ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 26 de abril de 2011

PROMOTOR COBRA AÇÃO DA POLÍCIA CONTRA CORRUPTOS

Promotor cobra ação da Polícia contra corruptos em Novo Hamburgo. Amorim quer afastamento dos policiais acusados de trabalhar para Maradona. Sílvio Milani/ Da Redação - 20/4/2011 - DIÁRIO DE CANOS

Novo Hamburgo - O promotor Eugênio Paes Amorim, da Vara de Júri de Porto Alegre, acusou ontem o delegado regional do Vale do Sinos, Bolivar Llantada, de não tomar providências contra os policiais civis de Novo Hamburgo suspeitos de trabalhar para o traficante Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona, 32 anos. O alvo de Amorim foram as declarações de Llantada no Jornal NH de ontem, em que diz não ter o que fazer a respeito por desconhecer a investigação e não saber quem são os agentes. “Se não sabe quem são, vai perguntar, delegado. Bote no papel um ofício para o promotor, solicitando os nomes, e investigue os policiais”, desafiou o promotor, ao vivo na Rádio ABC 900. Apesar de os acusados continuarem em suas funções normais, o delegado respondeu que não está havendo inércia. “Estou aguardando uma posição da Corregedoria”, argumentou. O promotor Amilcar Macedo, responsável pelo caso, entrega hoje à Corregedoria da Polícia Civil (Cogepol) as escutas telefônicas que ligariam dois agentes hamburguenses e um delegado da região metropolitana à facção Os Manos, liderada por Maradona.

Mandados geram discórdia

Policiais civis não se conformam que, nos últimos anos, o Ministério Público vemconseguindo mandados de prisão e de busca e apreensão paraaBrigada Militar. É o caso da operação conjunta contra a facção Os Manos, articulada pelo promotor Amilcar Macedo, de Canoas, com o Serviço de Inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), que resultou em vasto acervo de escutas telefônicas. Nessas gravações, liberadas para o programa Fantástico, da TV Globo, o Ministério Público e a BM revelam suposto envolvimento de dois agentes de Novo Hamburgo e um delegado da região.

Brigada e Civil na disputa

Nos bastidores, Brigada Militar e Polícia Civil travam uma disputa pelos resultados das operações contra Maradona. Membros das duas instituições dizem, informalmente, que uma atrapalha o trabalho da outra. Os fardados, que têm ao seu lado o Ministério Público, afirmam que investigama facção desde novembro e que já prenderam 33 bandidos. A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), informa que desenvolve a Operação Camisa 10 desde fevereiro, com 23 presos até ontem, sem contar os menores apreendidos.

“Só fala besteira”, diz delegado

A contundência deAmorim provocou reações imediatas na Polícia Civil. “Temos que tomar providências contra este promotor Amorim. Quem ele acha que é? Só fala besteira”, escreveu em seu perfil no Twitter o delegado Alexandre Quintão, do plantão de Novo Hamburgo, entre outros policiais da região que se manifestaram durante o dia.

ZONA DE CONFLITO

“Que bom se fosse verdade que há só dois ou três policiais corruptos em Novo Hamburgo. Se a Polícia não combate a corrupção, ela vai ruir por isso mesmo.” “Vai investigar ao invés de escrever artigo corporativo para jornal, dizendo que a Brigada Militar e o Ministério Público não podem investigar.” “A região foi infortunada com a escolha desse cidadão para ser delegado regional. É um delegado que não acrescenta nada e é corporativo demais.” Eugênio Paes Amorim, Promotor de Justiça.


“A situação continua no mesmo panorama (policiais acusados nas atividades normais), aguardando orientação da Corregedoria.” “Não está havendo inércia e não sou corporativista.” “Nada posso fazer se é esse o sentimento dele sobre minha pessoa. As pessoas se manifestam da maneira que quiserem. Não vou entrar em conflitos verbais publicamente, pois isso não acrescenta nada aos conflitantes nem à sociedade.” Bolivar Llantada, Delegado de Polícia.

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