O Globo . Atualizado: 31/08/12 - 11h42
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O capitão Glauco Schorcht, que está no comando da UPP da Providência desde sua inauguração em 26 de abril de 2010 Guilherme Pinto / Extra / Agência O Globo
RIO - Após anunciar exoneração de comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Providência, capitão Glauco Schorcht, o comando da Polícia Militar voltou atrás e decidiu mantê-lo no cargo. O afastamento do capitão Glauco e do comandante do 5º BPM (Praça da Harmonia), coronel Amaury Simões, tinha sido anunciado na madrugada de quinta-feira. Os sargentos Marcos Aurélio das Chagas e Marcos André dos Santos, da UPP da Providência, são acusados de darem cobertura às ações da quadrilha do contraventor Evandro Machado dos Santos, conhecido como Bedeu, preso na quarta-feira durante Operação Cadetral contra bicheiros que atua na região da Central do Brasil, em partes do Centro e em São Cristóvão, na Zona Norte.
De acordo com o comando da Polícia Militar, após analisar os documentos que deram origem às investigações sobre o envolvimento de policiais militares com contraventores, foi verificado que o capitão Glauco Schorcht colaborou com a identificação de alguns envolvidos.
“Além disso, ter seu trabalho à frente da UPP bem avaliado pelo comando da PM, outro fator determinante para a decisão foi o fato de os policiais militares presos não pertencerem mais ao efetivo da UPP da Providência” informou, em nota, o comando da PM.
O capitão Glauco Schorcht está no comando da UPP da Providência desde sua inauguração em 26 de abril de 2010. A exoneração dele e do comandante Amaury Simões do 5º BPM (Praça da Harmonia) havia sido informada, em nota, pelo Comando da Polícia Militar na madrugada da última quinta-feira. A decisão tinha sido tomada depois de uma reunião no Quartel-General da PM, após uma análise das informações obtidas durante a Operação Catedral. O chefe do Serviço Reservado do 5º BPM (Praça da Harmonia) recebia R$ 9,4 mil para fazer a vista grossa às bancas de apostas. Lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Providência, os sargentos Marcos Aurélio das Chagas e Marcos André dos Santos recebiam por semana R$ 150 e R$ 75 respectivamente para não reprimir o jogo do bicho na área da UPP da Providência.
Para o comando do 5º BPM foi nomeado o tenente-coronel Sidney Camargo de Melo, que era subcomandante do 1º Comando de Policiamento de Área (1º CPA). Para a UPP da Providência foi designado o capitão Felipe Lopes Magalhães, que comandava a UPP Babilônia e Chapéu Mangueira desde junho de 2009.
O comando da PM determinou ainda a abertura de Inquérito Policial-Militar para apurar o envolvimento e participação de policiais com contraventores presos nesta quarta-feira.
Polícia Civil afastou delegado
Após a notícia da prisão do chefe do Grupo de Investigações Criminais (GIC) da 4ª DP (Praça da República) durante uma operação contra a quadrilha acusada de controlar o Jogo do Bicho no Centro do Rio, na quarta-feira, a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, anunciou o afastamento do delegado titular da unidade. O chefe do serviço de investigações da 4ª DP (Central) Weber Santos de Oliveira recebia mensalmente R$ 16 mil para passar informações sobre investigações ao grupo que explorava o jogo do bicho. O dinheiro era entregue pelo policial civil aposentado Alan Cardeque Manoel Villela.
A Operação Catedral desencadeada pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e pela 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público na quarta-feira contra a quadrilha de bicheiros já tem 20 presos. Ao todo, a polícia visa a cumprir 24 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Quatro pessoas permanecem foragidas, entre elas o policial militar da reserva Carlos Alberto Pimentel Mege, apontado como responsável pelo pagamento de propina a policiais militares.
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