A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
AGLOMERADO - MORADORES DENUNCIAM VIOLÊNCIA E AÇÃO DE MILÍCIAS DA ROTAM
Moradores fazem novas denúncias sobre violência e ação de milícias da Rotam. Luana Cruz - Pedro Ferreira - ESTADO DE MINAS, 22/02/2011 09:26
As denúncias e a revolta da população no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, continuam nesta terça-feira. O assessor de comunicação da Polícia Militar (PM), tenente-coronel Alberto Luiz Alves, esteve no local nesta manhã e foi abordado por uma moradora desesperada.
Maria da Conceição Santos, de 65 anos, denunciou a truculência de militares da Radiopatrulhamento de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) afirmando que os policiais entram, com frequencia, atirando no morro. A senhora fez um apelo emocionado ao tenente-coronel para que seja apurada a ação da Rotam dentro do aglomerado. Ela afirmou em prantos que filhos e netos já forma vítimas de abordagens violentas do batalhão.
Outro morador, Rodrigo Barcelos, 37 anos, também se dirigiu ao assessor da polícia e reafirmou denúncias de que militares da Rotam agem como milícia e recebem propina de traficantes do morro. O tenente-coronel Alberto Luiz Alves reafirmou a importância da população denunciar e pediu o apoio da comunidade para falar sobre a conduta inadequada de militares, assim poderá ser feita a apuração dos fatos. Ele ainda disse que as denúncias precisam ser invstigadas, não é possível generalizar a ação da Rotam, que, segundo o assessor, conta com muitos profissionais de boa conduta.
As denúncias da população começaram depois de dois assassinatos dentro do aglomerado. Nesse fim de semana ônibus foram queimados durante protestos. A comunidade está revoltada com a ação policial que culminou na morte de Renilson Veriano da Silva, de 29 anos, e do dançarino e auxiliar de padeiro Jeferson Coelho da Silva, o Jefinho, de 17, na madrugada de sábado.
Versão da PM de que suspeitos usavam fardas no aglomerado é fantasiosa - Valquiria Lopes - ESTADO DE MINAS, 22/02/2011 07:13
A versão deveria ser oficial, mas, de acordo com fontes da Polícia Civil, é fantasioso o relato dado pelos policiais do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) sobre o duplo homicídio ocorrido na madrugada de sábado no Aglomerado da Serra. Conforme militares, o auxiliar de padeiro Jeferson Coelho da Silva, de 17 anos, e o tio dele, o técnico de enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39, estariam carregando fardas e fariam parte de um grupo de criminosos que abriu fogo contra os PMs durante patrulhamento no local. Contrário, o entendimento da Civil pode dar outro encaminhamento às investigações. “Mataram inocentes e, por isso, está havendo esse clamor popular no aglomerado. A comunidade não iria brigar porque bandidos morreram. Essa história de que eles estavam com fardas de policiais é fantasiosa”, diz a fonte que pediu anonimato.
Entre moradores do aglomerado e familiares, a versão da Civil é unânime. “Tudo o que a PM falou é asneira. A história da farda é plantada. Viram que o Renilson era irmão de policial e inventaram. Se eles estivessem com as fardas, elas estariam com sangue e cheias de marcas de tiro”, diz Jailson Veriano, de 30, tio de Jeferson e irmão de Renilson. Segundo ele, os parentes estariam em um baile e, quando voltavam para casa, foram surpreendidos pelos PMs, que chegaram atirando sem perguntar. Ontem, a Corregedoria da Polícia Militar abriu inquérito para apurar o caso. “O trabalho ainda é preliminar, as testemunhas não foram ouvidas”, afirmou o tenente-coronel Alberto Luiz Alves, da comunicação da PM. Moradores que atestam que a execução partiu dos militares procuraram a Polícia Civil para dar depoimento.
Proteção
Apesar de já terem prestado depoimento, nenhuma das testemunhas estava incluída no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas do Ministério da Justiça, segundo Miranda Júnior. “ Caso peçam proteção, o pedido será analisado rapidamente e a pessoa pode ser atendida no mesmo dia.” O promotor de Controle Externo da Fiscalização Policial do MPE, Rodrigo Filgueiras, alertou que “aqueles que se sentirem ameaçados devem pedir proteção aos órgãos compententes., que também devem estar atentos.”
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