ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

POLÍCIA PATROCINADA


POLÍCIA PATROCINADA. Especialistas condenam financiamento privado na área - CARLOS ETCHICHURY - ZERO HORA 25/04/2011

A suspeita de que o traficante Maradona estivesse utilizando laranjas para consertar e abastecer viaturas da Brigada Militar (BM) provoca um debate sobre o financiamento privado de atividades relacionadas à segurança pública. Especialistas e policiais ouvidos por ZH desestimulam que o Estado aceite dinheiro para auxiliar policiamento ostensivo e investigação policial.

Para o coronel da reserva da PM de São Paulo José Vicente, ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, as polícias devem ter uma estrutura que as permitam rejeitar doações.

– Deveria ter um decreto do governador desautorizando a receber qualquer tipo de doação. É algo ultrapassado, coisa de 30 anos atrás – radicaliza Vicente.

Cientista político e especialista em Segurança Pública, Guaracy Mingardi vai na mesma linha:

– Quem paga, manda.

Se o Estado não tem como garantir o funcionamento do Estado, prossegue Mingardi, “é melhor não ter Estado”.

A dificuldade em controlar a origem dos recursos

Entre policiais da ativa também há desconfiança com recursos alheios ao orçamento público.

– Como tu vais receber de um comerciante para o combustível e, daqui a pouco, investigar o cara? Ou prender o filho dele? – pondera José Antonio Dornelles de Oliveira, delegado regional executivo da Polícia Federal.

Corregedor-geral da BM, o coronel João Gilberto Fritz chama atenção para um outro elemento:

– A parte da população que não tem condições de oferecer dinheiro pode ficar em desvantagem.

Presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública de Canoas (Consepro), o arquiteto Carlos Afonso Schuch acredita que é possível evitar privilégios.

– Só aceitamos contribuições de empresas tradicionais, conhecidas na cidade. Além disso, as instituições (Brigada Militar, Polícia Civil, Instituto-geral de Perícias e Superintendência dos Serviços Penitenciários) beneficiadas não ficam sabendo quem são os doadores – pondera Schuch, à frente de um dos mais tradicionais conselhos do Rio Grande do Sul, há 25 anos em atividade.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - A mesma situação do Bico legalizado e da publicidade nas fardas, idéias malucas e amadoras que alguns governantes desejam aplicar no sucateado, fracionado e desvalorizado aparato policial. Não podemos culpar os policiais, pois é a ânsia de melhorarem as condições de trabalho e aumentarem a capacidade de proteção à sociedade que faz buscarem no povo os recursos necessários. O resultado desta iniciativa pode ser a submissão a um interesse escuso como o de Maradona e outros bandidos e corruptores.

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