REVOLTA EM ERECHIM. Morte de agricultor é motivo de protesto. Familiares e amigos pedem rigor em investigação sobre ação de policiais
ÁLISSON COELHO
A morte de um agricultor durante um confronto com a Brigada Militar gerou protesto em Erechim, no norte do Estado. Dezenas de pessoas participaram de uma caminhada no centro da cidade na tarde de ontem. Com cartazes e faixas, exigiam que a morte de Selvino Alexis Michalski, 74 anos, seja investigada com rigor.
O grupo se reuniu ao lado do viaduto da Avenida Maurício Cardoso. Em caminhada, seguiu até a frente da prefeitura. Os participantes afirmam que a ação dos policiais foi violenta, e que não houve diálogo com o agricultor.
A Brigada Militar foi chamada no início da manhã de sexta-feira na propriedade de Michalski. Depois de passar a noite inteira trabalhando, e de ter bebido, ele teria iniciado uma discussão com um funcionário da propriedade.
Versão da Brigada é contestada por parente
Policiais afirmam que tentaram conversar com Michalski. Sem conseguir convencê-lo a largar um revólver calibre 38 que apontava para o funcionário, eles pediram reforços. Outras duas viaturas com três homens se dirigiram ao local.
Segundo versão da BM, depois de ser atingido com uma arma não letal, de choque, a vítima teria atirado contra os policiais, que revidaram. Atingido no tórax, ele chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu aos ferimentos.
Os familiares contestam a versão dada pelos PMs. De acordo com o sobrinho da vítima, Tiago Maurício Salomoni, 29 anos, testemunhas teriam dito que a arma do agricultor só foi disparada depois que ele já havia sido baleado.
– Não houve confronto. Ele foi executado em campo aberto, sem ter onde se abrigar. Foi morto com tiros de uma espingarda calibre 12 sem qualquer proteção, e depois que estava caído, foi baleado de novo. Queremos que polícia escute todas as testemunhas – afirma Salomoni.
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