ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CIDADES SEM POLICIAMENTO NOTURNO

 
ZERO HORA 27 de agosto de 2012. ALVOS VULNERÁVEIS

Cidades pequenas ficam sem policiamento noturno

Ataque a banco em Picada Café, na Serra, expõe falta de efetivo no Interior

 FRANCISCO AMORIM

A explosão do cofre do Banco do Brasil de Picada Café, na Serra, revelou uma realidade surpreendente: a falta de efetivo deixa cidades pequenas sem policiamento nas madrugadas. Apesar do argumento de que guarnições da vizinha Nova Petrópolis estavam incumbidas das rondas noturnas, o ataque na cidade serrana de 4,8 mil habitantes demonstrou a fragilidade da segurança pública em municípios pouco populosos do interior gaúcho.

Ao invadir a agência na madrugada de sábado, o bando armado agiu sem ser incomodado. Os ladrões tiveram tempo de explodir o cofre e sair da cidade sem enfrentar qualquer resistência. A primeira guarnição da Brigada Militar chegou após o ataque, depois de percorrer os 9,4 quilômetros da rodovia BR-116 que separam as duas cidades da Serra.

– Não ter policiamento é um fator a mais para esses criminosos. Não é que escolham uma cidade apenas por isso, mas conta muito – avalia o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Quantidade de cidades sem PMs à noite não é informada

A falta de PMs durante a madrugada devido à falta de efetivo não é problema restrito à Picada Café. Fontes ligadas ao primeiro e segundo escalões da Brigada Militar revelam a Zero Hora que a prática é mais comum do que moradores dos pequenos municípios gaúchos imaginam. Em cidades com até 5 mil habitantes, geralmente guarnecidas por não mais de 10 PMs, não é raro ficar sem brigadiano à noite. A carência é driblada com apoio de guarnições de municípios maiores. O número de cidades prejudicadas, no entanto, não é informado pela BM.

Procurado por ZH, o chefe do Estado Maior da Brigada, coronel Valmor Araújo de Mello, afirmou que a prática não é comum:

– Acontece, mas, não é a regra. O ideal é que sempre PMs da cidade façam o policiamento ostensivo. Quando não há essa possibilidade, a determinação é que guarnições da cidade mais próxima assumam a função.

Alegando ser uma questão estratégica, a BM não divulga também o efetivo da corporação nas pequenas cidades. O oficial, no entanto, não desmente a escassez de pessoal. Sobre isso, o coronel destaca que ações integradas com os batalhões e pelotões de Operações Especiais têm sido intensificadas em áreas consideradas de maior risco, como em municípios do entorno de metrópoles regionais como Caxias do Sul e Passo Fundo.

– Nesse sentido, o trabalho de inteligência policial tenta prevenir ataques – comenta.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Não é só nas pequenas cidades que não têm policiamento noturno, pois em cidades maiores também não têm. O problema é que o Estado investe muito pouco em efetivos policiais e muito mais em viaturas, e ambos os casaos favorecem o sumiço dos policiais. Além do que é alta a incidência de baixas e licenças devido ao estresse da profissão e dos pedidos de aposentadoria. É também preciso lembrar que a jornada policial é de 40 horas semanais para as 24 horas do dia. Numa previsão subjetiva, a demanda para cada atender um município pequeno precisaria de efetivo para ocupar a sede (atendimento de ocorrências), um posto de patrulhamento de rua e prever a folga regulamentar, férias e dispensas, o que somaria de pelo menos 20 policiais mais o comandante do Destacamento Policial. Sem falar que o ideal seria a proporção mínima de 1 policial para cada 250 habitante, não podendo contar os policiais civis já que estes não atuam diretamente nas ruas.

PREVISÃO SUBJETIVA IDEAL
Comando: um Capitão ou Tenente comandante
Patrulheiros: Turno ( 6 horas) - Sede - Patrulhamento de rua
1 Turno (00 as 06h) - 2 PM  - 2 PM
2 Turno (06 as 12h) - 2 PM - 2 PM
3 Turno (12 as 18h) - 2 PM - 2 PM
4 Turno (18 as 24h) - 2 PM - 2 PM
Reserva-  2 PM - 2 PM
TOTAL - 10 PM + 10 PM = 20 PM/ 21 com o Cmt.






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