Chamou a atenção a notícia publicada em O Globo de 27/04/2011, de que a União ampliará a concessão de "bolsas para o exterior" tendo como alto " o doutorado e a "graduação-sanduíche", na qual o aluno estuda metade do curso no país e o restante em uma instituição estrangeira". A intenção é conceder 75 mil bolsas até o fim de 2014.
"Segundo Haddad, atualmente o Brasil envia para o exterior cerca de 6 mil estudantes do ensino superior. A decisão da presidenta de ampliar esse número de bolsas foi a partir de um diagnóstico de custos feito pelo Ministério da Educação (MEC). Em reunião, o MEC sugeriu que o alvo das bolsas fosse no doutorado em áreas estratégicas como engenharia e física e na graduação-sanduíche."
O fato é que estas bolsas poderiam ser concedidas aos juizes, promotores públicos, defensores, agentes prisionais e policiais brasileiros fazerem intercâmbio de conhecimentos e práticas jurídicas, policiais e prisionais em benefício da construção de sistema melhor e mais eficiente de preservação da ordem pública no Brasil. Como não vivemos numa redoma, as iniciativas e processos nesta área tão vital para a sociedade não podem ser tratadas de forma isoladas, superficiais e inoperantes. É preciso encontrar soluções que possam ser aplicadas no país de forma integrada, otimizada e harmonizada diante da especificidade das funções precípuas, responsabilidades e objetivos comuns dos Poderes de Estado e necessidades do cidadão brasileiro.
Só o fato de eu passar 15 dias nos EUA e ter a oportunidade de conhecer as polícias de New York, Indianápolis e Miami Beach, além do Corpo de Bombeiros de Whashington, propiciou a abertura de uma nova visão de segurança pública. Desta, surgiram dois livros, monografias, artigos, manuais, palestras e postura crítica da prática policial, do sistema jurídico e judicial e do sistema de ordem pública vigente no Brasil.
Vários oficiais da Brigada Militar, policiais militares e policiais civis em todo o país fizeram cursos práticos nos EUA e em países da Europa com despesas pagas de seus bolsos. Hoje, utilizam estes conhecimentos em prol do aprimoramento de suas polícias e na proteção da sociedade gaúcha e nos arriscados enfrentamentos contra o crime. Conhecimentos que são repassados em instruções e orientações diárias. Muitas vidas foram salvas graças a estes conhecimentos.
Senhores governantes, apliquem as boas idéias também para os agentes públicos responsáveis pela PAZ SOCIAL. São eles que garantem os dois maiores direitos de um ser humano - A VIDA E A LIBERDADE.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
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