BRS DESGUARNECIDAS
Policiais rodoviários em greve. Categoria decidiu ontem pela paralisação em estradas federais do Rio Grande do Sul, com protestos que devem afetar usuários
A partir de quinta-feira, motoristas que viajarem pelas estradas federais no Estado vão experimentar os efeitos de uma greve deflagrada pelos Policiais Rodoviários Federais. Protestos devem paralisar rodovias e prejudicar milhares de usuários de BRs.
Os detalhes das manifestações são estudados pelos policiais. Mas após assembleia, realizada ontem à tarde, foram anunciadas operações padrões (fiscalização minuciosa em todos os veículos, em locais ainda não definidos) e suspensão da pesagem, da aplicação de multas e do uso de radar. Não será realizado serviço burocrático e apenas acidentes com lesão receberão atendimento. Servidores com cargo de chefia prometem colocar suas funções à disposição.
– As demais manifestações ainda são estudadas pela federação nacional. A greve vai começar dentro de 72 horas (no final da tarde de quinta-feira) – explicou Francisco Dalla Vale von Kassel, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no RS.
Devem ocorrer dois tipos extremos de protestos. De um lado, patrulheiros ameaçam deixar de atender ocorrências leves (as mais comuns, que provocam lentidão no trânsito) e reduzir policiamento ostensivo. De outro, são esperadas fiscalizações rigorosas em carros de passeio, ônibus e caminhões em pontos estratégicos de estradas movimentadas como Pelotas-Porto Alegre (BR-116), Uruguaiana-Capital (BR-290) e Canoas-Iraí (BR-386).
Como se trata de serviço essencial, pelo menos 30% do efetivo será mantido, conforme prevê a legislação. A promessa é de que permaneçam ativados os 39 postos da PRF.
Conforme representantes do sindicato, é a primeira vez em 84 anos de existência que a corporação decide por uma greve nacional. Até o final da noite de ontem, a federação nacional da categoria não dispunha de levantamento completo sobre a posição de todos os Estados, mas a estimativa era de que a maioria havia aprovado a paralisação. Em Porto Alegre, pelo menos duas dezenas dos 160 presentes na assembleia apresentaram-se fardados.
Segundo o assessor de Comunicação Social da PRF, Alessandro Castro, a orientação da superintendência é de que servidores deveriam negociar com seus chefes para que repartições não ficassem desguarnecidas. ZH ligou para os postos da PRF durante a assembleia. Em Gravataí, ninguém atendeu às 15h12min, 15h29min e 15h36min. O mesmo ocorreu em São Leopoldo às 13h29min – mais tarde, um policial informou que o expediente era normal.
A greve dos servidores da Superintendência Regional do Trabalho em Porto Alegre suspende, pelo menos até sexta-feira, a emissão de carteiras de trabalho e a liberação de seguro-desemprego. A categoria pede reajuste de 22,8%.
Funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) podem paralisar o atendimento nos Estados amanhã por 24 horas. As principais reivindicações são a reposição da inflação de 2012, a incorporação das gratificações e a instituição de plano de carreira.
O QUE FOI DECIDIDO. A greve decretada ontem deve causar transtornos nas vias federais:
POR QUE A GREVE - A categoria reivindica a contratação de novos policiais (no Estado, há 685 policiais ante efetivo previsto de 1.576), reposição das perdas da inflação (de acordo com a categoria, o último reajuste ocorreu em 2010) e reconhecimento do nível superior para o cargo de Policial Rodoviário Federal.
A partir de quinta-feira, motoristas que viajarem pelas estradas federais no Estado vão experimentar os efeitos de uma greve deflagrada pelos Policiais Rodoviários Federais. Protestos devem paralisar rodovias e prejudicar milhares de usuários de BRs.
Os detalhes das manifestações são estudados pelos policiais. Mas após assembleia, realizada ontem à tarde, foram anunciadas operações padrões (fiscalização minuciosa em todos os veículos, em locais ainda não definidos) e suspensão da pesagem, da aplicação de multas e do uso de radar. Não será realizado serviço burocrático e apenas acidentes com lesão receberão atendimento. Servidores com cargo de chefia prometem colocar suas funções à disposição.
– As demais manifestações ainda são estudadas pela federação nacional. A greve vai começar dentro de 72 horas (no final da tarde de quinta-feira) – explicou Francisco Dalla Vale von Kassel, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no RS.
Devem ocorrer dois tipos extremos de protestos. De um lado, patrulheiros ameaçam deixar de atender ocorrências leves (as mais comuns, que provocam lentidão no trânsito) e reduzir policiamento ostensivo. De outro, são esperadas fiscalizações rigorosas em carros de passeio, ônibus e caminhões em pontos estratégicos de estradas movimentadas como Pelotas-Porto Alegre (BR-116), Uruguaiana-Capital (BR-290) e Canoas-Iraí (BR-386).
