A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
DEDICAÇÃO EXCLUSIVA - ENTIDADES POLICIAIS CRITICAM BICO LEGALIZADO
BICO LEGALIZADO. Proposta autoriza duplo emprego a PMs na Copa. Entidades da segurança criticam medida em estudo pelo governo federal - Zero Hora 24/02/2011
Uma proposta controversa para a segurança dos estádios durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos 2016 provoca reações contrárias de entidades ligadas à área da segurança pública e privada no Rio Grande do Sul. O governo federal estuda a possibilidade de permitir que policiais trabalhem como seguranças particulares nos horários de folga. Seria a legalização do bico, prática vetada, mas comum entre servidores da Brigada Militar e da Polícia Civil.
Um grupo do Ministério da Justiça trabalha pela adequação da legislação para autorizar que os policiais atuem nos estádios no período de descanso. A ideia foi revelada pelo diretor da Força Nacional de Segurança Pública e coordenador da comissão para a segurança da Copa e da Olimpíada, Alexandre Aragon, em reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo. A ideia, entretanto, é que a autorização sirva apenas para atividades vinculadas aos eventos.
A proposta não foi bem recebida por entidades representativas de servidores da Segurança Pública no Estado. Dados da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), que representa os servidores de nível médio da BM, dão conta de que mais de 80% dos 23 mil integrantes da corporação complementam a renda mensal fazendo bicos.
– É uma declaração de incapacidade do governo de lidar com servidores da área de segurança pública. O certo é que o servidor se dedique única e exclusivamente à atividade policial – diz o secretário-geral da associação, Ricardo Agra.
A opinião é compartilhada pelo presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm), Isaac Ortiz:
– A legalização do bico é a legalização da miséria, é o governo se isentando de pagar bem o policial.
Vigilantes temem aumento do desemprego
Entre os vigilantes a repercussão também foi negativa. Presidente da Federação Profissional dos Trabalhadores em Segurança Privada do Estado, Evandro Vargas dos Santos afirma que a medida aumentará o desemprego entre os profissionais da categoria.
– Na nossa área, as polícias civil e militar têm uma penetração muito grande, pela facilidade de usar a estrutura do Estado para fazer segurança privada – disse.
A Secretaria da Segurança Pública e o comando da BM não irão se manifestar sobre o assunto enquanto não houver uma definição oficial da proposta pelo governo federal.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Parabenizo Ricardo Agra da Abamf e Isaac Ortiz da Ugeirm pela colocações oportunas manifestadas nesta matéria. Ao defenderem a dedicação exclusiva e salários dignos para os policiais estão tentando evitar que seus colegas continuem buscando no "bico" a solução dos problemas financeiros e emocionais. O bico sequestra tempo de lazer, de repouso e de convívio familiar e altera o ritmo biológico, necessários para recuperar e manter um estado físico e emocional vitais para uma profissão que envolve situações de risco de vida, controle emocional, preparo físico, técnica apurada e decisão imediata.Será que os governantes não sabem disto? É muita irresponsabilidade e abandono.
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