ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sábado, 9 de abril de 2011

SARGENTO APOSENTADO É ASSASSINADO AO PROTEGER FILHO

Sargento aposentado é morto ao proteger filho no bairro Partenon, zona leste da Capital. Ao descer de veículo em Porto Alegre, homem de 62 anos foi baleado por assaltantes em moto. José Luís Costa - ZERO HORA 09/04/2011

O sargento aposentado da Brigada Militar Auri Wolschick, 62 anos, encontrou a morte ao proteger o filho mais jovem de bandidos, na noite de quinta-feira, na zona leste de Porto Alegre. Preocupado com o menino de oito anos, no momento em que foram atacados por ladrões em uma motocicleta, Wolschick levou um tiro na virilha que perfurou a artéria femoral. Ele não resistiu ao ferimento. Os bandidos fugiram sem roubar nada.

O crime aconteceu por volta das 20h no bairro Partenon. Vendedor de produtos coloniais, Wolschick chegava em casa após um dia de entregas e cobranças pelas redondezas. Dirigia sua caminhonete Kia com o filho caçula no banco do carona. Quando se aproximou da esquina onde morava, foi abordado por uma dupla com capacetes em uma moto.

Tudo indica que os ladrões sabiam da rotina de Wolschick, que naquele dia tinha R$ 700 no bolso. Armado com um revólver, o caroneiro gritou:

— Passa a grana, Alemão (apelido da vítima).

Wolschick desceu do veículo para evitar que o filho fosse ferido na ação, mas foi surpreendido pelo assaltante que puxou o gatilho. O estampido chamou a atenção de populares, e os criminosos fugiram. Wolschick foi levado por vizinhos ao HPS, onde sofreu cirurgia e morreu às 5h30min de ontem.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O policial aposentado jamais perde a noção da profissão e isto sempre é fatal quando é pego desprevenido pela bandidagem, pelo despreparo geralmente envolvido diante do tempo de abandono da atividade (a maioria deixa de manusear armas e praticar o tiro) e pela tentativa de argumentar.

Eu tive esta lição dada por um policial militar anônimo que me pegou de revolver na mão tentando apoiá-los numa ocorrência, um mês depois de ter entrado para a reserva. A partir de então, deixei de portar arma e resolvi mudar comportamentos para agir como um cidadão comum numa cidade insegura. Esta atitude foi importante durante um assalto que fui vítima, quando levantei os braços e obedeci as ordens dos bandidos respondendo apenas o que me perguntavam e fazendo o que eles queriam. Até porque não via perigo de morte. Sempre aconselho que só no caso de perigo de morte ou estupro, a pessoa deve reagir. Penso e ajo assim, respeitando o contraditório.

O Sgt Auri Wolschick, que escreveu uma história belíssima na BM, foi assassinado por acreditar que a vida de seu filho estava em perigo e talvez por ter reconhecido o bandido. Aos familiares, as nossas condolências.

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