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quinta-feira, 7 de abril de 2011

PM DE SERGIPE É PRESA POR ABANDONAR DO POSTO PARA FAZER NECESSIDADE EM CASA

PM de Sergipe é presa por sair para fazer xixi - 07 de abril de 2011 - Antonio Carlos Garcia - O Estado de S.Paulo - ESPECIAL PARA O ESTADO, ARACAJU

A soldado da Polícia Militar de Sergipe, Ediana Barbosa de Oliveira, foi presa em flagrante pelo capitão Donald Antônio Araújo da Costa por ter se ausentado do serviço para fazer xixi em casa, a 200 metros dali. Detalhe: no posto de Polícia Comunitária onde ela trabalhava, em São Cristóvão, região metropolitana de Aracaju, não há banheiro nem alojamento feminino. O caso foi parar na Justiça Militar.

A prisão ocorreu no domingo à noite, por telefone. Visivelmente irritado, o capitão disse que Ediana abandonou o posto - um crime previsto no Código Militar - e por isso seria presa.

A militar foi levada para o Presídio Militar (Presmil), mas, como não há alojamento feminino no local, foi transferida para o Quartel do Comando Geral (QCG), no centro de Aracaju. Anteontem, saiu depois de um habeas corpus pedido pela Associação Integrada de Mulheres da Segurança Pública de Sergipe.

Ontem, Ediana voltou ao trabalho, mas em outra unidade. A presidente da associação, Svetlana Barbosa da Silva, disse que a tropa está indignada com o caso. Já Donald informou, por meio da Assessoria de Comunicação da PM, que apenas cumpriu o previsto no Regime Disciplinar do Exército (RDE), usado pela polícia sergipana.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Este caso deveria ser bem analisado. Como especialista em policiamento comunitário defendo a interação do policial junto a comunidade nas 24 horas do dia, especialmente se ele morar na comunidade. Esta interação relaciona o posto policial com o local de trabalho (a comunidade e não com o imóvel onde ele fica), mais autonomia de decisão, resposta rápida caso procurado e maior confiança entre policiais e entre policiais e comunidade. Assim caem muitos paradigmas, inclusive este que foi considerado pelo oficial supervisor como abandono de posto. O que não deveria ocorrer neste caso, já que a policial estava atuando dentro da filosofia do policiamento comunitário.

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