COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Neste texto abaixo podemos constatar dois tratamentos que enfraquecem e desvalorizam os policiais estaduais no Brasil, fomentando o descrédito nas leis e a desconfiança nos governantes. Quando há direito envolvido, o descaso aparece. Quando tentam reivindicar, os rigores da lei agem. Contra outras categorias nem descaso, nem rigor. As benevolências, a tolerância e os direitos são plenamente garantidos e salvaguardados.
Lei descumprida
O policial civil exerce atividade de risco, por isso a Constituição Federal lhe assegura o direito de aposentadoria especial (art. 40, § 4). A regra de inativação é trazida pela lei complementar federal 51/85. Em tese, o policial pode se aposentar voluntariamente, com proventos integrais, ao completar 30 anos de contribuição, desde que conte 20 anos em atividade de risco. É a regra chamada de "20 + 10".
O governo gaúcho ignora isso há quase dez anos e segue negando, administrativamente, o direito de integralidade aos policiais que completam a regra. Policiais que se aposentaram após 30 anos cumpridos exclusivamente em atividade policial estão há mais de quatro anos sem nenhum reajuste, porque o Estado nega a eles proventos referentes à matriz salarial.
Justiça
Juízes federais de todo País fizeram ontem uma paralisação para cobrar, entre outras coisas, melhores condições de trabalho. Tudo justo e perfeito, mas o que aconteceria se os policiais gaúchos, de nível médio, paralisassem suas atividades por um dia?
WANDERLEY SOARES - REDE PAMPA, O SUL, 28/04/2011
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
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