ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

sábado, 16 de novembro de 2013

POLICIAL É MORTO EM CONFLITO NA AMAZONAS

ZERO HORA 16 de novembro de 2013 | N° 17616

INVASORES DA FLORESTA

Soldado foi atingido por disparo de arma de fogo durante operação



A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, classificou como “lamentável” e “inaceitável” a morte de um militar da Força Nacional de Segurança em conflito com invasores da Floresta Nacional de Bom Sucesso, em Rondônia. O soldado Pedro Luiz Souza Gomes, da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, foi atingido por disparo de arma de fogo ontem durante uma operação de desocupação da reserva ambiental.

Ele foi socorrido, mas morreu a caminho do hospital.

– É uma tristeza, eu acho lamentável. Nós estamos todos muito abalados no ministério. Estou muito abalada por causa dessa família, por causa desse profissional, por causa da Força de Segurança Nacional, que é uma turma de primeira linha no combate ao desmatamento na Amazônia – disse a ministra.

Ela também afirmou que a morte do militar “gera, em todas as pessoas que trabalham nas unidades de conservação, uma situação de incerteza e de insegurança”, mas evitou falar sobre falhas de planejamento na operação.

– Eu quero entender em que circunstância aconteceu essa morte. Estou aguardando as pessoas me darem detalhes – afirmou.

Estimativa de 200 pessoas ocupando ilegalmente a área

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, 146 agentes participavam da operação de reconhecimento da área, etapa de preparação para a desocupação da floresta, que é uma unidade de conservação da União. A estimativa da pasta é que cerca de 200 pessoas ocupem ilegalmente a área.

– O governador me assegurou que cumpriu a parte dele com a população. É inaceitável, o Brasil não precisa ver isso. Fiquei muito impressionada, primeiro quando vi a expressão de preocupação do governador (de Rondônia, Confúcio Moura). Ele estava muito preocupado. Segundo, a (quando vi) cara do presidente do ICMBio (Roberto Vizentin), ele estava muito abatido – disse Izabella Teixeira.

A ministra afirmou que, quando soube do conflito, determinou a retirada das equipes que estavam atuando no local. Entre os agentes, havia representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ela assegurou, porém, que a operação de desocupação não será interrompida e que a Polícia Federal está analisando qual será a melhor estratégia para atuar a partir de agora:

– Estou esperando que se possa resolver isso agora pacificamente.





G1 RONDÔNIA 15/11/2013 10h18

Moradores de Buritis relatam clima de tensão gerado por conflitos agrários. Cidade é a base de apoio da polícia na operação na Floresta Bom Futuro. Segundo moradores, conflitos são comuns da região.

Taísa Arruda Do G1 RO

Na madrugada desta sexta-feira (15), invasores bloquearam uma estrada no município de Buritis(RO) que dá acesso ao distrito de Rio Pardo, de acordo com a polícia, onde um militar da Força Nacional de Segurança foi morto durante conflito com invasores de uma área da Floresta Nacional (Flona) Bom Futuro. Agentes do Comando de Operações Especial (COE) da Polícia Militar de Porto Velho e Ji-Paraná estão na cidade para dar apoio à operação de desocupação da área. Moradores de Buritis relatam que o clima de tensão na região gerado pelos conflitos agrários é constante.

Com as ruas da cidade praticamente desertas, moradores se dizem acostumados com clima de tensão na região. A comerciante Maria José Moreira, de 54 anos, conta que mora em Buritis há 14 anos e que os conflitos agrários na região são recorrentes. “A gente se acostuma. Não é fácil viver no meio [de conflitos], mas a gente vive. Agora até que está tranquilo, no começo era pior”, relata a comerciante.

Adenir Affegen, morador de Buritis, RO
(Foto: Taísa Arruda/G1)

O agricultor Adenir Affegen, 51 anos, diz que, morando há 19 anos na região, também já se acostumou com os constantes conflitos. “Já presenciei vários conflitos, dentro de Buritis mesmo. Em Campo Novo, Jacinópolis, Rio Pardo, Minas Novas sempre acontecem esses problemas. Se o governo tomasse providências, prometesse e cumprisse, evitaria”, afirma Affegen.

A dona de casa Silvana Brumatti Ronconi, 36 anos, diz temer pela morte de pessoas inocentes.

De acordo com a polícia, o reforço deve seguir para o distrito de Rio Pardo ainda na manhã desta sexta-feira. Segundo o tenente Braguin da 4ª Companhia do 7º Batalhão da PM em Buritis, há informações de manifestantes feridos, entretanto o número ainda não foi confirmado. As equipes da PM, COE e Força Nacional estão concentradas na batalhão da PM no município. Mais policiais militares de Porto Velho e Ariquemesx também se dirigem para o local.

Conflito

O conflito começou na tarde de quarta-feira (13), quando integrantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Força Nacional chegaram ao local para a reintegração de posse das terras da Flona do Bom Futuro. A Polícia Militar foi chamada para reforçar a situação. O soldado da Força Nacional Luís Pedro de Souza Gomes, de 33 anos, foi morto durante o confronto com os invasores.

A coordenação geral do ICMBio informou que durante a manhã de quinta-feira (14) foi feito um voo de reconhecimento da área invadida e representantes do órgão, das polícias Federal e Ambiental, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) visualizaram o grupo encurralado em uma estrada sem saída. Os invasores da Flona utilizaram coquetel molotov contra a Força Nacional, momento em que deu início ao conflito e na troca de tiros o soldado foi morto.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Onde está a manifestação da ministra e das organizações defensoras dos Direitos Humanos diante deste atentado contra o Estado Democrático de Direito? Se o morto fosse um dos "ocupantes", seriam os primeiros a transformar o "invasor" em mártir.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário