30 de agosto de 2012 | 2h 15
Delegado do DHPP é morto em tentativa de assalto na zona leste de São Paulo. Policial chegava em casa de carro e não teria sacado a arma durante a abordagem dos criminosos
Ricardo Valota, O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - O delegado Euclides Batista de Souza, de 53 anos, titular da Divisão de Proteção à Pessoa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foi morto, no final da noite de quarta-feira, 29, durante uma tentativa de assalto quando chegava em casa, na Vila Taquari, região de Itaquera, na zona leste da capital paulista.
Ao volante de um Fiat Siena verde escuro, o delegado foi abordado por criminosos que saíram de um Gol preto no momento em que estacionava o carro na garagem de casa. Testemunhas disseram para policiais militares da 4ª Companhia do 39º Batalhão que o veículo dos bandidos entrou na contramão e parou em frente à residência do policial.
Imagens gravadas pela câmera de segurança instalada na casa da vítima mostram o delegado descendo do carro, já dentro da garagem, e sendo abordado pelos criminosos. Eram pelo menos dois. Euclides não sacou a arma, mas empurrou um dos criminosos. Baleado nas costas e na cabeça, o policial morreu quando era atendido no pronto-socorro do Hospital Santa Marcelina.
Um dos assaltantes, ainda segundo testemunhas, foi atingido acidentalmente por um dos disparos. O caso foi registrado no 24º Distrito Policial, da Ponte Rasa, e será investigado pelo DHPP.
Suspeitos. Três suspeitos de envolvimento no caso foram detidos nesta madrugada pela polícia. Um deles, baleado numa das pernas, deu entrada no pronto-socorro do Jardim Robru, teria siso transferido para o pronto-socorro de Ermelino Matarazzo, e, após ser medicado, foi levado para o DHPP.
O carro que levou o suspeito até o primeiro pronto-socorro, segundo a polícia, é um Gol prata, cujo dono foi localizado e também detido. O terceiro suspeito, segundo os policiais, é o rapaz que bateu à porta da casa do proprietário do Gol prata e pediu que este levasse o colega baleado até o hospital.
Tanto o dono do Gol prata como o rapaz que solicitou ajuda na remoção do amigo ferido foram encaminhados para o plantão do 67º Distrito Policial, do Jardim Robru, e transferidos depois também para o DHPP.
A casa em frente à residência do delegado possui duas câmeras de segurança, que podem ter gravado mais detalhes do assalto. A polícia deve solicitar as imagens.
A Policia exerce função essencial à justiça. Não é instrumento político-partidário. A segregação pela justiça e a ingerência partidária em questões técnicas e de carreira dificultam os esforços dos gestores e operadores de polícia, criam animosidade, desviam efetivos e reduzem a eficácia e a confiança do cidadão nas leis, na polícia e no sistema de justiça criminal que, no Estado Democrático de Direito, garante a ordem pública e os direitos da população à justiça e segurança pública.
ALERTA: A criminalidade e a violência crescem de forma assustadora no Brasil. Os policiais estão prendendo mais e aprendendo muitas armas de guerra e toneladas de drogas. A morte e a perda de acessibilidade são riscos presentes numa rotina estressante de retrabalho e sem continuidade na justiça. Entretanto, os governantes não reconhecem o esforço e o sacrifício, pagam mal, discriminam, enfraquecem e segmentam o ciclo policial. Os policiais sofrem com descaso, políticas imediatistas, ingerência partidária, formação insuficiente, treinamento precário, falta de previsão orçamentária, corrupção, ingerência política, aliciamento, "bicos" inseguros, conflitos, autoridade fraca, sistema criminal inoperante, insegurança jurídica, desvios de função, disparidades salariais, más condições de trabalho, leis benevolentes, falência prisional, morosidade dos processos, leniência do judiciário e impunidade que inutilizam o esforço policial e ameaçam a paz social.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
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