35 PESSOAS PRESAS. Rede de proteção ao crime é descoberta no Rio - Zero Hora, 12/02/2011
Uma megaoperação deflagrada ontem no Rio por Polícia Federal, Ministério Público e cúpula da Secretaria de Segurança expôs um esquema criminoso de vazamento de informações, desvio de armas, drogas e dinheiro, formação de milícias e venda de proteção ilegal envolvendo policiais civis e militares. Alguns deles ocuparam altos cargos na hierarquia do combate à criminalidade.
O vazamento de informações sobre operações policiais permitiu, em agosto de 2010, a fuga do traficante Nem, chefe do tráfico da Rocinha, no episódio que culminou com a invasão do Hotel Intercontinental por bandidos.
Ainda estava escuro quando as primeiras equipes da Operação Guilhotina deixaram o prédio da PF, no centro do Rio, para cumprir 45 mandados de prisão – incluindo os de 11 policiais civis e 21 PMs.
No início da noite, 35 pessoas estavam presas. Entre elas, o ex-subchefe da Polícia Civil Carlos Antônio Luiz Oliveira, que era subsecretário municipal de Ordem Pública até ontem, quando foi exonerado.
Oliveira é suspeito de envolvimento com uma milícia que comanda a favela Roquete Pinto, na zona norte do Rio. Seu grupo teria desviado armas apreendidas no Complexo do Alemão, após a ocupação por forças de segurança em novembro.
Um efetivo de 580 homens foi mobilizado na operação. Lanchas, mergulhadores e escavadeiras foram usados na busca de corpos que teriam sido jogados na baía de Guanabara e no piscinão de Ramos. Nenhum foi achado.
Escutas telefônicas revelaram que, após a ocupação, os policiais apelidaram o Complexo do Alemão de Serra Pelada, tal a quantidade de armas, drogas, joias e dinheiro que poderiam obter.
O ESQUEMA - Os presos são suspeitos de formação de organizações criminosas com quatro linhas de atuação:
- Parte recebia pagamentos para manter traficantes informados de operações policiais–Nem pagaria ao grupo R$ 100 mil por mês;
- Outros desviavam armas e drogas apreendidas, que voltavam às mãos dos criminosos;
- Um grupo formou milícias;
- Um parte vendia proteção para estabelecimentos de jogo ilegal.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
GUILHOTINA - REDE POLICIAL PROTEGIA E DEVOLVIA ARMAS AO TRÁFICO
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário