ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

POSTOS FECHADOS (POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL)

Entrevista concedida ontem à Rádio Gaúcha pelo superintendente em exercício da Polícia Rodoviária Federal no Rio Grande do Sul é reveladora das carências de um serviço público essencial para a segurança das estradas, mas também evidencia a impotência dos cidadãos para exigir dos administradores e governantes a correção de negligências e um retorno compatível para os impostos que pagam. De acordo com a autoridade, a PRF do Estado tem apenas metade dos servidores de que necessita para fiscalizar as rodovias, razão pela qual os policiais fecham os postos de controle com frequência, porque necessitam sair para dar atendimento a ocorrências. O mais preocupante é que esta situação de dificuldades já vem se arrastando há vários anos, sem que as providências sejam tomadas.

E a perspectiva é de agravamento. Como bem lembrou o próprio superintendente, em breve o país promoverá eventos esportivos internacionais, que certamente atrairão turistas do Cone Sul por via rodoviária. Se o efetivo policial já é insuficiente para fiscalizar o movimento atual, é lógico pensar que se tornará insustentável quando o movimento aumentar. Nesse sentido, a advertência do policial é mais do que oportuna.

O problema é como mexer com essa estrutura emperrada fora de ano eleitoral. Os cidadãos ficam desarmados diante de tanta incúria, pois simplesmente não têm a quem recorrer. Quando as próprias autoridades confessam a inoperância do serviço sob o pretexto de falta de condições para executá-lo satisfatoriamente, o que pode fazer o contribuinte que paga por um atendimento que não recebe? De que adianta ao cidadão desamparado saber que o posto está fechado porque o policial teve que atender a uma outra ocorrência? E como ele pode ter certeza de que a razão da ausência é essa mesmo?

O exercício da cidadania fica inviabilizado quando as pessoas não têm a quem recorrer.

EDITORIAL ZERO HORA 06/04/2011

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Acredito que está na hora de remanejar a polícia rodoviária federal para as linhas de fronteiras, transformando-a em polícia nacional de fronteiras, eliminando projetos mirabolantes e amadores das forças tarefas que são criadas para este objetivo, tirando efetivos das polícias estaduais.

A PRF é uma ótima polícia integrada por agentes qualificados, dedicados e bem pagos, mas que está mal empregada. O fato de atuar em rodovias, mesmo que federais, dentro do espaço territorial das unidades federativas, viola princípio federativo, regime da república brasileira previsto na constituição federal.

Proponho que a PRF seja transformada em Polícia Nacional de Fronteira para atuar ao longo das fronteiras, bem mais forte e capacitada em recursos humanos, armamento, equipamentos e processos diversos para atender os variados tipos de patrulhamento e vigilância. Com isto, potencial da atual PRF seria direcionada para um dos maiores problema de segurança no Brasil - as portas da fronteira abertas ao poder criminoso para seus negócios e fugas.

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