A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
PC X MP - NOVO EMBATE DE AUTORIDADES
EMBATE DE AUTORIDADES. Maradona gera nova briga entre Civil e MP. Suspeita em relação a traficante reacende rixa entre delegado e promotor - ANDRÉ MAGS, ZERO HORA 21/04/2011
A suspeita de que o traficante Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona, teria contato dentro de uma delegacia de Novo Hamburgo abriu um novo embate entre a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MP). O promotor Eugenio Amorim criticou o delegado regional do Vale do Sinos, Bolívar Llantada, em uma rádio local na terça-feira e, ontem, sugeriu encaminhar uma lista de policiais corruptos à corporação.
A suposta ligação foi citada em gravações telefônicas feitas por um comparsa de Maradona. Para o promotor, Llantada deveria investigar se existe envolvimento de algum policial da região com o traficante, que comandava crimes de dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), onde estava preso até a semana passada – atualmente, se encontra na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). Amorim considera o delegado “corporativista” demais para investigar seus colegas.
– Ele é absolutamente incompetente, mas não posso dizer que é desonesto. Não vi, até agora, uma investigação boa dele – diz Amorim.
Para provar que há irregularidades na Polícia Civil de Novo Hamburgo, o promotor revela que pode apresentar uma lista com a identificação de policiais corruptos. Ele não estipulou quantos nomes poderia ter no rol, porém garantiu que em poucos dias poderia fazer o levantamento.
– Eu trabalhei em Novo Hamburgo 10, 11 anos, estou direto em Novo Hamburgo. Se eu botar um disque-denúncia aqui com o meu número de celular, vai pipocar ligação toda hora – afirma.
Os ataques feitos pelo promotor foram repudiados pelo delegado. Llantada entende que a colocação “não é saudável”.
– Eu poderia e até faria (a investigação), mas, como a Corregedoria (da Polícia) já tinha entrado em campo, fiquei tranquilo. A minha bandeira número um é a honestidade. Tudo que existe foi, é ou será investigado – defende o delegado.
A Associação dos Delegados de Polícia do Estado divulgou ontem uma nota de apoio a Llantada ante o que definiu como “desastrada e ofensiva entrevista” concedida à rádio. Na ocasião, Amorim declarou que “a região (Vale do Sinos) foi infortunada com a escolha desse cidadão (Llantada)”.
O histórico de choques entre MP e Polícia Civil tem como um de seus principais capítulos o Caso Eliseu. Na apuração sobre a morte do secretário da Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, as duas instituições divergem quanto aos motivos do crime. Enquanto a polícia concluiu ter se tratado de um latrocínio, o MP sustenta que o assassinato foi encomendado.
DECLARAÇÕES
- "A minha bandeira número um é a honestidade. Tudo que existe foi, é ou será investigado." Bolívar llantada, Delegado Regional da Polícia Civil
- "Eu trabalhei em Novo Hamburgo 10, 11 anos. Se eu botar um disquedenúncia aqui, vai pipocar ligação." Eugênio Amorim, Promotor do Ministério Público
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