FOLHA.COM 07/08/2012 - 13h05
Dois PMs são detidos após morte de suspeito de roubo em SP
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Dois policiais militares que trabalham na zona leste de São Paulo foram presos na noite de segunda-feira (7) sob suspeita de matar com um tiro na cabeça um suspeito de roubar um carro.
Para a Polícia Civil, um dos PMs cometeu excesso ao atirar contra a cabeça do suspeito enquanto o veículo roubado era perseguido.
Para integrantes do Comando-Geral da PM, que foram consultados pela Polícia Civil sobre a conduta dos policiais militares, os dois presos poderiam ter optado por fazer o acompanhamento do carro roubado ou chamar o reforço de outros PMs e tentar fazer um cerco ao veículo fuga antes de atirar.
Os dois PMs foram encaminhados para a sede do DHPP (departamento de homicídios), da Polícia Civil, no bairro da Luz (região central de SP), onde um delegado decidirá se ambos ou apenas um deles (o que atirou na cabeça do suspeito) ficará preso.
Segundo policiais militares que trabalham com os dois PMs presos, o suspeito de roubar o carro foi reconhecido pela vítima, dona do veículo, como responsável pelo crime.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
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