz social num ambiente de uma insegurança jurídica, morosidade judicial e desordem que estimulam as divergências, os questionamentos e o desrespeito às leis, causado pela tolerância da sociedade e pela inércia dos Poderes de Estado que preferem o "status quo" do que promover as reformas necessárias.
A esperança é que, um dia, o clamor popular, movido pela indignação e pelo exemplo dos feitos destes heróis, transformará a nação brasileira numa massa reivindicatória contra esta situação de insegurança, corrupção e omissões, e vindicará leis e atitude responsável dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, buscando um sistema de igualdades, harmonia e comprometimento capaz de integrar as funções precípuas de cada poder para fortalecer e valorizar os policiais estaduais.
Esta é a minha homenagem a todos os bravos e corajosos policiais estaduais do Brasil
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