ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

SIGILO DAS INVESTIGAÇÕES PODEM SER PREJUDICADOS PELO CORTE DE VERBAS

REFLEXOS DO AJUSTE. Sigilo de investigações pode ficar prejudicado - ZERO HORA 08/04/2011

O impacto dos cortes para a PF extrapola a limitação de dinheiro. Segundo policiais federais, regras que constam do decreto que limitou as despesas estariam interferindo também no planejamento de ações e no caráter sigiloso das investigações.

Por exemplo: para enviar para uma operação mais do que 10 policiais, as superintendências regionais da PF precisam informar à direção-geral da corporação, em Brasília, sobre o trabalho. A direção, por sua vez, repassará o pedido ao Ministério da Justiça, que pode autorizar ou não o deslocamento dos agentes.

Antes, a autorização dependia apenas do superintendente regional. O novo trâmite visaria a um maior controle dos gastos, mas para quem atua na linha de frente representa burocracia e engessamento da atividade.

– Por quantos setores esse pedido passará até chegar ao ministro, quantas pessoas terão acesso? Isso atinge o sigilo do trabalho e, pior, pode politizar as atividades da PF, pois o ministro pode não autorizar ações envolvendo determinadas pessoas. Temos confiança na seriedade do ministro, mas e o que vier depois? – questiona Marcos Wink, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais.

Neste cenário, investigações estariam em ritmo lento e operações já planejadas, em compasso de espera. Há pressão dentro da polícia, e entidades de classe estão mobilizadas para tentar reverter o tesouraço e suas regras, ou seja, excluir a PF do corte.

Inquéritos decorrentes de operações já deflagradas também tiveram prejuízo com a contenção, pois policiais que atuavam em reforço – normalmente, agentes especializados em determinadas áreas, como a contábil – tiveram de retornar a seus postos de lotação.

– Os reforços, os analistas com especializações, podiam ficar até 90 dias deslocados com autorização do superitendente. Agora, só podem ficar até 10 dias. Chegávamos a ter policiais por seis meses atuando numa investigação. Agora, tudo tem de ser explicado e submetido ao ministério. Tem gente segurando ao máximo as operações – comenta um policial.

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