ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

OS DIAPASÕES DA SEGURANÇA PÚBLICA

O SUL

WANDERLEY SOARES
 
Porto Alegre, Terça-feira, 07 de Agosto de 2012.


Por vezes, chego a pensar na necessidade de um Ministério da Segurança Pública, mas sou assolado pela ideia de mais um cabide de empregos em Brasília.

Houve um tempo em que ladrões da Grande Porto Alegre não entravam na Capital, o mesmo acontecendo em relação aos gatunos metropolitanos, que não se arriscavam pelo interior, até mesmo pela péssima qualidade das estradas. Há muito que isso não acontece mais, inclusive em nível interestadual. 

Agora, quando as organizações policiais pensam em começar a investigar bandidos que atuam fora de seus Estados, é sinal de que ele, o crime organizado, continua com estratégias bem à frente da inteligência da segurança pública. Nesse campo, há uma obviedade que, ao longo dos anos, tem sido objeto de observação dos conselheiros de minha torre: a Polícia Federal nunca esteve afinada com as polícias estaduais e, por sua vez, em termos nacionais, as polícias estaduais teimam em seguir diapasões diferentes entre si. 

Internamente, nos Estados, as polícias, militar e civil, apenas ensaiam um certo diálogo, mas falam em linguagens diferentes. Enquanto isso, os bandidos dialogam fluentes em todos os dialetos do País, sem deixar de lado o poder de vida e de morte que têm contra seus inimigos, incluindo-se as organizações policiais. 

Como um humilde marquês, por vezes chego a pensar na necessidade de um Ministério da Segurança Pública, mas sou assolado pela ideia de mais um cabide de empregos em Brasília.

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