ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ESPECIALISTA AFIRMA QUE ROTAM É ULTRAPASSADA.

Especialista afirma que Rotam é ultrapassada - Pedro Rocha Franco - ESTADO DE MINAS, 22/02/2011 07:10

Criado nos fins da década de 1970, o Radiopatrulhamento de Rondas Táticas Metropolitanas, conhecido pela sigla Rotam e hoje batalhão, teria como objetivo combater a “macrocriminalidade da pesada”. Trinta anos depois, o modelo adotado pela PM é tido como ultrapassado, corrupto e violento e aponta uma enorme contradição no esquema de atuação da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG): ao mesmo tempo que dá força para o Grupamento Especializado em Áreas de Risco (Gepar), tipicamente voltado para o policiamento comunitário, mantém no rol da tropa de elite da corporação um dos batalhões mais criticados – o Rotam. A crítica é feita por um dos maiores especialistas em segurança pública de Minas Gerais, o coordenador do Centro de Pesquisa em Segurança Pública da PUC Minas e ex-secretário estadual de Defesa Social, o sociólogo Luis Flávio Sapori.

Ele afirma que o Rotam é a unidade que historicamente mais recebe denúncias na PM e adota um modelo de policiamento baseado unicamente na “repressão”. Sapori explica que a polícia não pode se basear no “entra e sai das favelas”. Esse tipo de atuação torna o Rotam “muitas vezes excessivamente violento. Baseado no confronto direto”, diz.

Em contrapartida, o Gepar, criado em meados da última década, apresenta um modelo “respeitado pela comunidade e que se baseia no diálogo com moradores”, diz Sapori. O sucesso da unidade serviu inclusive de inspiração para a criação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), no Rio de Janeiro. Bastante ampliadas em relação ao Gepar, as UPPs contribuíram na redução da criminalidade na capital fluminense. “A UPP está presente 24 horas. O Gepar é um modelo que precisa ser expandido”, afirma o sociólogo. Uma das diferenças primordiais entre BH e Rio é que lá as unidades pacificadores desarmaram as favelas, enquanto por aqui a polícia convive com bandidos armados e, muitas vezes, se mostra conivente. “É hora do comando da PM tomar uma atitude em relação ao modelo de policiamento”, afirma o especialista.

No Aglomerado da Serra, durante vários momentos no fim de semana, moradores se mostraram indignados com a truculência de atuação do Rotam na região. Eles se dirigiram diretamente aos comandantes da operação para pedir a retirada dos militares da favela. “A Serra entrou em desespero pelos abusos da PM. Eles vêm aqui, estufam o peito e fazem o que quer”, diz o cunhado de Jeferson Coelho da Silva, de 17 anos, um dos mortos na madrugada de sábado, Gilberto Nascente, de 27.

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