Como se trata de serviço essencial, pelo menos 30% do efetivo será mantido, conforme prevê a legislação. A promessa é de que permaneçam ativados os 39 postos da PRF.
Conforme representantes do sindicato, é a primeira vez em 84 anos de existência que a corporação decide por uma greve nacional. Até o final da noite de ontem, a federação nacional da categoria não dispunha de levantamento completo sobre a posição de todos os Estados, mas a estimativa era de que a maioria havia aprovado a paralisação. Em Porto Alegre, pelo menos duas dezenas dos 160 presentes na assembleia apresentaram-se fardados.
Segundo o assessor de Comunicação Social da PRF, Alessandro Castro, a orientação da superintendência é de que servidores deveriam negociar com seus chefes para que repartições não ficassem desguarnecidas. ZH ligou para os postos da PRF durante a assembleia. Em Gravataí, ninguém atendeu às 15h12min, 15h29min e 15h36min. O mesmo ocorreu em São Leopoldo às 13h29min – mais tarde, um policial informou que o expediente era normal.
A greve dos servidores da Superintendência Regional do Trabalho em Porto Alegre suspende, pelo menos até sexta-feira, a emissão de carteiras de trabalho e a liberação de seguro-desemprego. A categoria pede reajuste de 22,8%.
Funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) podem paralisar o atendimento nos Estados amanhã por 24 horas. As principais reivindicações são a reposição da inflação de 2012, a incorporação das gratificações e a instituição de plano de carreira.
O QUE FOI DECIDIDO. A greve decretada ontem deve causar transtornos nas vias federais:
POR QUE A GREVE - A categoria reivindica a contratação de novos policiais (no Estado, há 685 policiais ante efetivo previsto de 1.576), reposição das perdas da inflação (de acordo com a categoria, o último reajuste ocorreu em 2010) e reconhecimento do nível superior para o cargo de Policial Rodoviário Federal.
O QUE VAI ACONTECER QUARTA-FEIRA - Pela manhã, chefes grevistas devem entregar os cargos em um ato simbólico na superintendência da PRF, na Avenida A.J. Renner, 2.701.
A PARTIR DE QUINTA-FEIRA - Operações padrões no Estado (fiscalização minuciosa em todos os veículos, em locais ainda não definidos). Suspensos a pesagem, a aplicação de multas e o uso de radar. Acidentes com lesões serão atendidos normalmente. Não será realizado serviço burocrático (fornecimento de boletins de acidente, recursos de multas). Não está claro ainda como os policiais vão proceder em acidentes sem vítimas.
O QUE A PRF RECOMENDA - Conforme assessoria de comunicação da PRF, o órgão deve se manifestar apenas hoje orientando motoristas e usuários de BRs a proceder em relação a acidentes sem lesão, recursos de multas e boletins de ocorrência.
ZERO HORA 13/08/2012 | 18h31
PRF decreta greve no Estado e pode deixar de atender acidentes sem vítimas. Paralisação se inicia em 72 horas, mas 30% do efetivo deverá manter os serviços essenciais
Policiais realizaram assembleia na tarde desta segunda-feira Foto: Diego Vara / Agencia RBS
Os cerca de 140 policiais rodoviários federais ativos e inativos do Rio Grande do Sul decretaram a primeira greve dos 84 anos de existência da corporação responsável pelo policiamento das estradas federais do país.
Com a decretação da greve, policiais rodoviários ouvidos por ZH indicam que o maior prejuízo ocorrerá em casos de acidentes sem vítimas.
— Os acidentes sem vítimas poderão dexar de ser atendidos pela PRF. Na prática, os envolvidos teriam, por exemplo, de providenciar eles mesmos o guincho para a remoção dos veículos. Isso com certeza deixará o trânsito lento durante algumas horas no local do acidente. Além disso, teriam de registrar pessoalmente a ocorrência na Polícia Civil — explica um policial rodoviário que participa da assembléia, mas não quis se identificar.
A categoria decidiu pela paralisação durante assembleia que se realizada desde as 13h no Serviço Nacional do Transporte, no bairro Humaitá, em Porto Alegre. Outra possibilidade era a deflagração de uma operação padrão em todo o Estado.
A assembleia decidiu que ainda hoje a administração da PRF no Estado será comunicada a decretação da greve, passando a contar o prazo de 72 horas exigido pela legislação para a paralisação em serviços essenciais. Na quarta-feira, no entanto, os chefes dos núcleos de seções entregarão os seus cargos. No entanto, será mantido um efetivo mínimo de 30% dos policiais rodoviários, também uma exigência das legislação para greves em serviços essenciais.
Outras assembleias dos policiais rodoviários estão sendo realizadas hoje em todo o país. Pela manhã, a PRF do Rio Grande do Norte já havia decretado greve. A categoria quer aumento salarial que reponha "perdas" que teriam se acumulado nos últimos anos.
Com a decretação da greve, a PRF gaúcha adere à mobilização de outras categorias do funcionalismo federal.
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