ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

70% DOS BRASILEIROS NÃO CONFIAM NO TRABALHO DA POLÍCIA


70% dos brasileiros não confiam no trabalho da polícia, diz estudo. Índice cresce 8,6 pontos porcentuais em relação ao primeiro semestre de 2012 e se aproxima da credibilidade dos partidos políticos

Renan Carreira - Agência Estado, 05 de novembro de 2013 | 12h 33



SÃO PAULO - A insatisfação da população com a polícia cresceu no primeiro semestre de 2013 em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para integrar a 7ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 70,1% dos brasileiros não confiam no trabalho das diversas polícias no País, 8,6 pontos porcentuais acima do registrado no primeiro semestre de 2012.

O fórum destacou que a credibilidade das polícias está mais próxima da apresentada pelos partidos políticos (95,1% dos brasileiros afirmam que não confiam em legendas políticas) do que pela apresentada pelas Forças Armadas (34,6% não confiam), o que, mostra o documento, indica a necessidade de rever a atuação dos agentes de segurança pública.

De acordo com o fórum, as atuações das polícias desde as manifestações iniciadas em junho são apenas um ponto que precisa ser revisto da atual política de segurança.


Cinco pessoas morrem por dia no País em ações envolvendo policiais. No ano passado, 1.890 pessoas foram mortas em casos com policiais em serviço, segundo a 7ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública

SÃO PAULO - Cinco pessoas morrem em média todos os dias no País vítimas da ação policial, de acordo com a 7ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira, 5, em São Paulo. 

No ano passado, 1.890 pessoas foram mortas em episódios envolvendo policiais em serviço.

Além disso, considerando as taxas de mortes por homicídio da população e de policiais, o risco de um policial morrer assassinado no Brasil é três vezes maior que o de um cidadão comum. A taxa de homicídio geral da população foi de 24,3 por 100 mil habitantes, enquanto a de policiais mortos em serviço e fora de serviço foi de 72,1 por 100 mil.

"A polícia está matando muito e morrendo muito", disse o coordenador do anuário, Renato Sérgio de Lima. Ele afirmou que os dados são uma evidência forte de que a forma como o Estado brasileiro atua para lidar com crimes é "anacrônica e falida".

Lima disse que, embora o gasto do País com segurança pública tenha atingido R$ 61,1 bilhões em 2012, alta de 16% ante o ano anterior, cerca de 40% desse valor é destinado a aposentados e inativos. "O Brasil gasta muito, mas investe mal", resumiu.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Este indicador revela o quanto está sendo nociva a politização e o enfraquecimento das polícias devido a falta de investimentos no potencial humano e na valorização da profissão policial. Vários são recrutados, mas muitos pedem para sair devido os riscos da profissão, os baixos salários, a forte ingerência partidária e o desamparo da lei e da justiça. Mesmo diante das mazelas, os policiais ainda superlotam os presídios e enfrentam o poder do crime portando armas de guerra e acenando com propinas. E o descrédito no sistema e inoperância do Estado recaem na único instrumento visível de defesa do cidadão: os policiais.

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