BLOG DA SEGURANÇA PÚBLICA
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Uma postagem no Diário de um PM em que eu fiz um comentário ontem trouxe a lume uma discussão antiga: qual o número ideal de policiais por grupo de habitantes.
O colega De Souza, da PMERJ, citou no Diário de um PM que a ONU recomenda 1 policial para cada 250 habitantes, informação que contestei nos comentários do post.
De fato, no Grupo Policial-Br tivemos discussão semelhante uns anos atrás e diversos colegas policiais do país inteiro fizeram suas pesquisas e ninguém descobriu onde a ONU recomenda esse número ideal.
O De Souza sugeriu uma busca no Google com os termos “250 habitantes onu policial”. Nessa busca obtivemos centenas de resultados de notícias que citavam essa proporção (1/250) como a recomendada pela ONU, mas nenhuma delas cita em que documento a ONU recomenda isso.
Pois então. Minha manhã de sábado foi uma busca internética incessante por esse documento. Após procurar com os termos semelhantes no sistema de buscas do site da ONU, não encontrei nenhum documento que esclarecesse a dúvida.
Como já são quase 14h, resolví delegar a missão. Mandei e-mails para diversos setores da ONU perguntando sobre o assunto. Vamos aguardar a resposta. Só assim saberemos se a proporção de 1 policial para cada 250 habitantes é realmente uma recomendação da ONU ou mais uma falácia que se prolifera pela mídia, alimentada pelos falsos especialistas em segurança pública.
Se realmente existir essa recomendação, saberemos então que documento a originou.
Eis o e-mail que mandei. O inglês fraco é fruto de dez anos sem praticar. Queiram relevar: "Here, in Brazil, many experts in security say that the UN recommends 1 police officer for each 250 inhabitants, but none of them point the document in which UN advise this. If possible, I´d like to access this document or obtain a information from the UN saying what is the ideal number of police officers per inhabitants. Or that this “ideal proportion” doesn´t exist at all. Maybe also you could tell me in which sector of the UN I could obtain this information.Best Regards,"
Aqui, os destinatários do e-mail:
http://www.un.org/esa/ Desenvolvimento Econômico e Social
http://www.un.org/depts/dhl/ Biblioteca da sede na ONu em Nova York
http://www.un.org/Pubs/ Publications, stamps and databases
http://www.un.org/Depts/dpko/lessons/ Peacekeeping Best Practices
http://www.un.org/Depts/dpko/dpko/index.asp DPKO
http://lib-unique.un.org/lib/unique.nsf UN Publications
http://www.un.org/rights/ UN Human Rights
http://unbisnet.un.org/ UN Bibliografic Information System
Se nenhum desses destinatários mandar resposta definitiva, darei por encerrada a discussão e sepultada de uma vez por todas essa “proporção ideal” supostamente recomendada pela ONU.
Não é possível que tantos organismos da ONU não consigam localizar um simples documento. Se ele realmente existir, ao menos algum desses segmentos da ONU deve localiza-lo.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
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Houve alguma resposta?
ResponderExcluirAmigão, houve alguma resposta?
ResponderExcluirAté agora...nada.
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